sábado, 6 de outubro de 2007

E depois?

E depois quando é preciso contar uma história não há ninguém capaz de a ouvir. Pode haver vontade, sim, mas ser capaz é diferente de querer...

Para ser capaz é preciso entender e para entender é preciso conhecer. E nunca é fácil conhecer o que não se quer, quanto mais o que não se pode. Gostava de contar uma história, gostava de ter quem a pudesse entender, não tenho, não conto. Mas gostava.

Até já a tentei escrever, mas o papel não faz perguntas e sem perguntas tudo se torna simples demais. Achei maneira de a contar, mas assim também não o quero. Uma linha aqui, outra acolá, uma frase em cada lado, impossíveis de juntar, mas fáceis de entender, mas simples não tem de ser fácil e assim também não faria grande sentido.

Guardo-a então para mim, para a contar a mim mesmo em dias em que não tenho sono nem vontade de sair da cama pela manhã. Pena ainda não saber o fim...

1 comentário:

éme. disse...

Venho desde lá do comecinho a ler letra a letra e a procurar o fio que faz desta casa uma história... E depois?
:)
É incrível esta coisa de querer contar uma história e não haver quem a pergunte, desejar fazer uma história e não encontrar quem a embale, sentir-lhe o enredo a chegar à janela e fechá-la à chave...

É bem verdade que só se pode contar uma história a quem a queira entender... mas anda muita (toda?) gente a fugir de si, por isso não tem vaga para parar e querer compreender...

E depois?
quando se escreve aqui corre-se o risco de encontrar um "papel" que pergunta, um papel feito monitor, um ou outro interlocutor invisível que quer saber mais...
E depois?
Conta...

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