sexta-feira, 28 de outubro de 2005

"Svět je Mandarinka"


Convite

A todos aqueles que estiverem este fim de semana por Coimbra. Aparecam no pavilhão multiusos (aquele por trás da aberração chamada "Dolce Vita"). Está a decorrer o campeonato europeu de fitness e ginástica acrobática, e pelo que tenho visto nos treinos é algo a não perder.

De 27 a 30 de Outubro. Apareçam, não se vão arrepender...

Latada I

Apesar de ter partido para esta latada completamente deprimido e sem um único "plano" digno desse nome, as coisas correram melhor do que esperava. Aquilo que estava à espera de ser um fracasso do tamanho do mundo, tornou-se numa noite engraçada. Aqueles moços que se dão pelo nome de "Xutos" conseguiram surpreender-me ao fazer um concerto com músicas antigas, muitas delas dos anos 80, ou seja, as que eu mais gosto. Fui para o recinto só por ir e sai de lá estupidemente feliz, não só pelo concerto em si mas também porque consegui encontrar gente que já não via hà algum tempo. Quem não entende o conceito "Aldeia global" devia vir estudar uns tempos para Coimbra.

O cortejo da Latada deste ano também foi algo para mais tarde recordar. Por incrivel que possa parecer, ao contrário dos outros anos em que me farto de perder gente, este ano consegui unir muitos daqueles que, há partida estariam separados. Há qualquer coisa que me anda a escapar no meio disto tudo... O grande Quim esteve à sua altura, mas melhor ainda esteve a Orxestra que tocou para um pavilhao cheio que neu um ovo. O pessoal "Erasmus" ficou parvo com aquele espectáculo...

Há muito mais para dizer, mas não por hoje.

#1

"A dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe o quanto vale um beijo "

Jorge Palma "A Gente vai Continuar"

Pedaços

Estou metido em tanta coisa neste momento que nem sequer tenho tido tempo para pensar.

-Aulas
-Latada
-Organização da festa da terrinha
-Campeonato europeu de ginastica e fitness, como voluntário
-O part-time
-O outro part-time não remunerado
-Curso de Alemão
-E as guitarradas...

E pensar que há alturas em que não tenho nada que fazer...

Tempo

Por vezes o tempo atraiçoa-nos e temos que fazer escolhas. Nem sempre essas escolhas são as que queremos fazer mas sim as que tiveram de ser feitas. Mais uma vez afastei-me daqui... Estou a voltar aos bocadinhos.

Obrigado aos que não deixaram de cá vir. Voltem que eu tenho muito para escrever.

domingo, 23 de outubro de 2005

Upside down...

Tombo para a esquerda, tombo para a direita, o meu mundo está novamente virado ao contrário. E não deverá voltar ao seu estado normal. Pelo menos num futuro próximo...

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Serenata

Após três anos a estudar em Coimbra consegui ver ontem a minha primeira serenata (falando da queima e da latada) e devo dizer que superou as minhas espectativas. Politiquices à parte, penso que o largo da Sé Nova foi uma boa escolha. É curioso ver as caras dos caloiros, especialmente dos que chegaram de longe, ao ver tal espectáculo.

Aliás a coisa mais comum de se ver são lágrimas e sorrisos, também ao mesmo tempo. O que foi estranho foi a sensação de vazio que senti no fim. Lá (cá) no fundo faltava qualquer coisa, as memórias da queima ainda não me deixam sossegar a mente. Nem os convivios deram para atenuar a saudade que teima em não me largar...

Pode ser que o grande Quim, na Terça me anime mais o espirito...

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Grito

Apetece-me gritar como se não houvesse amanhã. Quem sabe se irá haver?

sábado, 15 de outubro de 2005

Baco & Companhia

Ontem de manhã, ainda meio a dormir e, também, com toda a paciência do mundo, fui abordado por duas senhoras idosas cujos tempos livres são ocupados, pelo que me pareceu, a tentar fazer as pessoas acreditar no que está escrito no livro mais vendido do mundo. A Biblia, segundo elas.

Dez minutos de conversa e pus-me a pensar em tudo aquilo que elas me tinham dito. Pensei, pensei e acho que talvez devêssemos regredir um pouco no tempo e passar a acreditar nos deuses de Roma (ou  da Grécia, como preferirem). Para mim, o objectivo de toda e qualquer religião é nada mais do que dar uma hipotética segurança às pessoas que nela acreditam. No caso da "minha" disseram-me que existe um deus que cuida de nós e que não castiga, e, em último caso, julga para depois perdoar. Ora, pelo que vejo as pessoas culpam o "nosso" deus por tudo... Será justo?

Não querendo discutir verdades ou mentiras, muito menos crenças, acho que neste campo os Romanos eram muito mais evoluídos. Para cada função existia um deus, como agora temos ministros. Apesar de estarem todos ligados e pedirem favores uns aos outros cada um tratava da sua pasta.

Nestas coisas sempre adorei o Baco, e apesar de já quase ninguém falar nele eu acho que anda por ai. Com uma pequena condicionante, aparece mais vezes de noite. Mas quando aparece faz-se notar. Normalmente vem acompanhado por Vénus, as coisas ficam sempre mais bonitas... Não sei se existia algum Deus da verdade, mas se o houve, também acompanha os outros dois. E mais interessante é quando os outros são tomados por Baco, e por momentos o mundo tal como o conheciamos dá uma volta e a partir daí nada fica igual.

Uma das coisas que não entendo é por que é que há pessoas que precisam de beber para dizer certas coisas, ou para agir de certa maneira. Mas ainda bem que Ele anda por ai. Quero desejar-Lhe boa sorte, pois vai ter muito trabalho esta latada...

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

E a Sé tão perto...

"For long you live and high you fly
And smiles you'll give and tears you'll cry
And all you touch and all you see
Is all your life will ever be."

Pink Floyd "Breathe"

terça-feira, 11 de outubro de 2005

As Trupes, outra vez

Coimbra, apesar de ser a cidade dos estudantes nem sempre gostou muito deles. No século XIX, a cidade estava dividida em duas partes, a alta e a baixa, sendo que a alta “pertencia” aos estudantes, que por sua vez eram tidos como intrusos quando se aventuravam pelas ruas da baixa, pertencentes ao comércio, ou seja à classe trabalhadora.
Esta rivalidade entre estudantes e fútricas não vinha só das diferenças sociais, mas também de um pequeno pormenor: os estudantes tinham o hábito de se “atirarem” às lavadeiras do Mondego. É desse tempo que vêm as famosas serenatas. Sendo assim era perigoso andar pela baixa, e quando se aventuravam, as sessões de pancada eram intermináveis, pelo menos até ao momento em que chegavam as autoridades. Não que elas resolvessem alguma coisa, mas todos se viravam contra as forças policiais. Para proteger os estudantes foram criadas as Trupes, que tinham como função não só punir aqueles que se aventuravam a andar pela rua a horas menos próprias, mas também proteger as “fronteiras” da alta. Não é por acaso que as insígnias da praxe são a tesoura, a colher de pau e a moca. Se bem que o objectivo da tesoura e da colher de pau era a praxe punitiva (aos caloiros era rapado o cabelo, e aos doutores era aplicada a sanção de unhas), já a moca servia de defesa contra possíveis invasores. Nessa altura as Trupes poderiam actuar a partir das seis da tarde, hora em que a Cabra tocava pela última vez. Segundo o actual código da praxe as Trupes podem ser formadas a partir da meia-noite, junto à porta férrea. Os caloiros que forem apanhados na rua depois da meia-noite são rapados. Aos doutores é aplicada a sanção de unhas que consiste em apanhar com a colher de pau nas unhas tantas vezes quantas as matrículas (em número impar, quando em número par arredonda-se para cima) de cada elemento da Trupe. As horas a que os doutores podem andar na rua variam consoante a sua hierarquia na praxe. Os elementos da Trupe devem andar de cara tapada com a capa traçada de modo a que não se veja branco no traje. Os membros da trupe também não podem ser reconhecidos sob pena de a Trupe ser desmobilizada. A tradição é para ser mantida, e quem aceita a praxe tem de a aceitar tal como é. Com todas as suas virtudes e defeitos.

Dura Praxis, Sed Praxis
A Praxe é dura mas é a Praxe.

domingo, 9 de outubro de 2005

Ciclo

Dizem os entendidos nestas coisas que a história é ciclica, repete-se ao longo do tempo, tal como um disco de vinyl riscado onde a música é sempre a mesma.

Dia após dia, ano após ano, as situações vividas vão sendo idênticas, embora com pessoas diferentes em locais distintos. Mas as palavras, o modo de ver as coisas, a construção de uma amizade, as afinidades que vem ao cimo, tudo isto é igual. Sempre!

Na quinta-feira, fiz parte de uma trupe. Durou pouco tempo, foi verdade, mas o mais importante dessa noite nem sequer foram os cabelos que cairam no chão. Tudo o que fizemos antes e depois é o que torna certas noites em momentos para recordar um dia mais tarde.

E o grupo de pessoas que gira à minha volta vai sendo cada vez maior (e melhor)...

"O que presta é o que resta em nós..."

Porque hoje é dia de Eleições

Estimado ouvinte já que agora estou consigo
peço apenas dois minutos de atenção
é pra contar a história de um amigo
Casimiro Baltazar da Conceição

O Casimiro talvez você não conheça
a aldeia donde ele vinha nem vem no mapa
mas lá no burgo por incrível que pareça
era mais famoso que no Vaticano o Papa

O Casimiro era assim como um vidente
tinha um olho mesmo no meio da testa
isto para lá dos outros dois é evidente
por isso façamos que ia dormir a sesta

Ficava de olho aberto
via as coisas de perto
que é uma maneira de melhor pensar
via o que estava mal
e como é natural
tentava sempre não se deixar enganar
e dizia ele com os seus botões

Cuidado Casimiro
cuidado com as imitações
cuidado minha gente
cuidado justamente com as imitações

Lá na aldeia havia um homem que mandava
toda a gente um por um pôr-se na bicha
e votar nele e se votassem lá lhes dava
um bacalhau um pão-de-ló uma salsicha

E prometeu que construía um hospital
uma escola e prédios de habitação
e uma capela maior que uma catedral
pelo menos a julgar pela descrição

Mas o Casimiro que era fino de ouvido
tinha as orelhas equipadas com radar
ouvia o tipo muito sério e comedido
mas lá por dentro com o rabinho a dar a dar

E punha o ouvido atento
via as coisas por dentro
que é uma maneira de melhor pensar
via o que estava mal
e como é natural
tentava sempre não se deixar enganar
e dizia ele com os seus botões

Cuidado Casimiro ...

Ora o tal tipo que mandava lá na aldeia
estava doido já se vê com o Casimiro
de cada vez que sorria à plateia
lá se lhe viam os dentes de vampiro

De forma que para comprar o Casimiro
em vez do insulto do boicote ou da ameaça
disse-lhe Sabe que no fundo o admiro
vou erguer-lhe uma estátua aqui na praça

Mas o Casimiro que era tudo menos burro
e tinha um nariz que parecia um elefante
sentiu logo que aquilo cheirava a esturro
ser honesto não é só ser bem-falante

A moral deste conto
vou resumi-la e pronto
cada qual faz o que melhor pensar
não é preciso ser
Casimiro para ter
sempre cuidado para não se deixar levar

Cuidado Casimiro ...

Sérgio Godinho, Cuidado com as Imitações

Hora da sesta

O meu blog adormeceu por uns dias. Mas já acordou. Obrigado a todos os que vieram aconchegar os lencóis.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

MFA III

Para quem quiser assinar e apoiar, aqui.

Dois Mundos

Ultimamente tenho vivido entre dois mundos, o que me anda a fazer uma confusão de todo o tamanho. Um dos mundos, aquele que prefiro, fica na margem direita, Coimbra. O outro é aquele onde estou agora, na margem esquerda, a alguns quilómetros, numa pequena aldeia.

Embora prefira estar em Coimbra, não consigo deixar a minha aldeola para trás. Não só por não ter muita lógica, dada a distância, mas também porque há algo que me prende aqui. E é dessa tal coisa que ando à procura. As pessoas não são concerteza, uma vez que ao nascer foram dotadas de umas pálas que não lhes permitem ver mais nada se não aquilo que têm à frente. Para elas o mundo é assim (como o vêm, não como ele existe) e assim mesmo. Talvez seja a minha casa... Não sei. A familia também não é o que me prende. Mas dia após dia sinto vontade de voltar...

De manhã, ao passar a ponte entro num mundo novo, onde tenho os meus amigos, onde posso sair à noite sem me importar se salto se grito ou se vomito, onde tenho meia duzia de casas para ficar quando quiser, onde está a minha escola em que passo grande parte do tempo (bar incluido), onde ando trajado sem ter meio mundo a olhar para mim. Foi também em Coimbra que tive alguns dos melhores dias da minha vida, por entre queimas, latadas e noites bem passadas. Foi em Coimbra que me perdi tantas vezes quando nem sequer sabia que autocarros apanhar. É sem duvida a minha terra, não de sempre mas para sempre.

sábado, 1 de outubro de 2005

Afinidades

É estranho como a musica pode unir as pessoas. Isto que vos vou contar passou-se o ano passado.

Uma guitarra no canto do bar a tocar uns acordes de "Frágil", eu no canto oposto a cantarolar, a "I" (como é moda, também vou tratar as pessoas assim...) noutro
canto também a esboçar uns sorrisos. Próxima musica "Deixa-me rir", "Dá-me lume" de seguida, e não deu para resistir. Foi o "Jeremias o fora da lei" que nos uniu. Já depois de ter ganho um amigo por causa da "Pequenina", vieram mais estes dois pelo Jorge.

Lembrei-me desta história porque veio à baila no outro dia. Já agora a "I", também cantarolava esta o ano passado em casa. Descobri na quinta-feira. Adoro estas afinidades...


"Não estando disposto a esperar que a humanidade venha alguma vez a ser melhor
Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora"