segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Dois Mundos

Ultimamente tenho vivido entre dois mundos, o que me anda a fazer uma confusão de todo o tamanho. Um dos mundos, aquele que prefiro, fica na margem direita, Coimbra. O outro é aquele onde estou agora, na margem esquerda, a alguns quilómetros, numa pequena aldeia.

Embora prefira estar em Coimbra, não consigo deixar a minha aldeola para trás. Não só por não ter muita lógica, dada a distância, mas também porque há algo que me prende aqui. E é dessa tal coisa que ando à procura. As pessoas não são concerteza, uma vez que ao nascer foram dotadas de umas pálas que não lhes permitem ver mais nada se não aquilo que têm à frente. Para elas o mundo é assim (como o vêm, não como ele existe) e assim mesmo. Talvez seja a minha casa... Não sei. A familia também não é o que me prende. Mas dia após dia sinto vontade de voltar...

De manhã, ao passar a ponte entro num mundo novo, onde tenho os meus amigos, onde posso sair à noite sem me importar se salto se grito ou se vomito, onde tenho meia duzia de casas para ficar quando quiser, onde está a minha escola em que passo grande parte do tempo (bar incluido), onde ando trajado sem ter meio mundo a olhar para mim. Foi também em Coimbra que tive alguns dos melhores dias da minha vida, por entre queimas, latadas e noites bem passadas. Foi em Coimbra que me perdi tantas vezes quando nem sequer sabia que autocarros apanhar. É sem duvida a minha terra, não de sempre mas para sempre.

2 comentários:

Shootingstar disse...

Não tens propriamente de escolher. Tens apenas que apreciar o melhor de cada mundo. O mundo da tua aldeia é muito especial para ti porque foi aí que cresceste e as memórias da infância estão presas a esse local. O outro... bem, gostas dele por motivos bastante óbvios e qualquer pessoa que tenha tido um mínimo de vida académica entende bem isso. Não escolhas, aproveita o melhor dos dois e vê bem a pessoa sortuda que és. Tens dois mundos e são ambos teus. OS TEUS MUNDOS!!!

maresia disse...

engraçado, eu faço os possíveis e os impossíveis para ter sempre pelo menos os dois mundos, o bom e o mau. o bom para viver, o mau para aprender a gostar de viver o bom. e isto não tem nada de metafísico, filosófico, esotérico ou pseudo-qualquer-coisa, é assim, simplesmente

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