sexta-feira, 25 de maio de 2007

Lustro

O cafézinho às oito menos dez, o andar vagaroso pelas ruas que iam dar à escola, as aulas, o muro, o sol e a chuva, as horas e os espaços. O cafézinho e o beirão ao almoço, os pneus furados como pretexto, a esplanada, os finos às seis, o acordar às sete.

As cinco, ou às vezes seis, putas à procura de uma espécie de pote de ouro no fim do arco iris num dia de sol. Dias e dias, mais algumas noites. Fomos também nós grandes nesse tempo. Dantes. Um lustro, isso mesmo, cinco anos.

"Mas tudo isso passou
Foi o tempo que nos matou"

Mal

Mal de tudo e mais alguma coisa, desde as pedras da calçada ao barulho. Dizer mal é o que quero, mas não digo.

Post Recursivo

Lá voltaste a puxar para ti o lençol
Como que a privar meus sonhos do último raio de sol
Amigos são sobras do tempo
Que enrolam seu tempo á espera de ver
O que não existe acontecer

Mas teimas em riscar o fim do meu chão
Nunca medes a distância
Dos passos á razão
Meus votos são claros na forma
Desejo-te o mesmo que guardo p'ra mim
E o que não existe não tem fim

É só dizer e volto a mergulhar
Voltar a ler não é morrer é procurar
Não vai doer mais do que andar assim a fugir
Deixa-te entrar para tentar ou destruir

Mas quem te ouviu falar
Pensou tudo vai bem
Só que alguém vestiu a pele
Que nunca serve a ninguém
E a dúvida está do meu lado
Mas eu não consigo olhá-la e achar
Ser esse o lado em que ela deve estar

Erguemos um grande castelo
Mas não nos lembramos bem para quê
E é essa a verdade que se vê

É só dizer e volto a mergulhar
Voltar a ler não é morrer é procurar
Não vai doer mais do que andar assim a fugir
Deixa-te entrar para tentar ou destruir
Mas sem fingir
Sem fingir
Sem desistir

Clã, Amigos de quem

terça-feira, 22 de maio de 2007

Arames

Quais marionetas presas por arames, nós, as pessoas, podemos ter tão pouco controlo daquilo que nos vai acontecendo. O virar à esquerda numa qualquer ruela pode mudar a nossa vida para sempre. Inconscientes, vamos andando até ver o que nos aconteceu. E o que foi? Sim o que foi que mudou assim tanto para sermos tão iguais quanto pensávamos ser diferentes?

Deve ter sido algum fio que partiu. Que seja.

Palavras

Palavras, palavras, palavras a voar de manhã à noite. Palavras que se conjugam e separam ao ritmo de uma qualquer estupida canção. Palavras que me saem da boca sem querer, outras que por mais que queira que saiam teimam em ficar presas.

Caixas, pastas, folhas cheias de palavras que nunca chegaram (chegarão?) a ver a luz do dia desde o dia em que foram escritas. Palavras, só palavras. Algumas sem sentido, outras com tanto quanto o mundo pode ter. Estou preso entre milhares de sílabas quando na verdade devia estar a tentar sair de uma encruzilhada de zeros e uns.

Talvez derive daí tanta incompreensão, um gajo que gosta de palavras a coabitar com gente que vive num mundo de (dois) números. Tanta estranheza, nas caras de quem tenta sempre relativizar as emoções. Soubessem eles que as palavras podem ser mais do que letras juntas, soubessem eles...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Só para dizer que a chama nunca se vai apagar...

Nunca!

Memories

Quase duas semanas depois, as imagens ainda andam a bailar pela mente. Bem, agora não só pela mente. Longas horas de uma grande semana, não se pode dizer que tenha sido uma semana grande visto que acabou muito depressa...
E ora cá estão os copos vazios, os favaios cheios, os sapatos sujos, o cansaço que não nos deixava estar em pé e a aquisição da noite, neste caso uma bengala (podia ter sido uma cartola, uma garrafa de vinho ou outra coisa qualquer).

"E o que presta é o que resta em nós", não é?

#6

"Ser da terra dependente,
É o dilema da semente.
Contrariar,
Não é coerente.
Dona aranha coma o seu marido.
Dona aranha não jante o seu marido.
Dona aranha não coma e coma o seu marido.
Dona aranha nada disto faz sentido. "

Ornatos Violeta, 1 beijo = a 1000

domingo, 20 de maio de 2007

Casamento

Vestidos e fatos à minha volta, a importância de de sentirem importantes por um dia. Por um dia vão ser servidos como reis. Nada vai faltar. Os votos de felicidades ficarão para outra altura. "Os rissois estão salgados", "Olha aqueles sapatos", "Ah! E aqueles dois", "Vê como dança". Problemas para trás das costas, afinal o dia era de festa.

Nem sempre há à volta tanto, tantos e tanta coisa que se possa criticar. "Afinal é tarde", "E está frio", "Logo tinham que fazer isto na rua". Enquanto isso quase dormia no jardim, entre umas almofadas que por lá haviam para as crianças. Criança outra vez numa meia hora de sábado.

E a noiva, 24 aninhos, com medo do escuro. Que seja muito feliz, pode ser que qualquer dia lhe abram as portas do mundo que nunca conheceu...

Ps:Recuso-me a ir de fato para um casamento, aliás só tenho um fato no armário. É preto.

sábado, 19 de maio de 2007

Loira

Eu sabia que ela não ia voltar...
Descobri hoje que tinha mesmo razão.

"A vida é um dilema singelo, ou se é bigorna ou se é martelo"