quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Rumo

Gostava por vezes de escolher o caminho. Pensar e ponderar e isso tudo. Fazer o mapa e tomar as decisões de amanhã e depois. E prever as viragens, congelar as palavras, pré-fabricar os gestos.

Lembo-me muita vez dos comboios e das linhas, tão certas, tão certas, tão certas... As agulhas lá no sitio. Esquerda, direita, linha um, linha dois, linha infinito mais mil. Tudo estudado e mais que previsto, ao minuto, ao segundo...

Mas não. Habituei-me a andar a pé e a desviar-me das pessoas mais mal cheirosas que encontro nos passeios. Na hora. E tantas vezes me engano no caminho, tantas vezes perco o fim, tantas vezes vagueio sem rumo.

E é por isso, só por isso e por algo mais que não sei explicar, só sentir. E há dias em que existir dói. Há dias em que ser cansa. Sobram outros em que se percebe que a dor nos lembra estarmos vivos e o cansaço nos ensina a aproveitar a paz saida de um mar laranja e feliz.

2 comentários:

Anonymous disse...

planos.... as folhas brancas são tão maiores.... e depois, se o amanha nao existe n ha como planeá-lo. e o rumo... as vezes perdido... tantas vezes perdido... acaba sempre por ser aquele que se quer encontrar.

a lua sorriu realmente...

*

Sónia disse...

O mar que me dá paz é mesmo azul escuro, de um azul que tenho mar tem... mas que quando se vê, de facto existir não doí...

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