sábado, 28 de outubro de 2006

Pluto @latada

Nestes concertos de grupos que não vendem discos aos milhões num sitio onde cabem milhares de pessoas é curioso ver quem anda pela frente do palco. Parece uma espécie de familia onde ninguém conhece ninguém mas todos partilham algo em comum.

Foi um bom concerto, mas curto. O recinto este ano também mudou do pavilhão onde cabiam pouco mais de duas mil pessoas (dizem eles), onde chovia e que ao fim de todas as noites parecia uma sauna para uma moderna tenda onde não é preciso ganhar espaço à lei do cotovelo, onde não chove e até circula ar. Preferia o pavilhão, tinha mistica...

E para já ainda não há história.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Mais um Começo...

Até hoje, para mim, cada latada teve uma história e é por elas que ainda vou conseguindo distinguir os anos.

Começa amanha aquela que será a minha quinta latada, embora ache que não será a última vou por lá andar a pensar que sim.

O meu programa vai ser algo como ir à serenata, ver os Pluto, os Xutos o Leonel Nunes e pela segunda vez em duas semanas o Tio Quim. A ver se há história para contar depois...

sábado, 14 de outubro de 2006

Fim?

Sempre presentes. A meio da tarde num carro vagabundo, ao inicio da noite numa casa velha, mais tarde à hora de jantar e de madrugada nas mãos do Alvim.

Num tempo em que tudo tende a ser efémero sabe sempre bem saber que há quem não esquece, quem gosta, quem tem gosto a ouvir. E há sempre duas maneiras de ver as coisas. Como uma vez li, ou ouvi alguém dzer, qualquer coisa como "Até a rua mais sombria pode ser a mais bela do mundo, tudo depende da disposição de quem a olha"...

O som ficou, as palavras também. Ornatos Violeta, sempre presentes.

Filho de outra guerra no trilho de outra paz...

Eu sei, eu quis demais
E o sonho nada traz
Sonhar seduz a paz

Eu sei eu vi em meu crescer
Que eu vou sempre dar a mim
Imploro a luz e sigo sempre a sombra
Imploro a morte e volto a luz

Alguém pensou em mim a boca da varanda
Eu não senti que houvesse alguma razão para amar
Imploro a queda como quem não quer saber

É tempo de nascer devagar
Não quero ver o fim chegar sem eu nascer
Devagar eu não quero ver o fim sem eu nascer

Quando eu sonho eu levo a minha força até ao fim
E quando o sonho acaba cego eu olho fundo para mim
Não vejo nada alem da tão real ausencia de outra luz
E só por ela volto a minha cruz, a minha cruz

Eu vi meu pai nascer na mesma cama de outros homens
E hoje eu sei, eu aprendi
Já nada importa agora a luz que eu trago de onde vim
Se há luz la fora eu quero que haja luz em mim

É tempo de nascer devagar nao quero ver o fim chegar sem eu nascer
Devagar eu não quero ver o fim sem eu nascer

Vem ver quem vi nascer
É filho de outra guerra
No trilho de outra paz

Alguém entrou em mim
Entrego a minha espada
Eu não senti que houvesse alguma razao para amar

Imploro a queda como quem não quer saber
É tempo de nascer devagar
Não quero ver o fim chegar sem eu nascer
Devagar
Eu não quero ver o fim sem eu nascer

Nascer devagar

Ornatos Violeta, Nascer Devagar

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Aquecimento

O aquecimento para a latada começa amanhã. Recepcção ao caloiro do politécnico.

Quim Barreiros e Fernando Alvim. Adivinha-se uma bela noite...

domingo, 8 de outubro de 2006

Pedras

A cidade está cheia, de vida, de pedaços de vidas espalhados por todo o lado. Em cada ruela, para além das personagens míticas, há histórias à espera de serem contadas. A cidade começa também a ficar cheia de gente nova. Os futuros fazedores de história já enchem as ruas...

Há uns dias atrás foi dia de ir ao baú buscar as melhores, aquelas que ficam na memória para sempre. Curioso é ver que quase todas tiveram lugar numa qualquer noite mal planeada, passada num canto qualquer, onde a história, aquela, fica escrita para ser lida quando já não houver memória para a contar.

Não é difícil passar em certas ruas e ouvir as pedras a falar. Só assim é possível saber o que lá se passou há muitos anos atrás. As pedras falam para todos os que as quiserem ouvir. E ainda há muita história para contar.

domingo, 1 de outubro de 2006

#3

Um erro. Um simples erro e a vida nunca mais é a mesma. Um acto de egoismo puro que poderia ter morto alguém. Não esqueço, não porque não queira mas simplesmente porque não consigo.

E o que li, mesmo não tendo sido escrito para mim, só faz aumentar a culpa. Mas culpa de quê? Precisava de desligar por uns tempos, queria ter um botão off que me deixasse a hibernar por dentro, pois por fora liguei o piloto automatico. Quase tudo me passa ao lado, as palavras, as pessoas, tudo se transforma num imenso ruído, ondas sonoras sem qualquer sentido.

Sinto que ajudei a roubar um sorriso e só irei ter descanso quando o encontrar...

#2

Roubam-me Deus
Outros o diabo
Quem cantarei?

Roubam-me a Pátria
e a humanidade
outros ma roubam
Quem cantarei?

Sempre há quem roube
Quem eu deseje
E de mim mesmo
Todos me roubam
Quem cantarei?

Roubam-me Deus
Outros o diabo
Quem cantarei?

Roubam-me a Pátria
e a humanidade
outros ma roubam
Quem cantarei?

Roubam-me a voz
quando me calo
ou o silêncio
mesmo se falo

Aqui d'El Rei.
Aqui d'El Rei.


José Afonso, Epigrafe para a arte de furtar