terça-feira, 28 de março de 2006

Um bebé

O bebé violeta
Nasceu num dia azul
Mais azul que dia
Escreveu por linhas tortas
Correu por pautas loucas
E todo o dia ele nascia
Nascia mais, cantou o mal
Gritou depois

Tenho dinheiro
Para um lugar no céu
Tenho dinheiro
Para um lugar no céu
Tenho dinheiro
Para um lugar no céu

Sugou o sangue à vida
E a seiva ao desespero
E no seu chão amor crescia
Violou cinco sentidos
Vingou, sonhos perdidos
Dia após dia
Num dia “mais”
Cantou o mal
Morreu depois

Tenho dinheiro
Para um lugar no céu
Tenho dinheiro
Para um lugar no céu
Tenho dinheiro
Para um lugar no céu

O Diabo de olhos meigos
Vê a criança estendida
E da maçã só o caroço
Desce à terra e a igreja
Onde a riqueza sobeja
Esfaqueia-lhe o pescoço
Sr. Diabo
Oiça a voz que vai dizendo:

Tenho dinheiro
Para um lugar no céu
Tenho dinheiro
Para um lugar no céu
Tenho dinheiro
Para um lugar no céu

Ornatos Violeta, O bebé violeta

sábado, 25 de março de 2006

Agir

Numa semana em que no meu departamento foram ultimados os pormenores para a entrada de "Bolonha" já no próximo ano lectivo e uma semana depois dos confrontos de Paris, dou por mim a perguntar se anda tudo a dormir.

Ninguém quer saber de nada. Chegou-se ao ponto de num departamento onde estudam 600 pessoas, haverem 10 interessados em perguntar e ajudar a melhorar algo. Como é óbvio, as melhorias serão sentidas por todos.

Mas os outros lá continuam sentados, imóveis à espera que tudo aconteca, para então criticar o que outros fizeram.

É por estas e por outras que dou cada vez mais valor a quem dá um pouco do seu tempo a uma qualquer causa, seja ela qual for. Há solução para tudo, basta acreditar e fazer algo por isso.

Aberrações

Ao mesmo tempo que se vai acabando de construir uma ponte pedonal para unir as duas margens do Mondego num sitio um pouco improvável de haver vida há uns anos atrás, nasce na margem esquerda mais uma aberração. Um centro comercial, que alterou toda uma zona, onde haviam estradas surgiram viadutos. Fala-se agora também em fazer uma cobertura para a baixa.

É nestas alturas que sabe bem aprender uma lição dada por quem vem do lado de fora e abomina os centros comerciais preferindo um passeio pelas ruas da baixa. Erasmus, pois claro.

terça-feira, 21 de março de 2006

Porque hoje é o dia mundial da Poesia

Em não tenho vistas largas
Nem grande sabedoria
Mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.

O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
- quando consigas fazer
mais p'los outros que por ti!

Quando os homens se convençam
que a força nada faz,
serão felizes os que pensam
num mundo de amor e paz.

Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado;
O ribeirinho não morre,
Vai correr por outro lado.

Após um dia tristonho
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias

A quadra tem pouco espaço
Mas eu fico satisfeito
Quando numa quadra faço
Alguma coisa com jeito.


De António Aleixo, o Poeta que não foi à escola.

domingo, 19 de março de 2006

Vidas

- Então não foste ver o teu Sporting?
- Nah, não tenho dinheiro para isso...
- Mas já arranjaste outro emprego, certo?
- Ya, arranjei.
- Então, eram só cinco euros...
- E ia estragar dinheiro? Com cinco euros bebo uma data de finos.

Calei-me.

terça-feira, 14 de março de 2006

Primavera

E eis que de repente, sem avisar, a Primavera voltou. Já por aqui tinha dito que ando um pouco ocupado, o que eu ainda não sabia é que assim os dias passam mais depressa.

As semanas sucedem-se a um ritmo nunca visto. Por incrivel que pareca estou a deixar poucas coisas para amanhã, o que é uma novidade na minha pessoa. Todos os dias têm surgido coisas novas, e hoje passsei uma tarde como não passava há muito tempo.

Feitas as contas, estou a seis semanas da semana. Pelo que tenho visto vai ser depois de amanhã. É que a passagem de ano foi ontem... Parece que ainda sinto a ressaca.

sábado, 11 de março de 2006

Quem diria...

Na quinta-feira foi dia de jantar de curso. E também de rever uma velha Amiga que foi lá cair um pouco por acaso. O tempo consegue afastar as pessoas, primeiro devagarinho, como quem não quer a coisa, depois um pouco mais depressa e quando uns dias mais tarde olhamos para trás, aquilo que um dia foi uma grande amizade que por vezes quis ser algo mais, hoje não passa de "algo", "algo" muito estranho que eu não consigo explicar.

Jantar acabado e lá comecou a conversa. À maneira de "Raquel". "Há quanto tempo não te via..." Palavras para aqui, palavras para ali e lá percebi que não há pessoas iguais, que ainda há quem consiga viver na sombra de uma traição.
"Como?", perguntei eu;
"Que queres que faça?", respondeu ela;
Não respondi, já foi tudo dito há uns tempos atrás. Noite fora, fomos falando de sonhos e vontades. Lá no fundo no fundo ainda somos os putos de há 7 anos atrás. A noite continuou até acabar com um até um dia...

terça-feira, 7 de março de 2006

Mais medidas

Ainda a propósito de medidas, cada vez menos entendo aqueles que só olham para o seu umbigo. Faz-me confusão...

Sem Tempo

Ter 10 cadeiras não é fácil. A juntar ao pouco tempo passado em casa, qualquer coisa ficou para trás. Mas eu vou voltar...