terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

23

Cada ano que passa é sempre o ano de qualquer coisa. O ano passado foi o ano da Festa, tal como 2005 tinha sido o ano dos bancos de jardim e 2004 o ano do Euro, 2003 o de caloiro e 2002 o ano negro de Paris até chegar a 1984 que deve ter sido o ano da merda, uma vez que devia fazer pouco mais que isso.

Para este fico à espera de surpresas. Hoje fiquei mais velho, mas não como vou ficar amanhã.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Zeca


"No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vitimas de um credo
E não se esgota o sangue da manada."

Sem medo, morreu há 20 anos.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Uma Pergunta

Gostava de saber o que é que grande parte dos mortais tem contra o elogio e a ironia. E já agora contra o elogio irónico.

Será que são burros? Será que não entendem? Se alguém souber diga.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Hoje

O passado já foi, o presente acabou de passar e o futuro não existe.

Não vale a pena, não vale...

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Bifes

Um bife não é só um bife. Teve que haver uma vaca, vaca essa que se alimentou e que um dia alguém teve que matar. Foi um homem que a matou. O homem tem uma familia. Houve também alguém que teve que alimentar a vaca, se calhar a vaca até comeu farinha de vaca que um qualquer engenheiro teve ideia de experimentar. Para o bife ser bife, foram precisas muitas mais pessoas, desde os veterinários, até aos fabricantes de facas, passando ainda pelo cortador.

A curta história de um bife. E ainda há quem pense que uma pessoa é só uma pessoa...

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Dever cumprido

Que não voltem a fazer a mesma pergunta daqui a 10 anos...

Sim,

Sou tendencialmente contra o aborto e acho que falta acima de tudo educar. Já não vivemos propriamente no século XIX, nem no XX. Mas fala-se em educar e lá vêm os teóricos a pedir aulas de educação sexual nas escolas. Acordem! Educação sexual sim, mas não é preciso mudar o mundo(escolar) para isso. Basta haver professores competentes como era(será ainda?) a minha professora de ciências do 8º ano(só essa). E quem não vai à escola? A escola pode ir a muito lado, mesmo com nomes diferentes. Depois há aqueles que defendem o não por causa do dinheiro. Concordo inteiramente com eles. “Eu” não tenho que andar a financiar abortos sem nexo. Mas se as pessoas forem educadas os abortos sem nexo tendem a desaparecer ao longo do tempo.

Para mim nunca esteve em causa a vida do feto, embrião, bebé, zézinho(lembram-se), ou o que lhe queiram chamar. Será que é muito difícil perceber que um puto indesejado à partida não irá ter uma vida propriamente feliz. Se é que vai ter vida. Alguns têm sorte, outros acabam num caixote do lixo depois do primeiro choro. E essas mesmas mulheres que abortam hoje num vão de escada, as que precisam de ser educadas, seja o aborto despenalizado ou não, irão continuar a ir parar ao hospital. Por uma doença relacionada com um aborto mal feito, ou para fazer um aborto com dignidade. Acima de tudo os senhores do não têm que ter uma coisa em mente, hoje em dia, quem quer abortar aborta. Com melhores ou piores condições, dependendo do dinheiro que tem no bolso. Votarei sim, porque não me imagino a votar não. Espero que depois de mudarem a lei os nossos governantes mudem mentalidades.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

A vida

"It´s like ten thousand spoons, and all you need is a knife
...
And isn´t it ironic, don´t you think?"

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

um dia

um dia acordas com o telefone a tocar e ainda meio a dormir ouves pela casa a notícia que chegou já tarde para não incomodar ninguém de noite. depois tomas banho vais à tua vida, mas a tua vida já não existe tal como a conhecias. é então que começas a ver as coisas de maneira diferente. a partir dai não voltas a ter medo dos ladrões e das gripes e das vagas de frio e das ondas de calor. tão pouco de atravessar fora da passadeira quando o carro vem direito a ti. quando esse dia chegar talvez percebas o que quero dizer.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes

Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as coisas humanas postas desta maneira,
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

Alberto Caeiro