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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

as canções são isso mesmo, canções. o isso mesmo é que pode ser grande demais, enorme até.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Temos mar chão e peixe

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

o louco à beira do hospital cor de rosa a pedir ar de mão aberta e a não perceber porque lhe dão dinheiro apenas. quando dão. o santo a olha a rua. antónio. roma. as senhoras da avenida, finíssimas, como as outras da canção. os velhos sem jardim a tropeçar na calçada. cagalhões de cão e merda de pombo. cada cidade terá a sua escatologia própria.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

será um pássaro?

há 12 anos havia um desgraçado qualquer a cagar às 9 da manhã. o desgraçado levou com um avião em cima. ah! a ironia.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

daquele país que faz fronteira com Espanha

Surge-me, de quando em vez, aquela imagem heroica (ou egoista) do Luís Vaz a nadar só com um braço e com o Portugal na mão mais seca. 

Inquieta-me imaginar o Portugal a ser salvo daquela maneira. Inquieta-me imaginar o Portugal a precisar de ser salvo. Inquieta-me. Inquieta-me também o modo como algumas pessoas teimam em confundir o género quando agradecem. Isso e o facto de impermeabilizarem os bancos de jardim.

Chagas, quinas, castelos, o mundo em forma de esfera. A mania das grandezas é demasiado nossa para que a possamos ignorar. Deve ser por isso que ainda cremos num cavalo branco a aparecer do nevoeiro. O Sebastião mais velho do mundo. E nem quinhentos anos passaram...

Mas o que eles não sabem é que o Portugal ainda tem quem goste dele.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ammophila arenaria

mar. as gaivotas têm nome e direcção no vôo. quase todas. era uma vez.

coisas que toda a gente sabe. o calcário é diferente do granito. coisas que se notam entre os dedos dos pés. a ela, a gaivota, voava só para a frente, diferente das outras. dava a volta ao mundo sempre que queria voltar onde tinha estado. a volta ao mundo. há caçadores na patagónia. a gaivota levou um tiro. 

por vezes julgava perseguir o sol. outras julgava ser perseguida. ocorreu-lhe nunca que o girar da terra pode ser traiçoeiro. nem todos os tiros matam. fazem sentir o cheiro a aço e pouco mais. alguns. a imagem sonora dos chumbos a cair numa tigela de sopa metálica é algo que me faz roer as unhas. 

caiu. fugiu. asa quebrada, vôo novo. circulos quase infinitos agora. tempo. o tempo. viu um muro pintado de tangerina. picou o vôo.

as promoções de tinta podem ter um efeito fantástico. cor.sangue.de.boi, no caso. voava agora para onde queria, a rosa dos ventos passou a ser mais do que uma qualquer coisa aprendida na escola da praia. voltou. perdeu-se. afinal, o lugar era o mundo e não o pedaço de terra onde havia querido voar em circulos. abriu as asas. foi. em frente.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

365
Fez um ano e as paredes mudaram de cor. No fundo foi isso. Uma mudança na cor das paredes. De resto tudo igual, tudo diferente, confuso, difuso…
Relativo.
Não há neve na rua. Mas há. Não há neve na minha rua. Tenho uma rua? Não há neve do lado de fora da janela do quarto. Qual quarto? Somos tão importantes que nem nos damos ao trabalho de situar os lugares. É tudo nosso. A janela, a rua, o mundo, a vida, a morte, as cinco ou seis gramas de ouro anel.

da escola

hidrogénio e nebulosas difusas. um compasso de espera, ou dois, depende da paciência de quem se encosta à parede e eis a estrela. estável. movem.se os ponteiros no sentido dos ponteiros da maioria dos relógios ou noutro qualquer. evolução. gigante vermelha ou super gigante, depende do tamanho. roda o cubo. anã branca, supernova, pulsar, buraco negro. relatividade, ano-luz, parsec, metro, pé, unha negra...

sabemos tanto de estrelas que nos esquecemos de aprender a olhar para uma cova.