domingo, 28 de fevereiro de 2010

sal

não sei o que é todo o dinheiro do mundo. ou ouro ou petróleo ou uma qualquer pedra ainda por descobrir e, agora, sem aparente valor. não quero saber quanto é. quero saber nada disso. não quero saber o que é deixar de contar trocos para o não sei o quê que há.de vir. almoço, comboio, barco, café, pão ou cerveja.

quem já viu matar um boi sabe de que cor é o sangue, quem já viu a cidade do alto sabe de que cores se pinta, quem se assusta com os pombos sabe que eles existem, e quem já leu pelo menos um livro na vida sabe que em alguma das páginas haverá pelo menos um centimetro quadrado de papel em branco.

não sei o que é todo o dinheiro do mundo. não quero saber. sei de sorrisos e palavras e da lua que hoje é cheia. sei de azulejos verdes nas paredes e gatos malhados na alcatifa suja. sei de mesas encontradas nas ruas e pedras nas mesas encontradas nas ruas.

quem já cuspiu ferro sabe o que corre nas veias. 

e sei, hoje, que há coisas valiosas demais para que alguma vez possam ser guardadas em cofres ou expostas em montras. talvez porque não existam. talvez por serem maiores que toda e qualquer existência. porque sim. e porque hoje recebi o melhor presente que conheci.

1 comentário:

Anónimo disse...

já li este post imensas vzs, e n tenho nd q comentar... só q gosto imenso :)

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