domingo, 25 de março de 2007

Grandes (Re-Post)

A propósito da discusão que por ai anda acerca de escolher o melhor português e da polémica lista em que certos nomes foram omitidos decidi fazer uma lista daqueles em que vou votar.

D.Afonso Henriques, uma vez que para além de ter fundado este belo país, teve o bom senso, e bom gosto, apesar de ter andado por Guimarães, de querer ficar em Coimbra para sempre;

D.Dinis, porque sempre simpatizei com a personagem. O homem "fez" a primeira universidade do nosso país, "plantou" um pinhal extremamente útil e ajudou a criar uma lenda de Coimbra;

Inês de Castro, para lá da história de amor estava um grande interesse politico. E só poderia ter sido uma grande mulher a fazer com que um vulgar principe ficasse na nossa história para sempre;

Fernando Pessoa, ele não era um, era ele mais três e meio, e todos grandes embora uns maiores que os outros. (Será que posso votar em Campos?);

Gil Vicente, é uma maneira de ver que neste país nada mudou muito em muitos anos;

Salgueiro Maia, deitou as paredes velhas abaixo, abriu os alicerces, ajudou a fazer o desenho da casa nova, e nunca a quis habitar.

José Afonso

Fernão de Magalhães, para lá da viagem de que já ninguém se lembra tem o nome em quase todo o lado desde cidades a vilas, em toda a parte lá está a rua do navegador.

Luís Vaz de Camões, álcool, droga ou algo mais levaram-no a escrever a história de Portugal em conjuntos de oito estrofes de versos decassílabicos a rimar de maneira igual ao longo de dez capítulos;

D.Sebastião, quanto mais não seja para justificar o trabalho que Camões teve. O rei louco que deveria ter aprendido a jogar xadrez em pequeno;

Salazar, mostrou-nos que o país perfeito existe, desde que se ouça e não se fale, desde que não se conteste. Desde que se veja o que a maravilhosa propaganda pode fazer por nós. Fizeram-se escolas, pontes, casas, autoestradas, erradicou-se a fome -pena que só a um milhão- incentivando ao consumo de vinho, não fomos á guerra, o Eusébio não saiu do Benfica, a Amália cantava o fado, para não haver desculpa para não ir votar de vez em quando instituiu um partido único para o voto não ser preciso, tornou o Alentejo num enorme celeiro, contribuiu para o enriquecimento da música portuguesa ao incentivar os escritores de letras a puxarem pela imaginação e acima de tudo fez-nos ver a grande nação que somos, mesmo que grande parte da nossa população não conhecesse mais nenhuma.

Ficou a faltar alguém?

7 comentários:

Leonor disse...

assino em baixo.
de jose afonso nao dizes nada.

falta dom joao II, el hombre como dizia a sua prima espanhola, Isabel.

muito bom post.
abraço da leonoreta

Dumb disse...

Não há palavras para o Zeca...

Taina disse...

lol... nice... mt fixe este post... mas nop, n concordo numa coisa... Eu voto Reis;) e era 4 e n 3 e meio... a poesia de fernando pessoa é tão boa ou melhor que a dos seus conhecidos heterónimos.

nada para almada negreiros? florbela espanca? sophia de mello breyner? vasco da gama (pode n ter tantas ruas como o magalhães, mas tem pastelarias e uma faculdade ;) )

Jocas

bEtA disse...

;) foi um aleitura prazerosa! hehehe
Também concordo se bem que o meu heterónimo preferido é Alberto Caeiro e não te esqueças do ortónimo Bernardo Soares.
gostei mt :)

Ervilha Maravilha disse...

Bem, assim visto até parece que Salazar foi um santo na nossa história!!!

Esqueceste-te de D. Luisa de Gusmão, que achou que mais valia ser "rainha por um dia do que duquesa toda a vida", e convenceu o marido a varrer os Filipes daqui!(1640 deve-se a ela!).

Mas gostei do post em geral:)

babygirl disse...

Adorei a escolha!...
Gostei muito do que disseste da senhora... Pena que só existe uma na tua lista!... Talvez Amália também pudesse ai constar!... Não sei... Não me lembro de mais nenhuma mas deve haver... Vou procurar...
Apesar de serem todos GRANDES acho que o meu voto vai para o primeiro e original (LOL): D. Afonso Henriques... Porque sem ele seriamos, muito provavelmente, apenas outra província de Espanha e não esta grande nação!...
Beijinhos***

kalikera disse...

Do José Afonso digo: Não me queriam deixar sair e eu fugi, do emprego. Apanhei a camioneta na Praça de Espanha, para Setúbal, e fui ao funeral do Senhor.
Os outros ficaram a falar sozinhos.

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