segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Morte

A semana passada não tive muita vontade de escrever, e escrever contrariado não é coisa que me dê muito prazer.

Mas oito dias já passaram desde que alguém que conhecia e estava habituado a ver todos os dias, pelo menos em tempo de aulas, decidiu pôr termo à vida. Vulgo suícidio. Os porquês ainda estão no ar e certezas dificilmente alguém irá ter sobre os motivos que o fizeram pegar numa arma, ir para um descampado e PUM!! Isto poucos minutos após ter deixado um grupo de amigos com quem tinha estado em amena cavaqueira.

Terça-feira lá fui eu rever o pessoal do meu curso, embora por motivos não muito agradáveis... Desde que estudo em Coimbra este foi o segundo funeral de colegas de curso a que fui. E posso dizer que é das coisas mais deprimentes a que podemos assistir. Mas o que me arrepia mais são as capas, normalmente associadas a festas e bons momentos, estendidas no chão para passar a urna.

Hà tempos, por altura da queima, num dia em que fiz uma viagem, impensável uma semana antes não pela distância mas sim pelo motivo, o tema de conversa no regresso foi a morte. Nunca tinha falado tão abertamente sobre isso até então, pelo menos tão a sério. Não sei o que me espera, mas a curiosidade por vezes consegue matar o gato, será que pode matar também pessoas?

Será a morte uma passagem, um escape, um apagar? Numa altura em que o nosso conhecimento, quase permite decifrar o nosso corpo, molécula a molécula fará sentido falar em alma (ideia vinda directamente de um episódio dos Simpsons que vi ontem), ou simplesmente temos de olhar para nós como matéria?

Será o suicidio um acto de coragem ou de cobardia? Li um livro há tempos que me fez ver de perto o drama, principalmente de quem fica e precisa de apoio. Mas esses mais tarde ou mais cedo serão apoiados.

Apoio. Parece-me a palavra-chave.

"Imagina o céu, negro de brilho
Desperta terror ver o desconhecido
Desconfia dele mas faz a viagem
Se não tens abrigo que tenhas coragem"

Xutos & Pontapés "Se não tens abrigo"

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Parabéns

Este post só serve para dar os parabéns a uma menina que apesar de ser pequenina por fora é muito grande por dentro.

Parabéns Jana.

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Como dantes

A noite passada, num sitio quase no fim do mundo, onde nem sequer os telemóveis têm rede, por entre resmas de emigrantes devidamente adornados com vistosos fios de ouro, camisas ás riscas e o cabelo bem untado com brilhantina (onde será que se vende?) vi um clarão.

Não eram os extraterrestres a chegar. Não era um milagre. Era o fogo que estava a destruir o pouco verde que existia a mais ou menos 20 quilómetros dali. Apesar da distância ser grande o clarão era bem visivel, ao ponto de até a lua estar alaranjada. E as cinzas não paravam de cair, algumas ainda em brasa....
E naquela aldeia perdida entre serras o medo era grande, mas não tão grande quanto a festa que aquele povo consegue fazer.

Quais grandes artistas qual quê? Um pequenino baile, uma praceta minúscula e todas as pessoas da aldeia é quanto basta para fazer uma grande festarola onde todos se divertem, inclusivé os forasteiros como eu. Naquele lugar onde p tempo parece ter parado é curioso ver as velhotas a observarem atentamente as netinhas, para que elas, coitadas, não caiam nas mãos de um qualquer "galifão". Aqueles sorrisos e olhares tranportam-me para outros lugares, fazem-me lembrar pessoas que infelizmente já desapareceram...

Para quem quiser recuar um pouquinho no tempo, beber uns copos e rir um bocado aqui fica o conselho, vão à festa do Zambujal, uma pequena aldeia a 25 quilómetros de Coimbra. Espero lá voltar também...

sábado, 20 de agosto de 2005

Começa Hoje

Já me estou a imaginar no estádio a cantar....

Só faltam três horas.

Sabes que nunca estarás só
Na primeira ou segunda divisão
Porque tu és a Briosa
O orgulho do nosso coração

Força briosa vence
Nós queremos que fiques na primeira
E por ti vamos cantar
Jamais te iremos deixar

Somos Ultras de Coimbra
E viemos para te ver vencer
Nosso nome é Mancha Negra
Somos Briosa até morrer

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Ingratidão

Odeio pessoas ingratas. Nunca o fui e não suporto aqueles que o são.

terça-feira, 16 de agosto de 2005

Para que a tradição não morra

Se alguma vez, ao passear em Aveiro, ouvirem isto, saibam que tem direitos de autor...

"Nós somos as borboretas
Das asas brancas, das pintas azules
Avoamos à volta das alâmpadas
Queimamos a asinhas e na podemos avoare"

Cansado

Desde sexta-feira que não tenho tido descanso. Trabalhar de dia e de noite, beber uns copos, dormir pouco.... Enfim, estamos em festa. Vai acabar hoje mas valeu a pena.

Pelo meio ainda estive com pessoas que já não via hà algum tempo e cada vez mais acho que nada corre como estava planeado. Desta vez correu melhor. E as coincidências repetem-se.

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

Vai um copinho de água?

Vi hoje na televisão, penso que na rtp, algo que me deixou um pouco (mais) pensativo. Pelo o que era dito a àgua potável, tal como a conhecemos, durará apenas mais 50 anos.

Isto, penso eu, baseado em estudos que têm como base os consumos actuais. Cada um de nós consome cerca de 250 litros de àgua por dia, sendo que, de todo esse liquido apenas bebemos 2 litros no máximo.

Onde gastamos o resto? A tomar banho, lavar mãos e dentes? Seja como for, é muito, e não adianta andarem a dizer-nos que é preciso poupar, enquanto as rotundas são regadas ás 4 da tarde, e o desperdicio por parte das autarquias é mais do que muito.

Como se viver sem àgua já não fosse um grande fardo, li também a semana passada no Público que ao ritmo de producão (e de gasto) actual, as reservas de petróleo acabarão dentro de 45 anos.

Um barril, é quanto consome em média uma familia deste rectângulo à beira mar plantado. Ora, pelas minhas contas uma familia da terra do macaquinho Bush, com carros de 2500 de cilindrada e gasolina ao preço da chuva deverá gastar um puco mais...

Tentei imaginar o mundo daqui a 50 anos. Não consegui.

Tédio

Se há coisa que me irrita nesta vida é não ter nada para fazer. O meu cérebro começa a entrar em tal paranóia que me deixa num estado de completa demência.

Enquanto que, na semana passada quase nem tive tempo para respirar, esta tem sido qualquer coisa de outro mundo. O tempo também não tem ajudado, é verdade, mas o problema é mesmo não ter aquela "coisa" que me empurre porta fora. Eu nem quero nada de outro mundo, só queria estar tipo ocupado. Eu que ainda há uns tempos me queixava por estar ocupado demais...

No fim de semana vão começar as festas da minha terriola, e como sempre lá está o moço ajudar a montar o estaminé e a fazer correr a coisa. Nada como estar com o pessoal da "cor" a fazer algo de útil. E espero voltar a ficar feliz e contente, sem pensar em mais nada senão em barris de cerveja, palcos, copos e afins. O tédio mata-me...

terça-feira, 9 de agosto de 2005

Sniff sniff...

Hoje é um daqueles dias em que precisava de um abraço bem apertado. E de um beijo. E já podia dormir descansado.

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

Surpresa

Ontem vi a minha vida a andar para trás. De repente, na serra da Lousã, vi-me no meio de um incêndio, eu que só tinha ido lá para dar um passeio, estava a poucos metros das chamas.

Por sorte não havia vento. Mas é tão estranho ver as chamas a avançar na nossa direcção e não poder fazer nada. É um sentimento de impotência tão grande, ver os bombeiros a tentar apagar um fogo que avança até não ter mais nada para queimar. Felizmente a serra está relativamente limpa e a situação foi controlada pouco tempo depois com a ajuda de maios aéreos.

Eu que só queria passar um dia descansado, apanhei um susto de todo o tamanho. Não devo voltar lá tão depressa...

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Is it?

"All I want it's not what I want
All you want it's never what I need
Still I tried, like a perfect mirror I do what I see fit
All you want is all I give, all is right
Inside, only pain is real"

Silence 4, Only pain is real

Please

So you never knew love
Until you crossed the line of grace.
And you never felt wanted
Till you'd someone slap your face.
So you never felt alive
Until you'd almost wasted away.

You had to win, you couldn't just pass
The smartest ass at the top of the class
Your flying colours, your family tree
And all your lessons in history.

Please, please, please
Get up off your knees.
Please, please, please, please...

And you never knew how low you'd stoop
To make that call
And you never knew what was on the ground
Till they made you crawl.
So you never knew that the heaven
You keep you stole.

Your Catholic blues, your convent shoes,
Your stick-on tattoos now they're making the news
Your holy war, your northern star
Your sermon on the mount from the boot of your car.

Please, please, please
Get up off your knees.
Please, please, please
Leave me out of this...

So love is hard
And love is tough
But love is not
What you're thinking of.

September, streets capsizing
Spilling over down the drains
Shard of glass, splinters like rain
But you could only feel your own pain.

October, talk getting nowhere.
November, December; remember
We just started again.

Please, please, please
Get up off your knees
Please, please, please, please...

So love is big
Is bigger than us.
But love is not
What you're thinking of.
It's what lovers deal
It's what lovers steal
You know I've found it
Hard to receive
'Cause you, my love
I could never believe'.

U2, Please

Quem quer rir?

Estou tão atordoado que não sei bem o que escrever. Na terça feira fui a Lisboa para tentar matar um fantasma, mas em vez disso encontrei um monte de peças soltas e fiz um puzzle.

Resultado surpreendente, o que saiu de lá, mas apesar de tudo o fantasma continua vivo, e penso que nunca me irá deixar...

Não consigo dormir, não tenho vontade de comer, não consigo chorar... Rir, rir é o que quero. Mas preciso de alguém para rir comigo e ainda não encontrei ninguém. Porque é que não percebem a piada?

Será que ela não existe? Continuo à espera. E o fantasma está aqui...

domingo, 31 de julho de 2005

1º de Agosto

É amanhã dia 1 de Agosto
E tudo em mim é um fogo posto
Sacola às costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sozinho
Todos os anos em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo pra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada a dizer
Sorriso aberto de puro prazer
Todos os anos em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Xutos & Pontapés, 1º de Agosto

quarta-feira, 27 de julho de 2005

Jantares & Companhia

Depois de um fim de semana um pouco atribulado, eis que consigo chegar a casa a horas decentes, pelo menos segundo o ponto de vista do meu pai. Entre noites bem passadas e com muito álcool dentro do bucho consegui chegar a duas ou três conclusões.

Uma delas é que por muito que o tempo passe nós mudamos muito pouco, ou seja, por dentro estamos iguais ao que eramos hà um par de anos. Rimo-nos pelas mesmas coisas, falamos do mesmo, temos as mesmas afinidades, franzimos o sobrolho ao ouvir certas histórias e depois deste tempo todo ainda conseguimos falar com os olhos, quais espelhos da alma, é claro que os segredos continuam a ser os mesmos (mas só para alguns). O que um jantar nos pode lembrar...

Outra das coisas que percebi é que devo viver no local errado do mundo, porque quase toda a gente pensa de uma maneira diferente da minha. O que se torna muito estranho, talvez até um pouco ridiculo. E não estou a falar da teoria das formigas, que admito pode causar estranheza a algumas pessoas, mas sim da minha maneira de ver as coisas...

E mais uma vez, posso voltar a dizer que nada corre como nós pensamos que vai correr. Tudo aquilo em que depositamos grandes expectativas, transforma-se numa barraca, assim como as coisas mais improváveis acontecem quando não estamos à espera...

E agora, toca a recuperar horas de sono que ainda não consegui ir à praia, e estou a precisar de bronze. Amanhã de manhã Figueira aqui vou eu, quer chova ou faça sol...

Para terminar, encontrei um vinho maravilhoso a um bom preço, Esteva, no Continente.

Autógrafo

Um rabisco numa folha de papel, num livro, numa camisola, ou em qualquer outra coisa, tem sobretudo um valor sentimental.

Não aqueles que se vão buscar a um centro comercial à hora marcada. Para mim autógrafo para o ser, ter que ser ganho. Como o último que consegui, este sábado. No fim do concerto daquela que para mim é a melhor banda nacional neste momento, lá vou eu armado em pimpão ao contentor que servia de "camarim" pedir um rabisco à Manela e restante Clã. Concedido, pois claro, ou não estivesse eu todo o concerto na linha da frente, literalmente. Assim vale a pena. E fica a promessa, se sexta feira este humilde rapaz ganhar o euromilhões, daqui a mais ou menos um mês iremos ter os Pink Floyd a tocar em Coimbra, com a primeira parte assegurada pelos Clã e Ornatos Violeta. Alguém quer bilhetes?

Chuva

Finalmente cai àgua nesta terra, que desde Maio não sabia o que era chuva. Estragou-me o churrasco mas trouxe-me aquele cheirinho maravilhoso de volta...

"We need the rain to wash away our bad luck..."

sexta-feira, 22 de julho de 2005

I´m drunk

Estou de férias, finalmente...

Cheguei agora a casa depois de um "espectáculo" completamente decadente do Marco Paulo. Decadente, porque nem ele sabe cantar, nem as pessoas que estavam lá o queriam ouvir...

Entrentanto maquei um jantar com o pessoal da minha turma do 12º para sábado, e ao vê-los há algo que me intriga... Todos estão conformados com a vida, pensam em acabar o curso para começar a trabalhar. Eu quero ver o mundo, quero viajar, e acabar o curso também. Mas tenho a certeza que se não gozar um pouco da vida agora, depois não vou conseguir...

No meio de toda aquela gente há uma pessoa que se destaca...

Há quatro anos atrás, mais coisa menos coisa, discutiamos o que era o amor... Para ela era algo tão forte que até alguém que pudesse não saber nadar, ia ao fundo do mar para salvar a pessoas amada. E eu achava que era aquilo que nos fazia dar um coração, um figado, ou qualquer coisa do género, para que o outro sobrevivesse.

Ainda hoje penso assim, já não sei o que ela pensa, apenas sei que avida por vezes nos leva a sitios onde não queremos estar...

E por hoje já chega de palavras. Estou de férias.

terça-feira, 19 de julho de 2005

Fogo

Perto da minha aldeola, tipo a uns 6,7 quiilometros, existe um Paúl, zona protegida, por sinal. Nesse Paúl existem algumas espécies protegidas, entre as quais duas lontras que são o ex-libris lá do sitio. Também algumas aves migratórias vão passando, para além daquelas que acharam graça ao local e acabaram por ficar.

O dito Paúl fica numa espécie de vale e é atravessado por algumas valas, acho que não se chama rio a coisas tão pequenas. Perto existem alguns campos de arroz e está claro, duas povoações, uma de cada lado. Ora entre as povoações "existe" uma mancha de pinhal, que por estar perto do dito paúl, apesar de não fazer parte dele, é considerada zona protegida, logo não se pode construir por perto.

Então não é que no prazo de uma semana, naquele pedaço de pinhal já houveram três incêndios. Ardeu um bocado na quinta, mais um pouco no domingo, hoje outro tanto... E os bombeiros sempre a lutar contra as chamas. Será fogo posto? Hummm... Conheço vários bombeiros que dizem que é a única hipótese, até porque daqui a poucos anos aquilo vai dar um óptimo sítio para uma urbanização. Mas eles não desistem, e dia após dia quando toca a sirene, lá deixam os empregos e o que mais for preciso para tentar travar o produto da inconsciência de um qualquer obcecado por betão e tijolo...

Agora é só esperar que deitem o fogo ao que resta. Mais dois dias devem chegar.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Branca

Pior do que ir para um exame ser saber nada, é ir para esse mesmo exame a saber muito, e chegada a altura de pôr o que se sabe no papel a caneta não escrever.

Quando todos os nossos pensamentos estão noutro lado, não há raciocinio que resista. Sim, porque para mim decorar sempre foi fácil, agora pensar.... Só quando a cabeça deixa. Hoje não deixou.

Espero que quinta-feira a poeira já tenha assentado, porque ainda falta um exame para acabar aquele que está a ser um semestre inesquecivel. No pior sentido!

Algures no centro da Europa...

Querida pequenina
És o Sol
Que me ilumina
Tens a luz
Que me fascina
Onde estás?

Passa tempo passa
Cai fundo
No esquecimento
Não oiças
O meu lamento
Onde estás?

Onde estás?

Xutos & Pontapés, Pequenina

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Genial

Ouvi hoje de manhã um homem que tinha uma ideia brilhante para resolver a crise no nosso país.

Dizia ele que "...se Portugal recebe diariamente 13 milhões e meio de euros, da união europeia, e muito desse dinheiro é mal gasto, de certeza que ao fim do ano faltam dois ou três dias de pagamento. Então, em vez desse dinheiro ir todo para os mesmos bolsos, porque não distribuir o dinheiro de um dia por todos os portugueses. Tendo em conta que somos mais ou menos 10 milhões, dava mais de um milhão de euros a cada um..."

Pareceu-me uma bela ideia.

terça-feira, 12 de julho de 2005

Grupos

Agora que passou quase uma semana desde que quatro merdas decidiram espalhar o terror em Londres há algo que me preocupa cada vez mais.

As pessoas deste país estão cada vez mais preocupadas em pôr as pessoas (e não só) em pequenos grupos. Entre o mais conhecidos e citados estão os pretos, os chineses, os "monhés", a bófia, as claques, os skinheads, os drogados, os politicos, oa caçadores....

Este facilitismo preocupa-me. Eu desde que estudo em Coimbra conheço gente de todas as cores, credos e modos de vida. E aprendi a não colocar as pessoas nos ditos grupos, que sendo tão heterógeneos, não servem para classificar ninguém.

Mas o que me deixa mais indignado no meio disto tudo é sermos difamados, mal entendidos e por vezes até olhados de lado simplesmente por estarmos dentro de um destes grupos. Não é por eu pertencer a uma claque que sou ladrão e vândalo. Nem todos os policias são arrogantes. Os pretos não são todos ladrões. Um skinhead pode ser boa pessoa. Existe gente boa e gente má em todo o lado...

O caso do suposto "arrastão" é um exemplo desta maneira de pensar do nosso povinho. Antes mesmo de haver alguma queixa de furto já tinha sido feito o julgamento em praça pública. E em Londres parece que afinal os "fundamentalistas islâmicos" eram Ingleses...

Faltará muito tempo para que neste mundo, seja possível aceitar cada um como é? Espero que não.

domingo, 10 de julho de 2005

Confiança

Será que sou só eu que sei guardar segredos? É que eles ocupam muito espaço, e crescem, crescem por vezes até se apoderarem da nossa mente, até dar vontade de o contar a alguém. Mas eu resisto, resisto sempre, mesmo naqueles dias em que o álcool se apodera de mim eu continuo a resistir, porque os segredos têm de ser guardados. E qual a maior prova de confiança numa pessoa se não contar-lhe um segredo?

E agora pergunto como posso eu voltar a confiar em pessoas, que me contam segredos em segunda mão. Segredos que lhes foram confiados e que deviam estar guardados a sete chaves. Até que ponto posso voltar a confiar?

Os segredos são de quem os souber guardar

Sei que é um segredo
Eu não conto a ninguém
Só falei a um que é teu amigo também

Diz-me o que é que ele disse
O que é que ele achou
Sobre aquilo que nós dissemos
Diz-me ele acha-me o quê
E se ele sabe o porquê
De tudo aquilo que nós vivemos

Os segredos são de quem os souber guardar

Sei que é um segredo
Eu não conto a ninguém
Era tudo mais fácil se eu estivesse lá para ouvir
Eu não conto a ninguém
Era tudo mais fácil se eu estivesse lá para rir
Eu não conto a ninguém

Sei que é um segredo
Isso é fácil de ver
Se é que ainda o é
Mas como vais tu saber

Diz-me o que é que ele disse
O que é que ele achou
Sobre aquilo que nós dissemos
Diz-me ele acha-me o quê
E se ele sabe o porquê
De tudo aquilo que nós vivemos

Os segredos são de quem os quiser guardar

Basta que entre nós exista
E ao silêncio já não voltas
Não sei como foi nem quero amanhã calar eu espero

Era tão mais fácil quando era a minha vez de me vir
Eu não conto a ninguém
Tão mais engraçado quando eu me lambuzava a ouvir
Eu não conto a ninguém

Diz-me o que é que ele disse
O que é que ele achou porque eu não conto a ninguém

Pluto, A vida dos outros

quinta-feira, 7 de julho de 2005

Again

Mais uma vez voltaram a atacar. Não os amigos do cherne, mas sim o peixe miúdo. Que não tenham chegado aqui.

"À guerra não ligues meia,
porque alguns grandes da terra,
vendo a guerra em terra alheia,
não querem que acabe a guerra"

"Quando os homens se convençam
que a força nada faz,
serão felizes os que pensam
num mundo de amor e paz."

"Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande."

António Aleixo

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Imaginem o que seria

Se metade dos 200 mil que estiveram no sábado em Hyde Park pusessem hoje os pés a caminho de Gleneagles...

Não seria assim de certeza.

terça-feira, 5 de julho de 2005

Quase...

Quinta-feira pela hora de almoço vão restar "apenas" quatro exames para eu poder dizer que estou de férias. Entretanto ainda faltam 20 dias de estudo, que cada vez mais são 20 dias de tormenta. A vontade de não fazer nada é cada vez maior...

Ainda não sei onde vou passar os meus dias de Verão, sei que espero arranjar um emprego, pois tenho de começar a poupar dinheiro para a minha grande viagem, que espero fazer para o próximo ano. Ou quem sabe se não será só para o outro.

Uma coisa é certa, uns diazinhos a vegetar em qualquer lado onde haja areia fininha, esplanadas e bares ninguém mos tira. Preciso de voltar a ver o mar, que já não vejo há 2 meses. Preciso de voltar a trocar os dias com as noites, uma vez que noção da semana já não existe. Por enquanto dias são todos iguais e monótonos.

É isto que detesto na época de exames. Como não posso estudar acompanhado, senão faço tudo menos estudar, castigo-me e fico em casa, na terrinha da pasmaceira, onde não se passa nada. Restam-me duas idas ao cafézinho cá do sitio para tentar pôr a conversa em dia, mas por aqui não há motivo de conversa. A única coisa que esta gente faz é dizer mal dos outros. "Sabes o que fez a prima do tio do neto do Manel??".

Não vou a Coimbra desde sexta, mas mais parece que não ponho lá os pés há meses. O tédio instala-se e lá volto eu para casa mergulhar os olhos numa pilha de folhas que não interessam nem à minha cadela, mas pelos vistos não é o que os senhores professores acham...

sábado, 2 de julho de 2005

Live 8

Tenho estado a seguir pela rádio os concertos e apesar de achar que por detrás desta organização estão outros interesses, é impossível ignorar que em Philadelphia estão a assistir 1 milhão de pessoas e em Londres 200 mil. Para àlem disso é possível ver actuar novamente a melhor banda que já passou pela face da terra.

Aqui ficam algumas declarações no seu original:

Annie Lennox:
"Africa is a can of worms. It's very, very
complicated, but we have to make a start. We cannot walk
away from genocide, which is what we've been doing. Thank
God for Bono, thank God for Bob."

Robbie Williams:
"I just got in off a plane from America
yesterday and I'm a bit tired. I haven't done anything for
two years, I haven't played a gig for two years."

Live from Rome, Stefano D'Archangelo:
"This is our Woodstock, it's the biggest concert I've ever
seen"

Roger Waters sobre a reunião dos Floyd:
"It seemed like a good opportunity for reconciliation to have a small
victory over rancour. Life's too short otherwise"

Bono Vox:
"We are not looking for charity, we are looking for
justice"

Que pensar de tudo isto?

Gosto de ti

Depois do que li e disse aqui, cheguei à conclusão que por vezes aquilo que muitos daqueles que nos rodeiam não sabem o valor que têm para nós. Então pus mãos à obra e desde quarta-feira que ando a espalhar palavras de afecto.

Ainda ontem fui ter com três pessoas para lhes dizer qualquer coisa do tipo "Gosto de ti", "És um exemplo de vida"... A reacção foi de surpresa, ou talvez de espanto e a resposta não tardou "Mas estás a dizer-me isso porquê ?", e da minha boca saiu um "É o que sinto, acho que o devo dizer".

E vou fazer isto até que me apeteça a todos aqueles que eu acho que fazem parte da minha vida, e dos quais eu vou sentir a falta quando desaparecerem um dia.

quinta-feira, 30 de junho de 2005

Capa

Eu adoro a minha capa. Olhei agora para ela e achei que já merecia uma homenagem. De facto, foi a melhor compra que fiz até hoje, para álem do resto do traje, como é obvio. Desde o momento em que foi baptizada com alguns litros de vinho (não estou a exagerar), que me tem seguido quase para todo o lado.

Não sei do que é que é feita, mas é quentinha de inverno e ainda mais de verão, é impermeável e não ganha cheiro. A versatilidade é outro trunfo, pois nas minhas mãos já serviu para quase tudo. Agasalho, bandeja, guarda sol, toalha de praia e de mesa, lenço para secar lágrimas, almofada, manta e cobertor. Durante a queima também serve muita vez de casa de banho ambulante.

Para além de tudo isto, foi de capa aos ombros que vivi momentos que me marcaram profundamente. Aquele funeral debaixo de uma tromba de àgua, assim como uma serenata que não consigo descrever com palavras.

Mas o que a minha querida capa tem de mais belo são uns "pequenos" rasgos do lado direito. Aqueles que foram feitos pelos meus amigos em noites muito bem passadas... E onde alguns vêem bocados de pano rasgados eu vejo um prolongamento das marcas que também estão no meu coração.

Mal posso esperar para a voltar a pôr aos ombros.

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Diz-me...

Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?

Quando o teu cheiro me leva às esquinas do vislumbre
E toda a verdade em ti é coisa incerta e tão vasta
Quem sou eu para negar que a tua presença me arrasta?
Quem és tu, na imensidão do deslumbre?

As redes são passageiras, as arquitecturas da fuga
De toda a água que corre, de todo o vento que passa
Quando uma teia se rasga ergo à lua a minha taça
E vejo nascer no espelho mais uma ruga

Quando o tecto se escancara e se confunde com a lua
A apontar-me o caminho melhor do que qualquer estrela
Ninguém me faz duvidar que foste sempre a mais bela
Por favor, diz-me que és alguém, de novo?

Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?

Jorge Palma, Quem és tu, de novo

Grazie

Hoje aprendi uma lição.

Obrigado a quem ma deu.

domingo, 26 de junho de 2005

Saudade

Estou prestes a perder alguém na minha vida. E tão depressa...

Há lugares que por ficarem demasiado longe se tornam inacessiveis para nós, a distância dita as regras e as probabilidades de nos podermos voltar a ver são muito, mas mesmo muito remotas.

No entanto ficam as memórias... E eu nunca vou esquecer aquele sorriso, nem tão pouco aquele olhar.

Mas quem sabe se um dia...

terça-feira, 21 de junho de 2005

15

Daqui a um mês vou completar o meu 15º ano lectivo. Ou seja, há 15 anos que a minha vida se resume a estudar, mas não só.

Durante todo este tempo conheci centenas, ou porque não milhares de pessoas, entre as quais estão os meus 6 amigos (três amigos e três amigas para ser mais exacto), e dezenas de bons companheiros. Mas nem só de amigos foram feitos estes anos, também houveram paixões, encontros e desencontros, viagens, passeios, discussões, amor e ódio, desilusões e a sempre desagradável morte.

Para além disto tudo sobra uma outra classe de pessoas, os professores. E eles há os bons e os maus. E uma das coisas que mais gozo me dá é ir a qualquer lado e atravessar a estrada para cumprimentar um daqueles professores que me marcou, por acaso não eram os que me davam melhores notas, mas sim os que não estavam no grupo de pessoas de nariz empinado. Aqueles que não me tratavam pelo meu nome, que detesto, mas sim pela minha alcunha. Aqueles a quem era possível perguntar se a gripe do filho já tinha passado, ou se tinham gostado do jogo de domingo. Aqueles que ao verem um olhar mais triste diziam que precisavam de falar no fim da aula, e alguns que depois de três anos de aulas já não eram o professor ou a professora, eram parte do nosso grupo que ia fumar o cigarrinho no intervalo. Os que hoje passam por mim, lembram-se do mau nome e não o dizem.

É tudo isto que ainda me dá ânimo para continuar, apesar deste estar a ser um dos meus piores anos, eu não quero deixar de ganhar gente como a que fui ganhando ao longo de todo este tempo. É que para setembro chega carninha fresca.

CALOOOOIROS

sábado, 18 de junho de 2005

Hey You!!!

Hey you, out there in the cold
Getting lonely, getting old
Can you feel me?
Hey you, standing in the aisles
With itchy feet and fading smiles
Can you feel me?
Hey you, don't help them to bury the light
Don't give in without a fight.

Hey you, out there on your own
Sitting naked by the phone
Would you touch me?
Hey you, with your ear against the wall
Waiting for someone to call out
Would you touch me?
Hey you, would you help me to carry the stone?
Open your heart, I'm coming home.

But it was only fantasy.
The wall was too high,
As you can see.
No matter how he tried,
He could not break free.
And the worms ate into his brain.

Hey you, standing in the road
always doing what you're told,
Can you help me?
Hey you, out there beyond the wall,
Breaking bottles in the hall,
Can you help me?
Hey you, don't tell me there's no hope at all
Together we stand, divided we fall.

Pink Floyd, Hey you

sexta-feira, 17 de junho de 2005

Deambular

Eu adoro deambular. Adoro passar na rua e fitar as pessoas (nem sempre elas gostam), adoro olhar para as casas por que passo todos os dias e reparar num pequeno pormenor, hoje um bocadinho de ferrugem, amanhã um tapete roto. Adoro ver o rio de perto, o mesmo rio que ao longe parece um espelho e que de perto tem plásticos a boiar. Gosto de entrar num qualquer café pedir o que quero e sentar-me até me doerem os olhos de observar tudo à minha volta. E andar, adoro andar, às vezes perdido por ruelas que nem sequer sabia que existiam.

Gosto de sentir o cheiro da terra quando a chuva cai, a areia a fugir por debaixo dos pés num passeio na praia, e gosto de passar longas horas a conversar, ou simplesmente calado. Sim porque há alturas em que não são precisas palavras para manter uma conversa.

E é por isso que nestas alturas, em que tenho que estar preso a um monitor e a um monte de papeis, o meu mundo se transforma em algo sem sentido. Mas daqui a pouco mais de um mês vou voltar a ser livre.

Quero voltar a sentir...

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Desencontrados

Porque é que um convite para 3 dias a passear pelo país, sem destino, num carro alugado tem de surgir em época de exames?

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Ressaca

A todos aqueles que pensam que tentar estudar com os cornos cheios de sangria, vinho e cerveja e um hálito com cheirinho a sardinha eu digo:
NÃO É!

domingo, 12 de junho de 2005

Algo mais?

Cada vez mais me pergunto se existe algo mais que nós proprios a controlar o rumo da nossa vida. Porque eu não consigo entender aquilo que me está a acontecer, e não fiz nada para nem por isso.

Depois de três anos a estudar em Coimbra, e com os meus conhecimentos limitados a um grupo de velhos amigos, os novos colegas do curso e mais uma ou duas pessoas que surgiram entretanto, que a minha vida tem sido um bocado monótona. As mesmas pessoas, as mesmas conversas, os mesmos hábitos, enfim uma rotina que às vezes dá vontade de contrariar.

E por estranho que pareça, sempre que conheço gente nova eles são afastados de mim, não sei porquê mas tem sido sempre assim. Ainda a semana passada conheci um grupo de gente fantástica, comecei a fazer amigos e agora estão todos a fazer as malas para voltarem para casa.. Alemanha e Itália são o destino. E só as recordações ficam. Recordações daquelas noites passadas numa esplanada ou numa cozinha a conversar em quatro linguas diferentes, tocados por um copo (ou chávena) de vinho , a rir de tudo e de nada e a descobrir que há muito mais na vida do que aquilo que conhecemos.

Anna e Sasha, até sempre.

sexta-feira, 10 de junho de 2005

Porque hoje é dia de Portugal

Tiveste gente de muita coragem
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória

Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Tiveste muita carta para bater
Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta

Esbanjaste muita vida nas apostas
E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças

Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Jorge Palma, "Portugal, Portugal"

De Camões

Ou fazendo que, mais do que a de Medusa,
A vista vossa tema o monte Atlante,
Ou rompendo nos campos de Ampelusa
Os muros de Marrocos e Trudante,
A minha já estimada e leda Musa
Fico em todo o mundo de vós cante,
De sorte que Alexandro em vós se veja,
Sem à dita de Aquiles ter enveja.

Luís Vaz de Camões, "Os Lusíadas" X-156

E das Comunidades

"A palavra Saudade só existe em Português, mas nunca falta um Homem se o assunto é a ausência"

Gabriel o Pensador, Tás a ver

quarta-feira, 8 de junho de 2005

Frases Soltas

"A pobreza, quando apanha uma pessoa, vai roendo por dentro. Afecta a autoestima, baixa o nível de aspirações, leva ao conformismo."

"Acusam-se os pobres de preguiça, de falta de iniciativa, como se fossem traços de personalidade, quando são consequências da pobreza. É como culpar alguém que tem uma infecção de ter febre."

"Pelas minhas contas, se cada pessoa que não é pobre consumisse quatro por cento menos, dava para cobrir toda a pobreza em Portugal."

Alfredo Bruto da Costa, Noticias Magazine, 23/09/2001

Até Quando?

Agora que acabaram as aulas e há trabalhos para fazer e matéria para estudar, nada melhor que passar uns dias na terrinha onde não há tanto barulho nem convites para beber uns copos e ir à praia.

A minha aldeia está completamente esburacada, agora que as eleições estão à porta acharam que era preciso por a rua principal bonita, mas não é disso que quero falar.
Ontem estava eu no cafézinho cá do sitio quando aparece um "homem" dos tais que anda a arranjar a dita estrada, aparentava ter uns 20, 25 anos e uma ligeira deficiência mental. Trazia um camisolão vestido.

Hoje pela manha a minha mãe veio pedir-me umas t-shirts que já não usasse. Perguntei-lhe para que as queria e ela contou-me a história do tal "homem".
Aqui vai:
- Deficiente mental que fugiu de casa dos pais há pouco tempo, entretanto foi viver para casa de uns tios que lhe dão comer e o levam ao hospital de mês a mês, como já teve 3 AVC's tem que fazer exames periodicamente, o dinheiro que ganha entrega-o à dita familia, que fica com ele. O "homem" não tem dinheiro para comprar uma mísera garrafa de àgua muito menos para ter algo mais do que aquele camisolão no corpo. A roupa foi para ele.

Longe da imagem do jardim à beira-mar plantado o nosso país está cheio destas histórias...

Até Quando???

terça-feira, 7 de junho de 2005

Há dias assim...

Porque há dias em que nada parece dar certo, dias em que até o jornal que compramos não traz as noticias que queriamos ler, dias em que mal acordamos temos logo vontade de dormir.

Hoje foi um desses dias, e eu já estou acordado há muito tempo.

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Como a àgua

Hà pouco viraram-se para mim e disseram:

-Foda-se, tu és como a àgua
-Porquê?
-Vais para onde te levam. Não vale nada tentar fazer barragens que tu não paras. Qualquer dia morres na praia.

E ainda estou a pensar nisto....

Jantares

No sábado fui jantar com um pessoal amigo de um primo meu. Ainda pensei duas vezes antes de aceitar o convite mas quando ele me disse que era um churrasco com gente do Erasmus lá fui eu todo contente.

E não podia ter sido melhor. Fizemos o tal churrasco no parque da canção, ali mesmo onde foi a queima, juntinho ao rio com aquela imagem fantástica da torre lá no cimo a iluminar a noite.
O curioso disto tudo é que foi preciso vir pessoal da Itália e da Alemanha para me mostrarem como é que com pouca coisa se faz uma noite tão boa.

Para além da comida que eu não consegui comer por causa do meu dentinho novo que decidiu nascer na sexta-feira, houve muita bebida, sem copos (esquece-se sempre qualquer coisa) e quando dei por mim eram quase seis da matina e eu estava em casa de alguem que tinha conhecido há poucas horas, a beber um chá, a conversar sobre tudo e sobre nada. Cada vez mais me convenço que vale mais uma noite passada desta maneira, do que milhares daquelas que se passam em discotecas e bares manhosos, às vezes sem conhecer nunguem...

E agora estou ansioso por poder voltar aquele lugar com as mesmas pessoas, ou quem sabe com outras e repetir aqueles momentos fantásticos.

terça-feira, 31 de maio de 2005

Estufas

Todos aqueles que como eu andam de transportes publicos já se devem ter apercebido da nova moda que parece que pegou de estaca (ou será que foi só na minha bela terrinha??? ).

Passo a explicar. Uma vez que os autocarros (não os amarelinhos da cidade, mas sim os outros) que por aqui andavam começaram a envelhecer e o pessoal de Inverno queixava-se por causa do frio, houve uns senhores que tiveram a bela ideia de arranjar uns "novos" agora para o verão.

E onde é que as maravilhosas mentes os foram desencantar? À Alemanha pois claro. Esse belo país quase tropical. Por fora têm optimo aspecto, muito lavadinhos e até que nem deitam muito fumo, mas pasmem-se lá...por dentro não têm janelas, ou melhor, têm umas aberturas minúsculas, ideais para deixar entrar um bocadinho de ar (só um bocadinho mesmo), ideais para o clima alemão, pois claro.

E o triste portuga tem de continuar a viver com os restos e com o cheiro a sovaco do vizinho ocasional. Não há pachorra para esta terra...