terça-feira, 23 de agosto de 2005

Como dantes

A noite passada, num sitio quase no fim do mundo, onde nem sequer os telemóveis têm rede, por entre resmas de emigrantes devidamente adornados com vistosos fios de ouro, camisas ás riscas e o cabelo bem untado com brilhantina (onde será que se vende?) vi um clarão.

Não eram os extraterrestres a chegar. Não era um milagre. Era o fogo que estava a destruir o pouco verde que existia a mais ou menos 20 quilómetros dali. Apesar da distância ser grande o clarão era bem visivel, ao ponto de até a lua estar alaranjada. E as cinzas não paravam de cair, algumas ainda em brasa....
E naquela aldeia perdida entre serras o medo era grande, mas não tão grande quanto a festa que aquele povo consegue fazer.

Quais grandes artistas qual quê? Um pequenino baile, uma praceta minúscula e todas as pessoas da aldeia é quanto basta para fazer uma grande festarola onde todos se divertem, inclusivé os forasteiros como eu. Naquele lugar onde p tempo parece ter parado é curioso ver as velhotas a observarem atentamente as netinhas, para que elas, coitadas, não caiam nas mãos de um qualquer "galifão". Aqueles sorrisos e olhares tranportam-me para outros lugares, fazem-me lembrar pessoas que infelizmente já desapareceram...

Para quem quiser recuar um pouquinho no tempo, beber uns copos e rir um bocado aqui fica o conselho, vão à festa do Zambujal, uma pequena aldeia a 25 quilómetros de Coimbra. Espero lá voltar também...

6 comentários:

maria disse...

:)
Olá, dumb!
"Livra-te" de desistir!

Estamos com esta terra a arder, é certo! mas "livra-te" de desistir de teimar nesta coisa de que tem de ser possível "lá voltar"... como a esse lugar chamado Zambujal...

leonor costa disse...

As festas de aldeia têm algo de especial na sua simplicidade e tu retratas isso muito bem. Ainda bem que te divertes e pareces mais animado.


Obrigada pelo teu comentário. Depois de andar por aqui às voltas foi agradável receber a tua visita.

Bjs. Bem-hajas!

Heavenlight disse...

Nunca fui às festas do Zambujal, mas nas terreolas da minha zona também se fazem festas à maneira: Bailes, folclore, sardinha e febras assadas, danças e outros cantares e muita animação! Há quem considere foleiro... Bem, eu gosto porque me faz pensar numa simplicidade antiga, num tempo que não se perdeu totalmente, na cor das gentes e na história dos lugares.

Ervilha Maravilha disse...

Acredita que quando se esta longe, sao essas festinhas que fazem mais saudades, e nao as grabndes discotecas que estam por toda a parte.... er... quer dizer, aqui por Stromboli nao existe nada que se assemelhe a uma discoteca!!!
Gostei imenso do teu post, muito carino.* :)

Maria Cereja disse...

Uma boa proposta...a lembrar as festas da minha terrinha que, não sendo aldeia, começam agora e...se tudo correr bem...fogo só mesmo de artíficio;)

Leonor disse...

ola dumb
mas os emigrantes ainda se vestem assim?

abraço da leonor

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