terça-feira, 30 de maio de 2006

Sobras do tempo

Das melhores coisas que hei-de levar desta vida são as conversas da treta. Conversas a horas impróprias em sitios pouco prováveis, por vezes com gente estranha.

Nessas conversas lá calha ficarem no ar certas perguntas... A tal do outro dia, para mim tem uma resposta muito simples. Não, não existem amigos bons e amigos maus. Existem amigos. (ponto).

Ps: Tentem ver a curta-metragem "Respirar debaixo de àgua", o que não consigo dizer aqui está lá.

domingo, 28 de maio de 2006

Fumos

Quando o tempo passa por nós e não damos conta costuma ser bom sinal. Foi o que aconteceu ontem à noite. Há quatro anos atrás havia um grupinho na minha escola, um grupo de 7 pessoas que funcionava um pouco como uma família. Havia sempre mais alguém que entrava ou saía mas aqueles estavam sempre lá, prontos para tudo. Chegou a hora da separação e os elos foram sendo quebrados. Os encontros mais escassos, as conversas mais curtas… Até que chegou a altura, chega sempre, de tentar reunir outra vez. Tentativa falhada, poucos apareceram, mas a surpresa estava lá. Risos. Risos e sorrisos sempre que nos olhávamos, eu ria porque me custava a acreditar naquilo que estava a ver. Fiz as minhas perguntas (que andava para fazer há um ano), tive as minhas respostas. Conversa puxa conversa percebi que não sou só eu que acho que as pessoas são más. Percebi também que há mais gente a achar que há mundo para ver e muitas coisas por fazer. Afinal até já sabia de tudo antes de me ter sido dito. É estranho ver como as pessoas se podem conhecer…

Seis horas passadas ficou no ar uma pergunta. Os amigos são simplesmente amigos, ou há amigos bons e amigos maus? No fim desta noite um sonho, mais um. Uma viagem no horizonte, ou se calhar algo mais. Será desta que o dilema irá ter solução? Uma coisa eu sei, mundo é pequeno, muito pequeno…

sábado, 20 de maio de 2006

Eu Vou

O bilhete para dia 2 já cá canta... E espero que o Roger não desiluda.

Vai mais alguém?

terça-feira, 16 de maio de 2006

Cerejas

Como já disse por aqui uma das coisas que sempre apreciei nas cidades são as pequenas ilhas, quer sejam um bairro, uma rua, ou nesta caso uma loja. Adoro lojas, daquelas pequenas que têm um casal de idosos sem pachora para acabar os dias sentados num sofá. Daquelas que têm a fruta à entrada da porta e um cheiro a pão e bolos lá dentro. Onde se pode comprar quase tudo sem andar muito. Onde depois de duas ou três compras passamos a ser conhecidos e lá vêm os tais sorrisos quando nos vêm entrar.

Hoje de manhã, lá na loja do bairro entrou uma menina bem pequenina que se pôs a olhar para a caixa das cerejas. Olhava e olhava. Lá foi o senhor tirar algumas para lhe dar. E não, não foi por esmola nem caridade, foi por gosto, e a pequenina gostou. Muito. E ele gostou dela ter gostado. Via-se nos seus sorrisos.

Tudo isto para dizer que por entre tantas pessoas más, ainda há muita gente boa.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

As pessoas são más

(Porque há sempre um dia que torna tudo simples, tão simples)

As pessoas são más. As pessoas são más e não querem ser boas. Dia após dia dou por mim a viver num mundo onde o ridículo se sobrepõe a tudo e todos. Em todo o lado, em tudo o que estou metido, em tudo o que vejo e participo ninguém quer fazer nada. Ou melhor não se importam de fazer desde que não tomem decisões. As pessoas de hoje preferem ser paus mandados do que assumir responsabilidades. Não há acção, não se pensa só se critica. E essas pessoas que não mexem uma palha são sempre as primeiras a criticar. Num mundo onde se esqueceu tudo o que é verdadeiramente importante por causa de umas moedas, sim porque hoje só o dinheiro comanda as pessoas, nesse mundo eu vejo muitas portas serem abertas à custa de um sorriso. É estranho para mim ver que o “Bom dia” já não é usado, é também estranho ver que cada vez mais um “Obrigado” teima em sair. As pessoas de hoje não existem, ou se existem escondem-se atrás de máscaras. Não falam a verdade sem beberem primeiro uns copos, porque não confiam em ninguém, e talvez não confiem porque ninguém pode confiar nelas. As pessoas não estão dispostas a mudar um bocadinho o fio da sua vida para ajudar alguém. Não perdem nem dez minutos do seu precioso tempo para dar uma mão. Esse tempo que depois é gasto a fazer coisas completamente fúteis. Fúteis porque não lhes dão prazer, mas sim reconhecimento. O fazer por fazer está instalado neste tempo. E eu não suporto isto. E continuo a tentar lutar contra a corrente, o que não é bom pois fico cansado e sem forças para fazer o que queria como queria. As pessoas podem mesmo deixar morrer as outras porque não abrem os olhos. Em vez de olhar para dentro, olham apenas para fora. E não sentem, não pressentem nada. Qualquer dia hão-de acordar, olhar para o lado e não encontrar ninguém. Mas as moedas estarão sempre na caixa.

Vi nesta queima, numa noite feita manhã, uma pessoa ser abandonada à sua sorte. Fiz o que podia, mas pude pouco. Falhei. “As pessoas não prestam”, dizia ela."Tens razão", disse eu.

Marta

Marta não quer chorar
guarda nela sem ter razão
as negras ondas do mar
tentem ver no cordão
que vos une à razão
quão pior é morrer devagar

Marta não quer chorar
mas seus olhos vertem a dor
de morrer para não matar
é que a vida são
canções de épicos refrões
que farão o mar fluir
só que um dia vão ter de acabar

está é só mais uma canção
não lhe fiz um refrão
porque Marta já está a chorar

Ornatos Violeta, Marta
"Mas quem te ouviu falar
Pensou tudo vai bem
Só que alguém vestiu a pele
Que nunca serve a ninguém
E a dúvida está do meu lado
Mas eu não consigo olhá-la e achar
Ser esse o lado em que ela deve estar"

Manel Cruz, Amigos de Quem

domingo, 7 de maio de 2006

Brutal

Ontem vi aquele que foi um dos melhores concertos da minha vida. Os The Gift estiveram em grande.

Adorei, assim como adorei o empate de hoje à tarde e a serenata de quinta-feira vista a dez metros das escadas, é pena que muitas vezes as pessoas não se saibam comportar, mas isso vai ficar para outro dia. Por agora ouço a voz da Sónia.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Vontade

Bilhete comprado, jantar organizado, trabalho entregue e uma semana de férias. Falta só a vontade que noutros anos sobrava. E falta gente para a festa, entre os que morreram e os que partiram não vou ver algumas caras que antes eram presenças assíduas nestas noites. Para ajudar à festa o tão falado espirito está a morrer e duvido que alguma vez volte a ressuscitar, duvido mas acredito porque ainda no domingo vivi algo de que não estava à espera. Uma ressurreição aconteceu, era bom que se desse outra esta semana.

Escusado será dizer que estão todos convidados para a festa. Sugiro terça-feira até à manhã de quarta. Também podem vir na quinta.