domingo, 11 de janeiro de 2009

Dantes

quantos "dantes", quantos? quando a escola era ali ao lado e os postes de telefone ainda não tinham sido plantados. ou então, quando ali em baixo, junto ao rio, o ar era diferente, mais leve... dantes. quando os comboios eram movidos a pouco mais que vapor de água e até se podiam apanhar em andamento. e os dias em que à porta de uma qualquer tabacaria também nossa se ouvia um "Adeus ó Esteves!" -todos tivemos um Esteves num dantes qualquer da nossa vida-.

e dantes, quando um quilo de arroz custava não sei quanto, as madrugadas dormiam-se num pesado sono de inverno.

"mas tudo isso passou
foi o tempo que nos matou."

2 comentários:

Sónia disse...

Sabes que dantes, às vezes, muitas talvez, também havia sonos de infernos... dantes no fundo, dantes é agora, é tudo igual porque o tempo matou o mundo logo que o tempo começou a contar...

C. disse...

o problema disto são as tendinites. se ao menos uma pessoa andasse menos concentrada no tendãozinho que lhe enferruja o passo e que a mantém abstraída do caminho era menos uma chatice a juntar à lista.

de resto, não sei do que nos salvou esse dantes se este agora é só o que é e ninguém sabe para onde vai, se se teima em queimar as folhas de (re)inventada história.

dói-me a cabeça. muito. pareceu-me prudente dizê-lo.

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