sábado, 10 de outubro de 2009

das pandeiretas

sombra-luz e os olhos semi-abertos-semi-cerrados-semi-qualquer-coisa. coisa, qualquer coisa e eis a ausência de palavras estendida a quase tudo. não é mau de todo, o silêncio, o problema é que poucos o sabem escutar. barulho, tanto barulho. tanta palavra solta por aí sem que nada se diga. tanta, tanta...

e isto cansa. isto. isto do ser uma outra qualquer coisa faz cócegas nos pés e incomoda as horas. as horas que agora são uma papa grossa e amarelada atirada contra a parede. deixei de ver homenzinhos desfeitos em verde a meio da noite e estou em crer que isso não foi necessariamente bom. a normalidade é uma merda.

gosto de andar à chuva, a pele é semi-impermeável e não se consta que por mais enrugada que fique, alguma vez deixe a água chegar aos ossos como dizem alguns daqueles que acreditam que a terra é redonda. não é! há montes e vales e mares e rios e casas e florestas e desertos e pedras no meio dos desertos e formigueiros entre as pedras. redondas são as bolas, se bem que só algumas.

faz-me falta os carris. faz-me falta os pratos pequenos a voar. faz-me falta a guitarra na parede. faz-me falta as garrafas pequenas. faz-me falta o cheiro. faz-me falta o chão. a distância é uma coisa absurda.

Fazes-me falta!

1 comentário:

C. disse...

só sei dizer que todos sentimos falta de alguém.

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