quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Para lá do nevoeiro

A imagem de um velho de barbas conversando alegremente com uma menina simpatica. Juntaram-se por estes dias a uma qualquer esquina por mero acaso. Perderam-se nas palavras, inventaram jogos novos e riram, riram até não haver dias nem noites nem nuvens nem chão nem nada mais que não eles.

Sem tempo (coisa que não existe nas esquinas daquela terra) esqueceram-se do poder que têm, nem mais se lembraram que deles dependem algumas almas e muitos gestos. Então o riso não parou. Nem as brincadeiras por entre os olhares de uns quantos mais personagens daquele mundo estranho. Até Baco, por norma ausente da razão, se sentou por momentos a tentar perceber o porquê de tanta euforia.

Enquanto isso, longe, bem longe, tão longe que quase perto, vagueiam noutro mundo, noutra terra, outros seres. Incrédulos. As palavras, cruzadas, quase iguais, encontradas à mesma hora. O rio com dois sentidos, a mesma água. Toca o relógio, voam as letras. E por breves instantes, os risos e sorrisos não pertencem só ao velho de barbas e à menina simpática, mas também a quem nunca deixou de acreditar que eles existem algures...

1 comentário:

Annie disse...

o segredo é acreditar :)

Enviar um comentário