quarta-feira, 11 de março de 2009

Rae

Dizia a lili que estar vivo é o contrário de estar morto, talvez não fosse assim tão absurda a frase embora o pareça.

Mozart, está vivo ou morto? Shakespeare, Orwell, Saint-Exupéry, Cobain... Estes todos que se conhecem só das palavras e ainda mais alguns que pudémos abraçar antes de dormir e sussurrar meia dúzia de palavras ao ouvido. Mortos ou vivos?

E quantos mortos andam pendurados pelo mundo mesmo que respirem todos os dias, que o coração lhes bata a todos os segundos?

No meio disto tudo, os sonhos. Aqueles de dormir, e os outros de olhos abertos que fazem olhar para o lado e estender a mão mesmo que agora nada tenha que ver com vida e morte mas sim com outra qualquer coisa também quase surreal, como o facto de as formigas trabalharem para o formigueiro enorme e eu não achar grande piada a abelhas a não ser desenhadas em qualquer coisa, se não também podia falar de hexágonos perfeitos.

Porque hoje havia alguém que vendia girassóis na rua.

2 comentários:

C. disse...

os dias que menos me custam são aqueles em que, por exemplo, encontro um velho numa paragem e ele me oferece duas laranjas, assim do nada e eu fico mesmo contente e lhe sorrio, ou me cruzo com um louco que fala na rua e ele pára para falar um bocadinho comigo e acabamos por sorrir.

depois questiono-me se alguma destas vidas é real, se algo disto é real. se alguma coisa do que leio e toco é real. entendes? como numa espiral, até chegar a mim como uma introversão e isso para mim é o real e não a matéria. de modo que, pronto, não sei bem quem são os vivos e mortos ou a eternidade cuspida no chão, mas agradeço muito o sol, porque ao fim de muito tempo, parece-me mais agradável abrir os livros e ser mais branco (a menos q as páginas sejam azuis).

não me apetecia nada ter que arrecadar migalhinhas ou beber a seiva. nem sequer viver numa colmeia (há pouco disseram-me que as abelhas são daltónicas)

isso dos hexágonos não sei. não compreendo, muito menos dos perfeitos. mas espero que não seja como os triângulos, caso contrário é uma chatice.


nunca vi nenhum/a vendedor/a de girassóis, mas deve ser bonito de se ver.

Taina disse...

há muitos mortos a respirar por aí fora.... eu serei uma delas suponho

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