terça-feira, 16 de maio de 2006

Cerejas

Como já disse por aqui uma das coisas que sempre apreciei nas cidades são as pequenas ilhas, quer sejam um bairro, uma rua, ou nesta caso uma loja. Adoro lojas, daquelas pequenas que têm um casal de idosos sem pachora para acabar os dias sentados num sofá. Daquelas que têm a fruta à entrada da porta e um cheiro a pão e bolos lá dentro. Onde se pode comprar quase tudo sem andar muito. Onde depois de duas ou três compras passamos a ser conhecidos e lá vêm os tais sorrisos quando nos vêm entrar.

Hoje de manhã, lá na loja do bairro entrou uma menina bem pequenina que se pôs a olhar para a caixa das cerejas. Olhava e olhava. Lá foi o senhor tirar algumas para lhe dar. E não, não foi por esmola nem caridade, foi por gosto, e a pequenina gostou. Muito. E ele gostou dela ter gostado. Via-se nos seus sorrisos.

Tudo isto para dizer que por entre tantas pessoas más, ainda há muita gente boa.

2 comentários:

Shootingstar disse...

UAU!!! Conheces "A Tabacaria", Álvaro de Campos? A parte "come chocolates,pequena..."??? Foi exactamente essa inocência que encontrei no teu texto poético. Gostei muito!!! (E mesmo de rastos, não podia deixar de comentar. Parabéns!!! Obrigado por este momento!)

kathy disse...

ai as cerejas... lol...Ai o licor de cerejas!

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