Há em Coimbra dois locais onde me gosto de “perder”. Para além da alta que é uma espécie de recuo no tempo e que tem dos mais belos monumentos do nosso país, a Sé velha, existe outro local que irradia uma espécie de magia. Estou a falar do Bairro Norton de Matos, ou Bairro, como toda a gente o conhece. Este sítio é uma espécie de ilha, é como ter uma pequena vila dentro de uma cidade. Por lá as casas são pequeninas e quase todas têm um pequeno jardim, há cafezinhos onde todos conhecem todos, é possível ir a passar na rua e ouvir um bom-dia, podem ver-se senhoras de idade a colher flores no jardim para por na jarra da cómoda, em cada esquina os amigos de infância que sempre ali moraram e hoje estão um pouco mais velhos conversam sem ter noção do tempo. Há lojinhas pequenas onde se compra o almoço e se paga no fim do mês, há os quiosques onde não é preciso pedir o jornal, pois este já está guardado. E há simpatia na cara das pessoas que passam na rua, até aqueles que já não esperam muito desta vida senão vê-la acabar trazem consigo um sorriso.
Mas o bairro não é só isto. É também “casa” de centenas de estudantes que por ali vão passando, por vezes sem dar valor ao local onde moram. Há dias, duas amigas minhas chegaram a casa e não encontraram a roupa onde a tinham deixado a secar, minutos depois chegou a senhoria, que por acaso mora perto, com a roupa na mão, pois tinha começado a chover e a roupa podia molhar-se, então ela tinha-a apanhado. Acho que cada vez se torna mais raro encontrar lugares assim dentro de uma cidade cada vez mais cheia de pessoas que só pensam em si próprias.
Mas o bairro não é só isto. É também “casa” de centenas de estudantes que por ali vão passando, por vezes sem dar valor ao local onde moram. Há dias, duas amigas minhas chegaram a casa e não encontraram a roupa onde a tinham deixado a secar, minutos depois chegou a senhoria, que por acaso mora perto, com a roupa na mão, pois tinha começado a chover e a roupa podia molhar-se, então ela tinha-a apanhado. Acho que cada vez se torna mais raro encontrar lugares assim dentro de uma cidade cada vez mais cheia de pessoas que só pensam em si próprias.
5 comentários:
Que maravilha! Fiquei cheia de vontade de conhecer. pena ser longe. Podes ir contando mais, adorei!!!
Tive uma amiga que morava aí... era agradável e calmo. Muito mais não sei dizer.. apenas entrava para a ir a casa dela. Há coisas mágicas por todo o lado, é preciso é que estejamos atentos para as ver.
Gostei.
Esses lugares são tão bons. Simples, alegres, alegres.
Infelizmente as pessoas estão a perder-se cada vez mais num individualismo infinito...
Beijinho*
Deve ser realmente lindo. Quem sabe se um dia não deixo o passado para trás e procuro um bairro assim, cheio de gente boa, onde finalmente possa sentir que pertenço a um lugar?
Descobri o teu blog à uns tempos e atraiu-me... talvez por partilhar a paixão pela cidade que é Coimbra.
E agora li este post e apeteceu-me mm dizer... é verdade, o bairro... só o comecei a conhecer à um ano, e ainda assim só lá vou de visita, mas sinto isso que tu dizes... essa calma por esse sentimento de pertença... e tenho pena que não existam mais lugares assim... ou então que as pessoas não lhes saibam dar o devido valor!
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