quarta-feira, 13 de outubro de 2010

cinco

a gota de água à escala da formiga. depende da formiga, depende da água. a descrição da gota de água, separada de todas as gotas de água que são a chuva, observada à escala da formiga. depende, ainda, da água e da formiga. trocar a formiga por aranha. muda o quê? muda? trocar a água por pó. grão de pó do meio dos olhos de um beduino. camelo. baba.

agora a sério. não sei porquê mas engano-me a escrever a palavra água. troco o acento. assento. àgua. brincar. com as palavras também. livro? riso encolhido. nomes estranhos. de novo. agua. o salazar caiu de uma cadeira, o salazar é uma espátula, os cavacos queimam-se na lareira. o cavaco é de pau. que se foda o cavaco. pim!. (obrigado Almada)

tempo

o tempo

o tempo à escala humana e do universo. à escala dos milhões de planetas e homenzinhos verdes talvez azulados. sei lá. o tempo à escala da humanidade e da vida. gota de água. formiga. cronómetro. pessoa. 

acordar

o homem vestido de branco usa sapatos vermelhos. nas colunas faz frio. vendem-se dinossauros dados. o tempo. dinossauros no seculo XXI. dragões são dinossauros com asas que cospem fogo a pilhas. o fogo dos dragões não serve para aquecer mãos. mãos aquecem mãos. olhos são espelhos-porta e o coração é mais que algo bom para arranjar de cebolada. soubessem as tainhas de tudo o que se lhes passa por perto. soubessem elas... 

o tempo à escala humana. cinco meses de humanidade são pouco mais que mortos e vivos contados em estatistica bonita. cinco meses de humanidade. suspiro. mas a minha humanidade é maior que a do mundo. é a minha. egoista. egoista. outra vez egoista. cinco meses. não quero saber dos minutos. prefiro ir juntando os segundos no bolso, junta-los com os barcos e os pés e os grãos de areia e as marés vivas do tejo à uma menos vinte e os peixes artistas e os poços mágicos e tudo tudo tudo. sei de uma humanidade parecida. sorriso. sei de um rio ribeirinho fio de água que até uma formiga seria capaz de atravessar.

é outubro. dia 13.