segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Algures

Sobe a rua, atravessa a estrada, olhos no chão, mãos no bolso. Não há horas, não há dia, não há sol nem sequer chuva ou vento. Há a rua e a estrada mais a menina que aparece do outro lado sem que se espere.

- Olá!
- Que tens nos olhos?
- Nada, é só sono.
- É que estão vermelhos
- Pois.
- Adeus.
- Fica bem.

Segue o caminho, vê a rampa de lançamento que é o novo monumento de Coimbra. Um poema de Torga e um convite a mergulhar ao rio. Atravessa a ponte, margem esquerda, margem direita, margem esquerda, margem direita, enquanto isso canta palavras que nunca tinham sido canção. Pára e pensa em partir. Encosta a cabeça ao vidro e olha para o céu enquanto as ideias se vão formando qual gravidez mental sem direito a parto.

Fim do caminho, fala de muros e pilares, por entre uns desejos de bom dia que não o são. Encontra finalmente um pouco de silêncio que faz as ideias ecoarem, atira barro à parede enquanto tenta descansar. Não descansa e vai. Para algures, sabendo que vai estar noutro lado qualquer.

Noutro lado, noutro tempo, com sono e barulhos de ferro com ritmo.

1 comentário:

babygirl disse...

=)
LiNDo!!!
É a única palavra que me ocorre...
Bjs**

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