quinta-feira, 29 de junho de 2006

Coisas...

Por estes dias tem estado num centro comercial de Coimbra uma caixa. É uma caixa transparente. No fundo tem moedas e notas, muitas mesmo. A tal caixa está lá para recolher dinheiro para que os bombeiros possam comprar coisas. Também lá está um cartaz em forma de homem a informar que com o dinheiro angariado já foram comprados quatro fatos de protecção.

O que eu pergunto é se há mesmo necessidade de acções destas. Seria tão mais fácil se quando nos cobram impostos nos perguntassem a quem queriamos dar o dinheiro... De certeza que muito dele ia para os tais homens, e mulheres, que muitas vezes deixam as suas vidas para salvar as dos outros, ou por vezes até para não salvar nada mais que umas árvores há muito deixadas ao abandono.

Mas não, enquanto não soubermos definir prioridades no nosso país as forças que vão zelando pela nossa segurança iram continuar a (sobre)viver muitas vezes à custa de restos e esmolas. Será essa uma das diferenças entre um melhor e um pior país? Acho que sim!

sábado, 24 de junho de 2006

Só cansado...

O que há em mim é sobretudo cansaço
— Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser…

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço…

Álvaro de Campos

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Verão

Ontem foi o dia mais longo do ano e só hoje é que dei por isso. Como se até agora todas as horas de dia que o sol me trouxe tivessem sido bem aproveitadas.

Quando chegar o Inverno cá estarei a queixar-me que os dias são curtos. Enquanto são longos vou ficando por casa. Ai Agosto...

sábado, 17 de junho de 2006

Lá fora chove e...

Mais uma vez as peças voltam ao mesmo lugar de sempre. Se é verdade que o mundo dá muita volta, não é mentira que por mais voltas que dê, pára sempre no mesmo sitio.

Se até um relógio parado está certo duas vezes por dia... Acho que o tempo começou a correr a meu favor. Acho.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

" 'cause songs whill help me everytime..."

Não quero que me façam rir. Não tenho vontade de rir, não quero. Só quero estar mal disposto, de mostrar má cara e poder andar pela rua sem me chatearem. Não precisam de perguntar porquê, não precisam de insinuar que a noite foi grande.Não precisam, não têm que... A sério! Não hoje. Hoje quero estar assim. Triste.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

KURVA!!!

"Estranho quando dou por mim num mundo bizarro e mais ainda quando lá o mais bizarro do mundo sou eu"

Manel Cruz, Segue-me à luz

domingo, 11 de junho de 2006

Fußball

E lá começou mais um mundial. Para lá do futebol, adoro ver os estádios e quem por lá anda a fazer a festa. Ver um jogo da Holanda com as bancadas pintadas de laranja é um regalo para a vista, assim como ver as bandeiras, muitas, penduradas em todo o estádio quando a Inglaterra entra em campo. E ontem por momentos arrepiei-me quando a cinco minutos do fim alguns milhares de ingleses cantaram a plenos pulmões o "God save the Queen...". Há dois anos estava no meio deles em Coimbra dentro do estádio. Que inveja...

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Again

Mais uma vez voluntário. Embora sem ter muito tempo desta vez, não podia deixar escapar a opurtunidade. Porque gosto, é saudável, acho que vai ajudar a descontrair no fim de um exame e porque acima de tudo, quanto mais e melhor fizermos nestes dias mais ajudamos esta cidade a ficar bem vista mundo fora.

Campeonato do mundo de ginástica acrobática, no pavilhão multiusos. Apareçam.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

RiR

Sexta-feira, parti rumo a Lisboa, sozinho, para ir ver sozinho o concerto do senhor Waters. E parti sozinho porque aqueles com quem tinha combinado ir acabaram por achar melhor ficar em casa. Fizeram bem. Entre ficar e ir, escolhi ir, e lá fui eu à espera de ter uma noite algo morta, mas o bilhete já estava na mão e eu nunca fui de deixar coisas a meio.

Chegado á capital, mil e uma perguntas na minha cabeça e a vontade de voltar, mas segui. Segui rumo a um sitio chamado bela-vista no meio de Lisboa e que eu não percebo como não está cheio de casas. Qual o meu espanto quando a caminho da entrada lá estava uma grande amiga de tempos passados na fila para entrar. Tinha acabado de chegar com uma amiga dela também.

A primeira coisa que fiz quando a vi foi rir. Foi preciso irmos a Lisboa para nos encontrarmos outra vez. Logo uma noite que estava (estaria?) condenada ao fracasso, foi um sucesso. Entre muitos metros andados para ver tudo o que por lá havia, fomos pondo a conversa em dia, e houve muito para falar... De tudo o que por lá vi a única coisa que me cativou a sério foi a "praia". Areia, palmeiras, puff's, música brasileira e um balcão de cerveja. O ideal para parar um bocado e beber um copo...

Para o fim o melhor. O concerto foi algo fantástico. O som sempre em sintonia com a imagem, a frente do palco com gente que lá estava mesmo para ver o concerto, a mensagem sempre escondida por detrás de cada letra e mais um grupo de "amigos" feito na hora. Desde o inicio até ao fim aquele concerto foi mágico... No meio de tudo uma música ainda não me saiu da cabeça. Uma história contada na primeira pessoa com esta frase no meio "Oh George! Oh George! That Texas education must have fucked you up when you were very small". Para fazer pensar, leiam que é uma bela história.

Fim de noite, no Oriente à espera de comboio para o qual não tive bilhete. Mais uma despedida, duas voltas de metro e o regresso a Coimbra com um sorriso nos lábios. Já falta pouco para Setembro.