terça-feira, 2 de outubro de 2007

Manta

Nem orgulho nem saudade, muito menos nostalgia. O ponto a que se chega, o mundo que se vê, os panos rasgados, juntos numa manta de retalhos mesmo assim cheia de buracos, uma manta cosida com linha ora (cá está ela) grossa ora fina, pedaços de panos grandes, outros mais pequenos, todos juntos, cosidos e por momentos amassados quando pego nela e a levo debaixo do braço. Uma manta que se faz bola, bola redonda como o mundo, o meu mundo numa manta de gente. A minha manta tem no entanto uns retalhos especiais, diferentes dos outros, mais sujos e por isso mais brilhantes, pode ela rasgar-se toda que pelo menos aquele quadrado de tecido amarelo hei-de guardar para sempre no bolso.

1 comentário:

éme. disse...

Será que toda a gente tem uma manta?...
Ainda hei-de investigar esta coisa das mantas... não sabia que havia uma mantinha sossegada, aí, algures, em cada casa, para sossegar ausências, mimos, saudades...
afinal... talvez haja!

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