quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Egoismo

«A ultima carta escrita por Maria do Rosário Pinto não podia ser mais cruel. O destinatário era o marido, de quem se tinha separado há semanas: "Vou matar-me e tu vais ficar sem as duas coisas que mais amas no mundo." Às duas da manhã de terça feira, Maria cumpriu a sua terrível promessa. Arrancou os filhos da cama (Cristina de dez anos, e António de sete) e meteu-os dentro do carro, ainda de pijama. Dirijiu-se à margem do rio Tâmega, perto de Marco de Canavezes e acelerou para dentro de àgua. Morreram os três afogados, perante o olhar atónito de um casal de namorados que assistiu à tragédia, depois de ter ouvido os gritos aflitos das crianças. O marido, Francisco Cardoso, terá tentado suicidar-se quando soube da tragédia.

Conta-se que o casal estava prestes a divorciar-se depois de anos de uma relação feliz»

na "Focus" de hoje;

Li isto esta tarde enquanto esperava por um autocarro. Ao mesmo tempo um homem pescava no Mondego, que por esta altura tem uma corrente que nem aos olhos dá descanso, indiferente a tudo. Enquanto a àgua corre, o mundo vai ficando louco...

domingo, 26 de novembro de 2006

Pressas

O homem do jornal, sabe o que quero comprar, dependendo do dia, tal como a senhora do café sabe como há-de tirar o meu, curto e sem açúcar. Depois há a funcionária da escola e o bom dia que quase ninguém diz, mais os vizinhos e o motorista do autocarro. Eu gosto de ter as coisas assim, não quero um café dado por uma máquina nem um jornal comprado num hipermercado, mas o que acho é que tudo está a acabar. A pressa está a matar o tempo de trocar sorrisos...

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Metáfora

E se um dia ao pensar em calor, o sol aparecesse de repente?

Já o Sérgio dizia que a vida é feita de pequenos nadas...

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Vidas

Temos que aproveitar tudo aquilo que temos, seja muito ou pouco. O que importa é aproveitar. Conheci ontem duas pessoas que fazem disto um modo de vida. Espremer, espremer tudo da vida até à ultima gota. Trabalhar por gosto e gozar por prazer. É bom conhecer gente assim, que mesmo a envelhecer não se esquecem do que é realmente importante. Valeu a pena a (curta) viagem.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Assobios

Esta quarta feira fui ver a selecção e algures a meio do jogo dei por mim a a pensar se seriamos nós o povo do assobio.

Quem mais é irresponsável ao ponto de assobiar para o ar quando erra e ao mesmo tempo intolerante para assobiar todos os que por vezes falham? Curioso não?

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Escolhas

Fala-se agora muito por ai do aborto e do bem e mal que pode trazer ao mundo.

É das tais coisas que não entendo como pode causar tanta polémica. Mas com que direito posso eu mandar noutra pessoa?

E de tudo isto nasceu a minha analogia com os aparelhos dos dentes, desses que agora andam pelas bocas do mundo, com as mais variadas cores e feitios. Há uns aninhos atrás quando tinhamos um dente torto ou algo do género, desde que não causasse dores e não fizesse de nós um autentico monstro a solução era não fazer nada de especial. Hoje em dia por tudo e por nada lá vai toda a gente ao dentista para escolher qual a cor que fica melhor.

E que conta a minha opinião para isso? Nada. Quero lá saber quantas pessoas andam a pôr aparelhos sem necessidade. Problema deles. Eu não pus porque achei que não devia.

Querem abortar? Abortem! Não tenho nada a ver com isso... Nalgumas situações sou a favor, noutras sou contra, mas a opinião é minha. Acima de tudo acho que deve haver igualdade e liberdade de escolha, uma vez que Espanha está muito perto mas só acessível a alguns. Será que no nosso rectângulo à beira mar plantado ainda não aprendemos a respeitar as atitudes de cada um?

Sem nada, mas com tudo a ver...

domingo, 5 de novembro de 2006

#4

"não vejo um homem para trás
não vejo medo para trás
não vejo portas para trás

meu mal é ver que eu vou bem

todo o mal e todo o bem
cedo voltará a nós
inocente e trágica lição
se uma vida não chegar
hei-de ter cem vidas mais
quantas mais ditar o coração"

Ornatos Violeta, Tanque

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Carrinho Ilegal

A (minha) tradição diz que para o cortejo se rouba um carro do Continente, que depois de bem atestado de gelo e bebidas serve para refrescar muitas gargantas Coimbra abaixo.

O que eu nunca tinha visto era os seguranças lá da tasca a correr atrás dos carros supostamente roubados. É que eu paguei o meu. Afinal não custam cinquenta cêntimos?

sábado, 28 de outubro de 2006

Pluto @latada

Nestes concertos de grupos que não vendem discos aos milhões num sitio onde cabem milhares de pessoas é curioso ver quem anda pela frente do palco. Parece uma espécie de familia onde ninguém conhece ninguém mas todos partilham algo em comum.

Foi um bom concerto, mas curto. O recinto este ano também mudou do pavilhão onde cabiam pouco mais de duas mil pessoas (dizem eles), onde chovia e que ao fim de todas as noites parecia uma sauna para uma moderna tenda onde não é preciso ganhar espaço à lei do cotovelo, onde não chove e até circula ar. Preferia o pavilhão, tinha mistica...

E para já ainda não há história.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Mais um Começo...

Até hoje, para mim, cada latada teve uma história e é por elas que ainda vou conseguindo distinguir os anos.

Começa amanha aquela que será a minha quinta latada, embora ache que não será a última vou por lá andar a pensar que sim.

O meu programa vai ser algo como ir à serenata, ver os Pluto, os Xutos o Leonel Nunes e pela segunda vez em duas semanas o Tio Quim. A ver se há história para contar depois...

sábado, 14 de outubro de 2006

Fim?

Sempre presentes. A meio da tarde num carro vagabundo, ao inicio da noite numa casa velha, mais tarde à hora de jantar e de madrugada nas mãos do Alvim.

Num tempo em que tudo tende a ser efémero sabe sempre bem saber que há quem não esquece, quem gosta, quem tem gosto a ouvir. E há sempre duas maneiras de ver as coisas. Como uma vez li, ou ouvi alguém dzer, qualquer coisa como "Até a rua mais sombria pode ser a mais bela do mundo, tudo depende da disposição de quem a olha"...

O som ficou, as palavras também. Ornatos Violeta, sempre presentes.

Filho de outra guerra no trilho de outra paz...

Eu sei, eu quis demais
E o sonho nada traz
Sonhar seduz a paz

Eu sei eu vi em meu crescer
Que eu vou sempre dar a mim
Imploro a luz e sigo sempre a sombra
Imploro a morte e volto a luz

Alguém pensou em mim a boca da varanda
Eu não senti que houvesse alguma razão para amar
Imploro a queda como quem não quer saber

É tempo de nascer devagar
Não quero ver o fim chegar sem eu nascer
Devagar eu não quero ver o fim sem eu nascer

Quando eu sonho eu levo a minha força até ao fim
E quando o sonho acaba cego eu olho fundo para mim
Não vejo nada alem da tão real ausencia de outra luz
E só por ela volto a minha cruz, a minha cruz

Eu vi meu pai nascer na mesma cama de outros homens
E hoje eu sei, eu aprendi
Já nada importa agora a luz que eu trago de onde vim
Se há luz la fora eu quero que haja luz em mim

É tempo de nascer devagar nao quero ver o fim chegar sem eu nascer
Devagar eu não quero ver o fim sem eu nascer

Vem ver quem vi nascer
É filho de outra guerra
No trilho de outra paz

Alguém entrou em mim
Entrego a minha espada
Eu não senti que houvesse alguma razao para amar

Imploro a queda como quem não quer saber
É tempo de nascer devagar
Não quero ver o fim chegar sem eu nascer
Devagar
Eu não quero ver o fim sem eu nascer

Nascer devagar

Ornatos Violeta, Nascer Devagar

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Aquecimento

O aquecimento para a latada começa amanhã. Recepcção ao caloiro do politécnico.

Quim Barreiros e Fernando Alvim. Adivinha-se uma bela noite...

domingo, 8 de outubro de 2006

Pedras

A cidade está cheia, de vida, de pedaços de vidas espalhados por todo o lado. Em cada ruela, para além das personagens míticas, há histórias à espera de serem contadas. A cidade começa também a ficar cheia de gente nova. Os futuros fazedores de história já enchem as ruas...

Há uns dias atrás foi dia de ir ao baú buscar as melhores, aquelas que ficam na memória para sempre. Curioso é ver que quase todas tiveram lugar numa qualquer noite mal planeada, passada num canto qualquer, onde a história, aquela, fica escrita para ser lida quando já não houver memória para a contar.

Não é difícil passar em certas ruas e ouvir as pedras a falar. Só assim é possível saber o que lá se passou há muitos anos atrás. As pedras falam para todos os que as quiserem ouvir. E ainda há muita história para contar.

domingo, 1 de outubro de 2006

#3

Um erro. Um simples erro e a vida nunca mais é a mesma. Um acto de egoismo puro que poderia ter morto alguém. Não esqueço, não porque não queira mas simplesmente porque não consigo.

E o que li, mesmo não tendo sido escrito para mim, só faz aumentar a culpa. Mas culpa de quê? Precisava de desligar por uns tempos, queria ter um botão off que me deixasse a hibernar por dentro, pois por fora liguei o piloto automatico. Quase tudo me passa ao lado, as palavras, as pessoas, tudo se transforma num imenso ruído, ondas sonoras sem qualquer sentido.

Sinto que ajudei a roubar um sorriso e só irei ter descanso quando o encontrar...

#2

Roubam-me Deus
Outros o diabo
Quem cantarei?

Roubam-me a Pátria
e a humanidade
outros ma roubam
Quem cantarei?

Sempre há quem roube
Quem eu deseje
E de mim mesmo
Todos me roubam
Quem cantarei?

Roubam-me Deus
Outros o diabo
Quem cantarei?

Roubam-me a Pátria
e a humanidade
outros ma roubam
Quem cantarei?

Roubam-me a voz
quando me calo
ou o silêncio
mesmo se falo

Aqui d'El Rei.
Aqui d'El Rei.


José Afonso, Epigrafe para a arte de furtar

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Mapa

há um sitio mágico escondido algures no tempo, uma espécie de buraco onde o tempo pára e onde tudo ganha uma dimensão diferente.

passo tantas vezes por lá, mas apesar de tudo ainda não consegui fazer um mapa para lá chegar quando quiser.

resta-me vaguear até voltar a encontrar o espaço no meio das horas. podia ser amanhã...

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Lustro

Cinco anos passaram desde que as torres cairam. Muito se fala, pouco se diz. Terrorismo? Sim, de certeza. Resta saber quem são e onde estão os tais terroristas. Eu desconfio de alguém parecido com um macaco, não só fisicamente, mas também a nível mental.

Já agora, acheio bonito o gesto de terem sido lembrados os nomes de todos aqueles que sem terem tido qualquer tipo de culpa, foram apanhados pela queda. Poderiam aproveitar a bondade e fazer o mesmo em relação aos iraquianos e afegãos também apanhados numa guerra que não era a sua.

Também é curioso ver como é que dois livros servem de pretexto para este tipo de crueldade... Uma coisa é certa. não vou esquecer aquele dia tão depressa.

domingo, 10 de setembro de 2006

Há uma semana na minha cabeça...

Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.

Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.

Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.

Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.

Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.

Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.

E diz o inteligente
que acabaram as canções.

José Carlos Ary dos Santos, Tourada

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

"Avante!"

Rumei até à Atalaia para ver como era a festa. Quando há dois meses me lembrei de ir diziam “Aquilo é uma festa de comunistas para comunistas…”. Não liguei e fui lá na mesma. Eu que ando sempre a falar naqueles que se arrastam e fazem as coisas por fazer encontrei ali uma mundo diferente. Centenas de pessoas a trabalhar por uma festa, uma causa, sem receber nada mais do que umas palavras de apreço, sim porque a maioria comprou na mesma a entrada não por obrigação mas sim por solidariedade. Musica, muita música durante os três dias. E um grupo que recomendo a todos, “A Naifa”, um bom projecto com bons músicos e uma bela voz, com alma. Foi deles que saiu para mim o melhor momento da festa. Perante um auditório a abarrotar de gente, apesar do calor sufocante, com a Maria a fazer força para não chorar sempre que acabava de cantar uma canção tal era a força dos aplausos. Fim do concerto, encore com “A Tourada”. Um momento para recordar durante muitos anos. Porque para lá de todos os concertos é disto que é feita a festa. Emoções. A emoção expressa em saltos e danças quando tocava a Tal musica... A emoção de ver o Tim, a fazer uma perninha a solo antes do concerto dos Xutos, não ter mais nada que cantar e começar a “Por quem não esqueci” gritada a plenos pulmões por todos os que por lá estavam. E o Sérgio. O regresso num auditório pequeno para todos aqueles que lá queriam estar. A primeira música, “O primeiro gomo da tangerina”, um discurso engraçado antes de cantar a canção que eu e muitos como eu ansiavam ouvir há muitos anos atrás quando os “Amigos do Gaspar” nos ensinavam a crescer. E muitas, muitas mais cantadas a plenos pulmões por muita, mas muita gente. No palco principal os Xutos fizeram-se ouvir de uma maneira diferente, tal como a mãe de quem acabou com a festa, “Boss AC”, a cantar a “Saudade” de Cesária Évora, mais todos os outros que por lá passaram ao longo de três dias. Nenhum daqueles concertos foi como todos os outros que já vi. Há toda uma envolvente que transforma as coisas… Mas não só de música é feita a festa. Há tanta e tanta coisa. Livros, muitos livros juntos numa grande feira, mais música, mais uma feira, do disco, muito bem composta. Teatro, de palco e de rua, cinema, comida de todo o país, uma delícia… E as pessoas, o povo da paz como lhes chamou um dos meus amigos, velhos, novos, de todo o país, uma mistura de sotaques em todas as ruas… Sem muitos seguranças, sem polícia, sem todo o aparato que costuma ser visto noutros lados não vi desacatos. Curioso não? Camaradas e amigos por todo o lado, uma atmosfera fantástica, apesar de meros desconhecidos havia uma relação entre todos, tudo ligado no sítio onde tudo se oferece em troca de pouco… Grande festa é o que tenho a dizer. Não sei o que mostrou a TV, não sei o que disseram os rádios nem sequer o que veio escrito nos jornais, mas tudo isso deve ter sido pouco. Paralelamente a isto tudo, há a politica. Não me passou ao lado pois até o comício vi, ao sol. Ainda não me conseguiram converter, mas ganharam ainda mais o meu respeito. Pela organização, pela mobilização e pela simpatia. Para o ano penso lá voltar…

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Junta a tua à nossa voz...

Depois do capitalista Rock in Rio, amanhã lá vou eu rumo ao comunista Avante. Será que me vou converter?

domingo, 27 de agosto de 2006

Hasta

As partidas têm destas coisas. Deixam saudades. Um sabor diferente na hora da despedida. Festa feita, malas prontas e uma vida nova ao virar da esquina, neste caso ao aterrar do avião. Mais um sonho que ganhou forma. A teoria mais uma vez posta em prática, o mundo em forma de tangerina a ser espremido. Parece que o sumo é doce.

sábado, 19 de agosto de 2006

Fardos

Será que o espirito que leva alguém a ajudar os outros por mera vontade é o mesmo que declara a recusa de ajudar por obrigação?

É curioso ver até que ponto uma pessoa prescinde das suas férias simplesmente para ajudar a realizar algo. Só pelo prazer de ver as coisas correrem bem e de fazer felizes todos os que trabalharam para tal.

Curioso também é ver os outros, os que trabalham por obrigação e não por gosto, esses a única coisa que queriam era acabar de carregar o fardo. Estranha forma de ver a vida. Andar por andar porque tem que ser...

Agora esses tais, na hora do descanso, dizem e falam e gritam bem alto que a ajuda nem precisa foi, para quê ajudar quem os ajudou se a ajuda nem pedida foi? Valerá a pena mexer uma palha por eles?

Fico cansado de os ver, cansado de os tentar puxar, cansado de os tentar fazer ver as coisas de outro modo. Mas cada vez mais parece que não vale mesmo a pena.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Agosto

Os dias giram, a àgua corre, as pessoas vão passando e o mês que ainda ontem começou está quase a chegar ao fim sem ainda estar sequer a meio.

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Um ano depois...

É amanhã dia 1 de Agosto
E tudo em mim é um fogo posto
Sacola às costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sozinho
Todos os anos em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo pra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada a dizer
Sorriso aberto de puro prazer
Todos os anos em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Xutos & Pontapés, 1º de Agosto

terça-feira, 25 de julho de 2006

Fim

Acabou um ano. Mais um. E agora é tempo de mudar...

sábado, 22 de julho de 2006

Regressos

ás vezes sabe bem voltar a sítios onde não se ia há anos. é engraçado ver o espanto das pessoas estampado na cara por verem alguém no mesmo sitio onde tinha passado umas boas horas da infância mais de dez anos depois.

sabe bem mas é estranho, e vêm à cabeça memórias. memórias como aquele agrafo espetado no dedo que doeu um bocado, memórias de gente que entretanto já saiu de cena, memórias de um tempo em que era suposto andar só de um lado para o outro sem pensar verdadeiramente em nada.

acho que para eles continuo a ser o puto que por lá andava a brincar. o puto que tinha medo de ser assado vivo num forno de lenha. o puto que era esquisito ao ponto de teimar em não comer queijo. afinal de contas ainda hoje não o como.

domingo, 16 de julho de 2006

Estufa

É nestas alturas que acho graça aqueles que teimam em negar o òbvio. Efeito de estufa? Não! Este calor é normal. E falam de anos passados há décadas e não querem perceber que tudo mudou.

Será que eles não pervebem que fumar um cigarro de vez em quando não é o mesmo que fumar dois maços por dia?

Assim vamos começando a viver na famosa estufa. E o cheiro a sovaco nos autocarros amarelos impera dia após dia...

segunda-feira, 10 de julho de 2006

"A terra é um astro quadrado que gira à volta da lua."

A terra é um astro.

A terra gira.

domingo, 2 de julho de 2006

A minha frase

Na cozinha como na vida, o importante é um bom refogado...

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Coisas...

Por estes dias tem estado num centro comercial de Coimbra uma caixa. É uma caixa transparente. No fundo tem moedas e notas, muitas mesmo. A tal caixa está lá para recolher dinheiro para que os bombeiros possam comprar coisas. Também lá está um cartaz em forma de homem a informar que com o dinheiro angariado já foram comprados quatro fatos de protecção.

O que eu pergunto é se há mesmo necessidade de acções destas. Seria tão mais fácil se quando nos cobram impostos nos perguntassem a quem queriamos dar o dinheiro... De certeza que muito dele ia para os tais homens, e mulheres, que muitas vezes deixam as suas vidas para salvar as dos outros, ou por vezes até para não salvar nada mais que umas árvores há muito deixadas ao abandono.

Mas não, enquanto não soubermos definir prioridades no nosso país as forças que vão zelando pela nossa segurança iram continuar a (sobre)viver muitas vezes à custa de restos e esmolas. Será essa uma das diferenças entre um melhor e um pior país? Acho que sim!

sábado, 24 de junho de 2006

Só cansado...

O que há em mim é sobretudo cansaço
— Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser…

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço…

Álvaro de Campos

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Verão

Ontem foi o dia mais longo do ano e só hoje é que dei por isso. Como se até agora todas as horas de dia que o sol me trouxe tivessem sido bem aproveitadas.

Quando chegar o Inverno cá estarei a queixar-me que os dias são curtos. Enquanto são longos vou ficando por casa. Ai Agosto...

sábado, 17 de junho de 2006

Lá fora chove e...

Mais uma vez as peças voltam ao mesmo lugar de sempre. Se é verdade que o mundo dá muita volta, não é mentira que por mais voltas que dê, pára sempre no mesmo sitio.

Se até um relógio parado está certo duas vezes por dia... Acho que o tempo começou a correr a meu favor. Acho.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

" 'cause songs whill help me everytime..."

Não quero que me façam rir. Não tenho vontade de rir, não quero. Só quero estar mal disposto, de mostrar má cara e poder andar pela rua sem me chatearem. Não precisam de perguntar porquê, não precisam de insinuar que a noite foi grande.Não precisam, não têm que... A sério! Não hoje. Hoje quero estar assim. Triste.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

KURVA!!!

"Estranho quando dou por mim num mundo bizarro e mais ainda quando lá o mais bizarro do mundo sou eu"

Manel Cruz, Segue-me à luz

domingo, 11 de junho de 2006

Fußball

E lá começou mais um mundial. Para lá do futebol, adoro ver os estádios e quem por lá anda a fazer a festa. Ver um jogo da Holanda com as bancadas pintadas de laranja é um regalo para a vista, assim como ver as bandeiras, muitas, penduradas em todo o estádio quando a Inglaterra entra em campo. E ontem por momentos arrepiei-me quando a cinco minutos do fim alguns milhares de ingleses cantaram a plenos pulmões o "God save the Queen...". Há dois anos estava no meio deles em Coimbra dentro do estádio. Que inveja...

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Again

Mais uma vez voluntário. Embora sem ter muito tempo desta vez, não podia deixar escapar a opurtunidade. Porque gosto, é saudável, acho que vai ajudar a descontrair no fim de um exame e porque acima de tudo, quanto mais e melhor fizermos nestes dias mais ajudamos esta cidade a ficar bem vista mundo fora.

Campeonato do mundo de ginástica acrobática, no pavilhão multiusos. Apareçam.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

RiR

Sexta-feira, parti rumo a Lisboa, sozinho, para ir ver sozinho o concerto do senhor Waters. E parti sozinho porque aqueles com quem tinha combinado ir acabaram por achar melhor ficar em casa. Fizeram bem. Entre ficar e ir, escolhi ir, e lá fui eu à espera de ter uma noite algo morta, mas o bilhete já estava na mão e eu nunca fui de deixar coisas a meio.

Chegado á capital, mil e uma perguntas na minha cabeça e a vontade de voltar, mas segui. Segui rumo a um sitio chamado bela-vista no meio de Lisboa e que eu não percebo como não está cheio de casas. Qual o meu espanto quando a caminho da entrada lá estava uma grande amiga de tempos passados na fila para entrar. Tinha acabado de chegar com uma amiga dela também.

A primeira coisa que fiz quando a vi foi rir. Foi preciso irmos a Lisboa para nos encontrarmos outra vez. Logo uma noite que estava (estaria?) condenada ao fracasso, foi um sucesso. Entre muitos metros andados para ver tudo o que por lá havia, fomos pondo a conversa em dia, e houve muito para falar... De tudo o que por lá vi a única coisa que me cativou a sério foi a "praia". Areia, palmeiras, puff's, música brasileira e um balcão de cerveja. O ideal para parar um bocado e beber um copo...

Para o fim o melhor. O concerto foi algo fantástico. O som sempre em sintonia com a imagem, a frente do palco com gente que lá estava mesmo para ver o concerto, a mensagem sempre escondida por detrás de cada letra e mais um grupo de "amigos" feito na hora. Desde o inicio até ao fim aquele concerto foi mágico... No meio de tudo uma música ainda não me saiu da cabeça. Uma história contada na primeira pessoa com esta frase no meio "Oh George! Oh George! That Texas education must have fucked you up when you were very small". Para fazer pensar, leiam que é uma bela história.

Fim de noite, no Oriente à espera de comboio para o qual não tive bilhete. Mais uma despedida, duas voltas de metro e o regresso a Coimbra com um sorriso nos lábios. Já falta pouco para Setembro.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Sobras do tempo

Das melhores coisas que hei-de levar desta vida são as conversas da treta. Conversas a horas impróprias em sitios pouco prováveis, por vezes com gente estranha.

Nessas conversas lá calha ficarem no ar certas perguntas... A tal do outro dia, para mim tem uma resposta muito simples. Não, não existem amigos bons e amigos maus. Existem amigos. (ponto).

Ps: Tentem ver a curta-metragem "Respirar debaixo de àgua", o que não consigo dizer aqui está lá.

domingo, 28 de maio de 2006

Fumos

Quando o tempo passa por nós e não damos conta costuma ser bom sinal. Foi o que aconteceu ontem à noite. Há quatro anos atrás havia um grupinho na minha escola, um grupo de 7 pessoas que funcionava um pouco como uma família. Havia sempre mais alguém que entrava ou saía mas aqueles estavam sempre lá, prontos para tudo. Chegou a hora da separação e os elos foram sendo quebrados. Os encontros mais escassos, as conversas mais curtas… Até que chegou a altura, chega sempre, de tentar reunir outra vez. Tentativa falhada, poucos apareceram, mas a surpresa estava lá. Risos. Risos e sorrisos sempre que nos olhávamos, eu ria porque me custava a acreditar naquilo que estava a ver. Fiz as minhas perguntas (que andava para fazer há um ano), tive as minhas respostas. Conversa puxa conversa percebi que não sou só eu que acho que as pessoas são más. Percebi também que há mais gente a achar que há mundo para ver e muitas coisas por fazer. Afinal até já sabia de tudo antes de me ter sido dito. É estranho ver como as pessoas se podem conhecer…

Seis horas passadas ficou no ar uma pergunta. Os amigos são simplesmente amigos, ou há amigos bons e amigos maus? No fim desta noite um sonho, mais um. Uma viagem no horizonte, ou se calhar algo mais. Será desta que o dilema irá ter solução? Uma coisa eu sei, mundo é pequeno, muito pequeno…

sábado, 20 de maio de 2006

Eu Vou

O bilhete para dia 2 já cá canta... E espero que o Roger não desiluda.

Vai mais alguém?

terça-feira, 16 de maio de 2006

Cerejas

Como já disse por aqui uma das coisas que sempre apreciei nas cidades são as pequenas ilhas, quer sejam um bairro, uma rua, ou nesta caso uma loja. Adoro lojas, daquelas pequenas que têm um casal de idosos sem pachora para acabar os dias sentados num sofá. Daquelas que têm a fruta à entrada da porta e um cheiro a pão e bolos lá dentro. Onde se pode comprar quase tudo sem andar muito. Onde depois de duas ou três compras passamos a ser conhecidos e lá vêm os tais sorrisos quando nos vêm entrar.

Hoje de manhã, lá na loja do bairro entrou uma menina bem pequenina que se pôs a olhar para a caixa das cerejas. Olhava e olhava. Lá foi o senhor tirar algumas para lhe dar. E não, não foi por esmola nem caridade, foi por gosto, e a pequenina gostou. Muito. E ele gostou dela ter gostado. Via-se nos seus sorrisos.

Tudo isto para dizer que por entre tantas pessoas más, ainda há muita gente boa.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

As pessoas são más

(Porque há sempre um dia que torna tudo simples, tão simples)

As pessoas são más. As pessoas são más e não querem ser boas. Dia após dia dou por mim a viver num mundo onde o ridículo se sobrepõe a tudo e todos. Em todo o lado, em tudo o que estou metido, em tudo o que vejo e participo ninguém quer fazer nada. Ou melhor não se importam de fazer desde que não tomem decisões. As pessoas de hoje preferem ser paus mandados do que assumir responsabilidades. Não há acção, não se pensa só se critica. E essas pessoas que não mexem uma palha são sempre as primeiras a criticar. Num mundo onde se esqueceu tudo o que é verdadeiramente importante por causa de umas moedas, sim porque hoje só o dinheiro comanda as pessoas, nesse mundo eu vejo muitas portas serem abertas à custa de um sorriso. É estranho para mim ver que o “Bom dia” já não é usado, é também estranho ver que cada vez mais um “Obrigado” teima em sair. As pessoas de hoje não existem, ou se existem escondem-se atrás de máscaras. Não falam a verdade sem beberem primeiro uns copos, porque não confiam em ninguém, e talvez não confiem porque ninguém pode confiar nelas. As pessoas não estão dispostas a mudar um bocadinho o fio da sua vida para ajudar alguém. Não perdem nem dez minutos do seu precioso tempo para dar uma mão. Esse tempo que depois é gasto a fazer coisas completamente fúteis. Fúteis porque não lhes dão prazer, mas sim reconhecimento. O fazer por fazer está instalado neste tempo. E eu não suporto isto. E continuo a tentar lutar contra a corrente, o que não é bom pois fico cansado e sem forças para fazer o que queria como queria. As pessoas podem mesmo deixar morrer as outras porque não abrem os olhos. Em vez de olhar para dentro, olham apenas para fora. E não sentem, não pressentem nada. Qualquer dia hão-de acordar, olhar para o lado e não encontrar ninguém. Mas as moedas estarão sempre na caixa.

Vi nesta queima, numa noite feita manhã, uma pessoa ser abandonada à sua sorte. Fiz o que podia, mas pude pouco. Falhei. “As pessoas não prestam”, dizia ela."Tens razão", disse eu.

Marta

Marta não quer chorar
guarda nela sem ter razão
as negras ondas do mar
tentem ver no cordão
que vos une à razão
quão pior é morrer devagar

Marta não quer chorar
mas seus olhos vertem a dor
de morrer para não matar
é que a vida são
canções de épicos refrões
que farão o mar fluir
só que um dia vão ter de acabar

está é só mais uma canção
não lhe fiz um refrão
porque Marta já está a chorar

Ornatos Violeta, Marta
"Mas quem te ouviu falar
Pensou tudo vai bem
Só que alguém vestiu a pele
Que nunca serve a ninguém
E a dúvida está do meu lado
Mas eu não consigo olhá-la e achar
Ser esse o lado em que ela deve estar"

Manel Cruz, Amigos de Quem

domingo, 7 de maio de 2006

Brutal

Ontem vi aquele que foi um dos melhores concertos da minha vida. Os The Gift estiveram em grande.

Adorei, assim como adorei o empate de hoje à tarde e a serenata de quinta-feira vista a dez metros das escadas, é pena que muitas vezes as pessoas não se saibam comportar, mas isso vai ficar para outro dia. Por agora ouço a voz da Sónia.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Vontade

Bilhete comprado, jantar organizado, trabalho entregue e uma semana de férias. Falta só a vontade que noutros anos sobrava. E falta gente para a festa, entre os que morreram e os que partiram não vou ver algumas caras que antes eram presenças assíduas nestas noites. Para ajudar à festa o tão falado espirito está a morrer e duvido que alguma vez volte a ressuscitar, duvido mas acredito porque ainda no domingo vivi algo de que não estava à espera. Uma ressurreição aconteceu, era bom que se desse outra esta semana.

Escusado será dizer que estão todos convidados para a festa. Sugiro terça-feira até à manhã de quarta. Também podem vir na quinta.

terça-feira, 25 de abril de 2006

Talvez

Talvez por morar debaixo do mesmo tecto com um dos muitos anónimos que durante anos viveram na sombra, a imaginar um país melhor e mais justo.

Talvez por ter crescido a ouvir histórias quase inacreditáveis de gente que deixava muito da sua vida em nome de um ideal.

Talvez porque desde muito novo tive consciência do que se passou naquele dia há 32 anos atrás.

Talvez por tudo isto e mais algumas coisas eu me sinta um pouco desiludido com a forma com que muita gente vê este dia, especialmente os mais novos.

Deve ser dificil imaginar uma vida onde não se podia sequer ouvir música, onde uma conversa inocente poderia ser confundida com algo mais. Dificil imaginar um país onde se ia preso por acreditar num mundo melhor.

Dificil, não impossível

terça-feira, 18 de abril de 2006

Venha ela

Foi esta tarde que vi o cartaz da queima deste ano. Só tenho uma palavra. Desilusão.

Apesar de, como sempre, ir comprar o geral só há um dia que me chama. Aliás dois. Não falando na terça-feira com o grande Quim, sobra apenas a quinta para ir ao palco. Por acaso esmeraram-se nesse dia. Toranja, Jorge Palma e a Pitagórica.

Pelo meio ficam os mesmos de sempre. Lá estão os Xutos e o Rui. Estou também curioso para ver os Gift ao vivo. Mais uma vez lá estão também as bandas para encher cartaz e tentar chamar os putos do secundário, Melanie C, essa mesma e Boss AC, enfim. Uma palavra ainda para os Da Weasel e para ver o que farão depois de todo o sucesso od ano passado.

E por ironia do que quer que seja ainda não é este ano que me posso meter no comboio e ir até à Figueira para a garraiada. Mais uma vez a decisão da descida ficou adiada para a ultima jornada e entre uma coisa e outra prefiro ir ao estádio.

Expectativas no minimo, faltam duas semanas para a festa. Venha ela.