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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

da(s) memória(s)

"Primeiro levaram os comunistas,
mas eu não me importei,
porque não era nada comigo.

Em seguida levaram alguns operários,
mas a mim isso não me afectou,
porque eu não sou operário.

Depois prenderam os sindicalistas,
mas eu não me incomodei,
porque nunca fui sindicalista.

Logo a seguir,
chegou a vez dos padres,
mas como eu não sou religioso, também não liguei.

Agora levaram-me a mim e,
quando percebi,
já era tarde."

Bertolt Brecht


Não saber é muito mais fácil. Não querer saber. Afinal foi tão longe. Tantos quilómetros, tantos anos. Tão longe…

E no fundo, as coisas, todas elas, só têm a importância que lhes quisermos dar. Dos metros não sei, ouvi dizer que passaram sessenta e cinco anos -nós e a mania do lustro-. Tanto tempo para aprender…

Há uma história que mete uma rã e uma panela de água fria. E um fogão. Dá até para ver ao vivo na cozinha mais próxima. Pega-se numa rã, viva, e mete-se dentro de uma panela de água a ferver (um tacho é melhor, se não houver convém que a panela não esteja cheia). A rã salta, ou pelo menos tenta. E se a rã for posta em água fria? E se se aquecer a água devagar? E se a rã se for habituando ao calor até morrer cozida?

Histórias simples que se lembram enquanto se espera para ter um cartão novo, mega moderno. Vamos passar a ser um número. Um destes dias já nem importa dar nome aos putos. Imagino o alívio dos  futuros Ermenegildos.

Há outras coisas que também se pode. Agora até é mais fácil a vida de tantos... Gasolina? É ir às bombas, atestar, e dar o nome e o número ao senhor que lá trabalha -se existir, claro está-. Não pagar deixou de ser crime, ouvi hoje nas notícias.

Andemos então para a frente. Nada nos falta... Mais dia menos dia poderá aparecer o cinema restaurante. Um comprimido antes de entrar para matar a fome, ração de combate barata. E depois iguarias a desfilar à frente dos óculos suados por mil caras famintas. O abrir da boca -real- e o mastigar -imaginário-, um aroma fantástico. A felicidade dos tempos modernos. Arranja-se de quando em vez um distrair de qualquer coisa para mudar de assunto e eis quase tudo. Já agora a gripe A é uma doença fodida não é?



















 





há sessenta e cinco anos os russos encontraram no meio do nada polaco seres bípedes de pijama azul. tinham frio e fome. alguns deles eram, ainda, Homens.

sábado, 31 de outubro de 2009

scala (la)

é manhã e ainda ninguém sabe se o vôo levará os corpos a algum lado. está frio e ninguém sabe muito bem o que está ao lado. quase ninguém. estrada de ferro e a estação velha à chegada. a falta.

quase tudo é o que parece. as coisas a quererem sempre o mesmo. certo, certo, certo. depois há o resto todo. o resto que nem sequer importa, o que mal se vê para lá das luzes. o caminho que se abre pela rua fora, há uma rua enorme numa cidade grande e quase todos estão perdidos. quase todos. quase.

é manhã. é manhã e noite ao mesmo tempo. chineses que berram, velhos de pele caída a vaguear pelos cantos, olhares atirados contra as paredes e uma frase ecoa na mente "a morte toda...", "eu tenho a morte toda para dormir...". faltas e há uma luz que se acende.

estamos em todo lado. não há praça nenhuma do mundo onde não estejamos. nas pombas, nas pedras, na velha de lenço preto ou até mesmo numa montra qualquer. estamos em todo o lado. eis o império.

depois, os rios correm sempre para o mar de uma maneira ou de outra. as barragens rebentam, as pontes caem. as portas fecham-se e faz frio na rua-casa-cama. "não há longe". apesar de ser infinito. o ar pode faltar em dois lados ao mesmo tempo e há coisas que só se descobrem quando se sentem.

há coisas que só se descobrem quando se sentem.

a vida é curta demais para nós que havemos de passar tanto tempo mortos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009



sexta-feira, 26 de junho de 2009

Estações - Berlin

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Junho, 1

Praha, 2009

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Restos


Oświęcim

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Estações - Bohumin

sábado, 21 de março de 2009

Estações - Milan

quarta-feira, 11 de março de 2009

Estações - Wien

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Estações - Brno



Estações - Bratislava




segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Birkenau


O mundo não pára e enquanto anda muitos gostavam que voltasse atrás. Atrás pensam uns, agora dirão outros. Imagens que despertam a mente. Nunca mais? E hoje, noutra qualquer parte do mundo, não se passa o mesmo?

E depois há quem se queixe por acordar cedo e grite bem alto que a vida é fodida. Pois...