segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

o louco à beira do hospital cor de rosa a pedir ar de mão aberta e a não perceber porque lhe dão dinheiro apenas. quando dão. o santo a olha a rua. antónio. roma. as senhoras da avenida, finíssimas, como as outras da canção. os velhos sem jardim a tropeçar na calçada. cagalhões de cão e merda de pombo. cada cidade terá a sua escatologia própria.

sábado, 5 de abril de 2014

Eles existem II

"Paraquedista escapa por pouco a meteorito"

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3795528&seccao=Europa&page=-1

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

eu que nasci em 1984

os Winston Smith deste país andarão cheios de trabalho. lufa lufa constante. aqui fica, até que a não apaguem: http://www.portaldealbergaria.pt/2014/01/matou-se-frente-a-autarquia-onde-dormia-ha-semanas-a-suplicar-por-um-teto/

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

o Mar enrola na areia

serão os assobios a salvar o mundo. outra vez.

ainda os inteligentes

teimam em não acabar.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

a falta que nos faz um Almada



pim!

será um pássaro?

há 12 anos havia um desgraçado qualquer a cagar às 9 da manhã. o desgraçado levou com um avião em cima. ah! a ironia.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

maio

se houvesse uma prateleira para guardar concertos este havia de estar lá. e depois pensar que dez, vinte, trinta maios depois ainda faz sentido haver um dia primeiro. porque ainda há sangue, manadas, vampiros e carraças. e há palcos à beira lago-rio-mar-qualquer-coisa. e há dias assim.


segunda-feira, 10 de junho de 2013

éter



ó minha benévola terra
se eu te pudesse beber,
pacificar, fazer guerra,
sentar-te à mesa e escrever.

ó minha terra de arados
de tardes lentas e quentes,
e luz que mostra parados
rebanhos incandescentes.

quando passo de automóvel
esqueço-me de onde moro
porque sou meu lar imóvel.

o rádio sempre a tocar
um coração avariado
que não posso desligar.

Rui Lage

domingo, 10 de junho de 2012

das anologias com mangas e máquinas de secar ou o dia que não o é do país que ainda o quer voltar a ser

Como vais tu morrer
em portugal
que te assenta de igual modo à camisola
que lavaste no programa errado;
Como vais vender os teus versos
ao preço da chuva
num país de cheias
e lágrimas fáceis;
Como vão as tuas palavras
arder no coração daqueles
que vêem as florestas
sucumbir ao fogo
todos os verões;
Como vais ficar em nada
como o gelo no whisky
no copo da mulher
que o teu marido ama;
Como vais, tu, abrir os braços
se só já tens penas
como o pobre Garção?

Ana Paula Inácio