quarta-feira, 13 de junho de 2007

Negação

Muitas vezes ouvi dizer o ditado "Não faças aos outros o que não queres que te façam.". Há nele algo de muito Português, uma certa maldade. Não me serviu, mas com uma negação tornei-o mais bonito. Faz aos outros o que gostavas que te fizessem. Soa bem melhor, pelo menos a mim.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

#7

Após um dia tristonho,
De mágoas e agonias
Vem outro alegre e risonho:
São assim todos os dias.

António Aleixo

domingo, 10 de junho de 2007

Portugal, Portugal

Hoje é dia de Portugal, este belo país à beira mar plantado.

É nestas alturas que me ponho a tentar descobrir o que "nos" aconteceu. Fomos donos de meio mundo e mais um pouco, descobrimos que o chão não acababa lá em baixo ,perto do pólo, e que o caminho não era só um, pela direita também dava.

E depois? Que fizeram os nossos egrégios avós para no deixar assim? Tentaram enriquecer, pois claro, e para isso, roubaram e mataram até não haver amanhã.

É claro que hoje somos ainda maiores, temos o Cristiano e o Figo, esses grandes jogadores da bola para distrair o povo enquanto nos afundamos...

E enquanto o povo se distrai, o país muda. Onde haviam àrvores, há cinza, onde havia cinza, há terra, onde havia terra, há casas. Há também casas em cima do mar, esse malvado que de vez em quando as inunda.

Enquanto o povo se distrai, vai sendo controlado. O cartãozinho de cliente da loja A, B e C é muito bom, e se por acaso amanhã um gajo qualquer sentado num gabinete quiser saber o que comprou o Zé no sábado à tarde não há-de fazer mais que carregar em meia duzia de teclas.

Enquanto o povo se distrai, vai sendo roubado como se não houvesse amanhã. Só o simples facto de ter dinheiro no banco, custa dinheiro, muito dinheiro. Um euro para isto mais dois para aquilo e no fim do ano, lá foi uma noite bem passada para o bolso de alguém.

Enquanto o povo se distrai, tentam convencer o povo que a culpa é de todos e não de meia dúzia de gajos comandados por seitas manhosas que só querem ser um pouco mais ricos.

Nestas alturas lembro-me sempre do Jorge e do seu Portugal. Não sei do que estamos à espera, eu até que não me importo de levar umas bastonadas se for por uma boa causa...

Depois há os bons a quem ninguém dá valor e que tentam calar à força. Há muitos, vou recordar um, Gonçalo Ribeiro Telles. Um pregador, que ainda há-de viver para dizer "Eu tinha razão!".

Portugal, Portugal

Tiveste gente de muita coragem
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória

Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Tiveste muita carta para bater
Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta

Esbanjaste muita vida nas apostas
E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças

Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Jorge Palma, Portugal, Portugal

sábado, 9 de junho de 2007

ASAE

Pergunto como é possível os gajos da ASAE chegarem a uma festa de verão -onde supostamente se iam comer sardinhas assadas , caldo verde e sobremesas- e têm a lata de apreender o caldo verde e as sobremesas.

Falta de higiene? Ratos ao lado da panela? Ovos podres? Mau aspecto? Nada disso. As sobremesas tinham sido, imagine-se lá, feitas em casa de pessoas particulares e não foram devidamente transportadas até ao sitio da bucha. Já o caldo verde ameaçava sériamente a saúde pública de toda a região centro. Estava a ser feito dentro de uma panela, em cima de um fogão no recinto onde se ia comer... Como é óbvio ,o caldo verde, se não for feito num restaurante e (devidamente) transportado para as mesas pode causar uma série de doenças.

E não vou falar da pastelaria aqui perto que pagou um absurdo por vender vinho branco fresco.

Será que depois da liberdade de expressão, nos querem tirar a liberdade da refeição?

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Borrão

A linha do horizonte está cada vez mais desfocada, ao ponto de já nada se poder distinguir. Só há uma espécie de borrão lá longe. Avisto coisas, mas não sei o que são.

Dizem-me que é mentira, que lá longe mora um futuro, com coisas boas e coisas más, dizem o que vai acontecer daqui a dez, vinte anos, quais videntes. Não quero saber. E se tudo o que dizem for mentira e a verdade não passar do tal borrão que vai ganhando forma ao longo do tempo. Não me vejo a mudar o mundo para tentar chegar ao futuro prometido.

De uma maneira ou de outra acho que o fim vai ser trágico.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Razão

Todos os dias somos rodeados de juizes, somos julgados até por coisas que fizemos sem ter noção. Mas os actos estão lá e a sentença é sempre ditada. É curioso ver como por vezes um erro inconsciente muda uma vida para sempre. E todos erramos não é?

Há também os que julgam por aquilo que não fizemos, ou que eles pensam que não fizemos - há quem faça muita coisa sem espalhar a notícia aos sete ventos- sem sequer tentar saber as razões. Acontece que no correr dos dias, as vidas vão mudando ao sabor desses julgamentos onde nem sequer nos foi dada uma hipótese de defesa.

Para lá de tudo isto há que procurar a razão, sempre, mesmo que a razão seja nada.

domingo, 3 de junho de 2007

Ódio

Tanto ódio, tanto ódio... Nas palavras, nas caras, nos olhares. Tanto ódio que vejo nas pessoas. Vou perguntando a mim mesmo porque são assim mas não tenho resposta. De onde veio?

Depois há o efeito bola de neve, ódio gera ódio, sorriso gera sorriso, mas sorrisos cada vez há menos. Ainda não querem que haja guerra no mundo. Houvessem misseis à venda na loja da esquina e se calhar já não estava aqui a escrever.

Sorri!

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Relativo

Está tudo escrito nas leis da fisica. A teoria da relatividade pode ainda explicar muita coisa como provou o senhor Alberto. Do mesmo modo que meia duzia de letras podem tornar um dia mais agradável. Letras sem nexo para o comum dos mortais. O tempo-espaço a funcionar na perfeiçao...

xor dx, dx

Coimbra B

O homem estava nas escadas, rosa branca na mão, olhar perdido no horizonte, se é que se pode chamar horizonte a uma rua. Olhava para todo o lado, ansioso, embora sem olhar para lado nenhum. Cara após cara, olhava, tirava medidas e sorria. Uma longa espera. E para quê? Uma chegada, uma partida, uma surpresa? O fim da velha vida ou o principio de uma nova? O tempo passou, os comboios partiram e lá estava ele, à espera...