domingo, 30 de março de 2008

Mar

Ao longe, por maior que seja a tempestade, sempre calmo. Existe sempre a linha do horizonte, mesmo que se confunda com o céu. É possível que por vezes sejam até um só, ou então não. Só um engano para os olhos.

No entanto, de perto tudo é diferente. A calma linha do horizonte ganha vida e já não há mais a vontade de pegar nela, enrolá-la num novelo e sem ninguém ver, guardá-la bem guardada no bolso.

De perto as ondas batem com força nas pedras. De perto as ondas são enormes e assustam. De perto as ondas são pequenos e inofensivos navios de espuma. De perto as ondas não existem.

Sentado na praia o velho pescador fixa os olhos lá longe no fim do céu tentado perceber o que verá de perto mais logo. Bem sabe que por mais olhe nunca saberá com o que contar, sabe ainda que mais logo irá cheirar a maresia...

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