A vida e os comboios, ou se calhar os comboios que fazem a vida. Uma enorme estação é o que é. Gente boa e má, de todas as cores e feitios, gordos, magros, altos e baixos. Cada um à espera do seu comboio. Cada um à espera da viagem que o há-de levar dali para algures, seja lá isso onde e o que for.
Olhos ensonados de manhã, corpos suados pela tarde, a tristeza no olhar de alguns e a alegria na voz de outros. Depois há também a apatia de muitos que já não esperam o comboio, mas somente um monte de latas.
Mas um comboio nunca há-de ser para mim um monte de latas. Já perdi alguns por pensar apanhar outros, espero agora pelo próximo que me leve até onde quero ir.
Olhos ensonados de manhã, corpos suados pela tarde, a tristeza no olhar de alguns e a alegria na voz de outros. Depois há também a apatia de muitos que já não esperam o comboio, mas somente um monte de latas.
Mas um comboio nunca há-de ser para mim um monte de latas. Já perdi alguns por pensar apanhar outros, espero agora pelo próximo que me leve até onde quero ir.
2 comentários:
:)
(tinha-me prometido não andar a passear pelas escritas se voltasse a ter um "arquivo em forma de blog"... claro que raramente cumpro as promessas que só faço a mim. Posto isto, vamos lá ao que importa)
Parece-me que já todos perdemos muitos comboios, electricos, carrinhos e caminhos que nos levassem para outros lugares. Sim, sim... pois é, até aqueles que podiam ter-nos levado para onde quereríamos ir e ainda nem sabíamos que era para lá que as nossas surpresas desejavam sair.
... comecei a ler aqui neste post-de-começo e, como sou tolinha de números, pareceu-me engraçado termos dado lugar a estes mundos virtuais quase na mesma altura... acompanhei com tranquilidade todas as palavras d' A estação mas saltei a ideia quase a chegar ao fim: "espero agora pelo próximo que me leve até onde quero ir."... eu não sei esperar... é um horror... esperar deve ser preciso, sim, mas continuo a ir, sempre a ir, cansada, é certo, mas esperar é qualquer coisa tão assustadora que escolho o cansaço à quietude. Se bem que...
Pois é, ninguém obriga a espera a ser quietude... ora!!?! querem ver que acabo de perceber uma "palavra" fundamental, agora aqui, nesta estação onde pude vir espreitar sem aviso ou apito urgente de nova partida?...
Isto tudo faz um enorme sentido e por acaso tem muito a ver com a fase que estou a passar - às vezes as pessoas não apanham um comboio por julgarem que pode vir outro melhor a seguir, no entanto... por vezes era mesmo esse o SEU comboio, o último comboio que iria passar.
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