segunda-feira, 13 de junho de 2005

Ressaca

A todos aqueles que pensam que tentar estudar com os cornos cheios de sangria, vinho e cerveja e um hálito com cheirinho a sardinha eu digo:
NÃO É!

domingo, 12 de junho de 2005

Algo mais?

Cada vez mais me pergunto se existe algo mais que nós proprios a controlar o rumo da nossa vida. Porque eu não consigo entender aquilo que me está a acontecer, e não fiz nada para nem por isso.

Depois de três anos a estudar em Coimbra, e com os meus conhecimentos limitados a um grupo de velhos amigos, os novos colegas do curso e mais uma ou duas pessoas que surgiram entretanto, que a minha vida tem sido um bocado monótona. As mesmas pessoas, as mesmas conversas, os mesmos hábitos, enfim uma rotina que às vezes dá vontade de contrariar.

E por estranho que pareça, sempre que conheço gente nova eles são afastados de mim, não sei porquê mas tem sido sempre assim. Ainda a semana passada conheci um grupo de gente fantástica, comecei a fazer amigos e agora estão todos a fazer as malas para voltarem para casa.. Alemanha e Itália são o destino. E só as recordações ficam. Recordações daquelas noites passadas numa esplanada ou numa cozinha a conversar em quatro linguas diferentes, tocados por um copo (ou chávena) de vinho , a rir de tudo e de nada e a descobrir que há muito mais na vida do que aquilo que conhecemos.

Anna e Sasha, até sempre.

sexta-feira, 10 de junho de 2005

Porque hoje é dia de Portugal

Tiveste gente de muita coragem
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória

Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Tiveste muita carta para bater
Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta

Esbanjaste muita vida nas apostas
E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças

Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Jorge Palma, "Portugal, Portugal"

De Camões

Ou fazendo que, mais do que a de Medusa,
A vista vossa tema o monte Atlante,
Ou rompendo nos campos de Ampelusa
Os muros de Marrocos e Trudante,
A minha já estimada e leda Musa
Fico em todo o mundo de vós cante,
De sorte que Alexandro em vós se veja,
Sem à dita de Aquiles ter enveja.

Luís Vaz de Camões, "Os Lusíadas" X-156

E das Comunidades

"A palavra Saudade só existe em Português, mas nunca falta um Homem se o assunto é a ausência"

Gabriel o Pensador, Tás a ver

quarta-feira, 8 de junho de 2005

Frases Soltas

"A pobreza, quando apanha uma pessoa, vai roendo por dentro. Afecta a autoestima, baixa o nível de aspirações, leva ao conformismo."

"Acusam-se os pobres de preguiça, de falta de iniciativa, como se fossem traços de personalidade, quando são consequências da pobreza. É como culpar alguém que tem uma infecção de ter febre."

"Pelas minhas contas, se cada pessoa que não é pobre consumisse quatro por cento menos, dava para cobrir toda a pobreza em Portugal."

Alfredo Bruto da Costa, Noticias Magazine, 23/09/2001

Até Quando?

Agora que acabaram as aulas e há trabalhos para fazer e matéria para estudar, nada melhor que passar uns dias na terrinha onde não há tanto barulho nem convites para beber uns copos e ir à praia.

A minha aldeia está completamente esburacada, agora que as eleições estão à porta acharam que era preciso por a rua principal bonita, mas não é disso que quero falar.
Ontem estava eu no cafézinho cá do sitio quando aparece um "homem" dos tais que anda a arranjar a dita estrada, aparentava ter uns 20, 25 anos e uma ligeira deficiência mental. Trazia um camisolão vestido.

Hoje pela manha a minha mãe veio pedir-me umas t-shirts que já não usasse. Perguntei-lhe para que as queria e ela contou-me a história do tal "homem".
Aqui vai:
- Deficiente mental que fugiu de casa dos pais há pouco tempo, entretanto foi viver para casa de uns tios que lhe dão comer e o levam ao hospital de mês a mês, como já teve 3 AVC's tem que fazer exames periodicamente, o dinheiro que ganha entrega-o à dita familia, que fica com ele. O "homem" não tem dinheiro para comprar uma mísera garrafa de àgua muito menos para ter algo mais do que aquele camisolão no corpo. A roupa foi para ele.

Longe da imagem do jardim à beira-mar plantado o nosso país está cheio destas histórias...

Até Quando???

terça-feira, 7 de junho de 2005

Há dias assim...

Porque há dias em que nada parece dar certo, dias em que até o jornal que compramos não traz as noticias que queriamos ler, dias em que mal acordamos temos logo vontade de dormir.

Hoje foi um desses dias, e eu já estou acordado há muito tempo.

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Como a àgua

Hà pouco viraram-se para mim e disseram:

-Foda-se, tu és como a àgua
-Porquê?
-Vais para onde te levam. Não vale nada tentar fazer barragens que tu não paras. Qualquer dia morres na praia.

E ainda estou a pensar nisto....

Jantares

No sábado fui jantar com um pessoal amigo de um primo meu. Ainda pensei duas vezes antes de aceitar o convite mas quando ele me disse que era um churrasco com gente do Erasmus lá fui eu todo contente.

E não podia ter sido melhor. Fizemos o tal churrasco no parque da canção, ali mesmo onde foi a queima, juntinho ao rio com aquela imagem fantástica da torre lá no cimo a iluminar a noite.
O curioso disto tudo é que foi preciso vir pessoal da Itália e da Alemanha para me mostrarem como é que com pouca coisa se faz uma noite tão boa.

Para além da comida que eu não consegui comer por causa do meu dentinho novo que decidiu nascer na sexta-feira, houve muita bebida, sem copos (esquece-se sempre qualquer coisa) e quando dei por mim eram quase seis da matina e eu estava em casa de alguem que tinha conhecido há poucas horas, a beber um chá, a conversar sobre tudo e sobre nada. Cada vez mais me convenço que vale mais uma noite passada desta maneira, do que milhares daquelas que se passam em discotecas e bares manhosos, às vezes sem conhecer nunguem...

E agora estou ansioso por poder voltar aquele lugar com as mesmas pessoas, ou quem sabe com outras e repetir aqueles momentos fantásticos.