Preto e branco.
As fotografias velhas espalhadas pelas paredes agora meio amareladas pelo tempo mas que já foram brancas, cal. As teclas do piano abandonado a um canto. Uma televisão que até mostra imagens coloridas mas que podiam ser só como dantes.
Preto e branco, preto e branco, preto e branco.
Dois gatos, duas cores.
Dois cães, duas ruas, duas casas.
Os ratos são cinzentos. Alguns, pelo menos, que depois há os ratos brancos e os outros de mil e uma cores.
Ratos de mil e uma cores.
Isto vai tudo dos olhos de quem vê...
E se as teclas do piano fossem pintadas de verde e rosa?
O som seria igual que isto há sempre dois lados, o de quem suja as mãos para fazer as cordas cantar e o de quem se limita a fechar os olhos para as ouvir. O som seria sempre diferente, o som será sempre diferente, o som é sempre diferente para quem se senta a ouvir. O verde e rosa de quem toca subitamente descolora. O preto e branco ganham cor.
Mas isto são só analogias de cores, sons e pedacos de carne a bater na madeira.
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