quarta-feira, 25 de agosto de 2010

de um son(h)o na outra banda

há um rio. dizem-no grande mas a conversa das medidas soa-me a falso há já muito tempo, nem sei bem porquê. ou talvez saiba, de cada vez que a espécie de jangada laranja recolhe as cordas de terra. ou isso ou o bater constante de ferro (adivinhar a cor. do ferro). os comboios são de ferro. também de plástico e esponjas e coisas que pouco importam para isto de rio e medidas. a ponte é de ferro.

tenho um qualquer problema em organizar datas, mas ainda sei quantos dias demora a lua a dar a volta que é a volta que a terra dá à lua ou uma qualquer espécie de vice-versa ou isso mesmo. vinte mais oito. e sei de plataformas de madeira por debaixo da cor. e de subir carris. e de putos no meio da rua em vésperas de Santo António. e de muito mais coisas. o macaco (?) na parede, por exemplo.

e o rio é grande. assim dizem. é grande. grande. mas tão pequeno. pequeno. minusculo. ribeiro saltado a passo na vontade de um estender de mão. as mil e uma leis da hidraulica condensadas em nada. o rio é um fio de cabelo feito água. o rio está ali mas parece nada. o rio é grande. há, contudo, coisas imensamente maiores (uma palavra de quatro letras apenas é um bom exemplo).