sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Horas

O gelo derrete num barulho irritante. Um tic-tac diferente daquele dos segundos, como se o tempo tomasse outro compasso marcado por gotas de água. E num repente, entre duas, que vão caindo, notam-se coisas que nunca antes se tinham visto, como aquele rasgo pequeno no papel de parede já gasto, ou até mesmo as estrelas deixadas no tecto por alguém que gostava de adormecer a olhá-las. Perderam o brilho entretanto e já nem o sorriso desenhado na lua apresenta a mesma nitidez.

O crocodilo de neve desapareceu e há perguntas ainda sem resposta.

Porque é que os pinguins não congelam?

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