E quanto podem valer dois cêntimos?
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Paprika
imaginem
um abraço
o meu queixo
pousado no teu ombro
e eu viajando
no teu cheiro
pelos trilhos do silêncio
é o cenário possível
de um homem sozinho
de cerveja na mão
sentado na varanda
olhando a lua
e a comer pimentos padrão
comê-los contigo era perfeito
como olhar esta cidade à noite
olhá-la contigo era pensar
noutras formas de ver
um abraço
o meu queixo
pousado no teu ombro
e eu viajando
no teu cheiro
pelos trilhos do silêncio
é o cenário possível
de um homem sozinho
de cerveja na mão
sentado na varanda
olhando a lua
e a comer pimentos padrão
comê-los contigo era perfeito
como olhar esta cidade à noite
olhá-la contigo era pensar
noutras formas de ver
Manel Cruz, O Cenário Possível
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Clio
há uma linha-fio-se-seda à qual não se pode fugir nunca. as aranhas são muitas e todas "falam" com todas como se toda a vida fosse um qualquer "complot" engendrado por elas. recuso-me a matar uma aranha que seja. nem sei bem porquê, mas a história da teia fascina-me desde sempre.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Rua
As árvores vergam-se ao peso da água que passa e numa delas um melro de bico mais vermelho que laranja, canta, uma melodia quase tão melancólica quanto alegre. Deve sentir, concerteza. Deve sentir o frio nas asas, o arrepio na pele, o vento nos olhos... Mesmo assim, canta. Faz frio lá fora. Talvez tenha descoberto que as canções aquecem a alma.
Os melros têm alma?
Há tartarugas no alasca?
Os melros têm alma?
Há tartarugas no alasca?
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
das mãos compridas
Houve um tempo em que os anjos da guarda sobreviviam e viviam felizes e contentes e faziam o seu trabalho das nove às cinco. Horas extra, se fosse preciso. Era outro tempo. Agora prostituem-se pelas ruas do seu mundo e esquecem-se porque existem.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
!Frio
Um crocodilo de neve abre a boca para o pato que não passa. Uma bola vermelha a voar por entre os ramos e tudo o que era verdade num repente transforma-se em quase nada.