quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Um palhaço

É tarde para alguns, cedo para outros. Passam corpos de caras cansadas e olhares baixos. Chove, ao longe o palhaço chora. Sabe que pode chorar à vontade em dias de chuva que ninguém vê o sal das lágrimas, só gotas de água iguais às que vão caindo do céu. Derrete a máscara, mais tarde mudará de roupa. Trocará depois os balões e apitos por uma qualquer canção melancólica que não deixa de acompanhar com os lábios. Dois pontapés numa pedra, dois copos na tasca, hoje não é mais palhaço. O seu circo voltará a abrir amanhã.

1 comentário:

éme. disse...

:)
Não gosto de palhaços... nunca gostei. Achei-os sempre tristes. Mesmo quando era miúda... é horrível, não é? Para mim, um palhaço é sempre uma pintura que esconde alguém triste.
E tenho esta vontade imensa de ir ter com eles, limpar-lhes as lágrimas e procurar ver além das camadas de tintas que lhes cobrem os rostos.
Não gosto de palhaços... mesmo quando não chove e eles até riem... só os vejo falsear o riso e não há nada mais triste que fingir que se ri...

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