domingo, 19 de março de 2006

Vidas

- Então não foste ver o teu Sporting?
- Nah, não tenho dinheiro para isso...
- Mas já arranjaste outro emprego, certo?
- Ya, arranjei.
- Então, eram só cinco euros...
- E ia estragar dinheiro? Com cinco euros bebo uma data de finos.

Calei-me.

terça-feira, 14 de março de 2006

Primavera

E eis que de repente, sem avisar, a Primavera voltou. Já por aqui tinha dito que ando um pouco ocupado, o que eu ainda não sabia é que assim os dias passam mais depressa.

As semanas sucedem-se a um ritmo nunca visto. Por incrivel que pareca estou a deixar poucas coisas para amanhã, o que é uma novidade na minha pessoa. Todos os dias têm surgido coisas novas, e hoje passsei uma tarde como não passava há muito tempo.

Feitas as contas, estou a seis semanas da semana. Pelo que tenho visto vai ser depois de amanhã. É que a passagem de ano foi ontem... Parece que ainda sinto a ressaca.

sábado, 11 de março de 2006

Quem diria...

Na quinta-feira foi dia de jantar de curso. E também de rever uma velha Amiga que foi lá cair um pouco por acaso. O tempo consegue afastar as pessoas, primeiro devagarinho, como quem não quer a coisa, depois um pouco mais depressa e quando uns dias mais tarde olhamos para trás, aquilo que um dia foi uma grande amizade que por vezes quis ser algo mais, hoje não passa de "algo", "algo" muito estranho que eu não consigo explicar.

Jantar acabado e lá comecou a conversa. À maneira de "Raquel". "Há quanto tempo não te via..." Palavras para aqui, palavras para ali e lá percebi que não há pessoas iguais, que ainda há quem consiga viver na sombra de uma traição.
"Como?", perguntei eu;
"Que queres que faça?", respondeu ela;
Não respondi, já foi tudo dito há uns tempos atrás. Noite fora, fomos falando de sonhos e vontades. Lá no fundo no fundo ainda somos os putos de há 7 anos atrás. A noite continuou até acabar com um até um dia...

terça-feira, 7 de março de 2006

Mais medidas

Ainda a propósito de medidas, cada vez menos entendo aqueles que só olham para o seu umbigo. Faz-me confusão...

Sem Tempo

Ter 10 cadeiras não é fácil. A juntar ao pouco tempo passado em casa, qualquer coisa ficou para trás. Mas eu vou voltar...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Se não Existisse...

Tinha de ser inventado. E fui, faz hoje 22 anos. Acho que estou de Parabéns...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

O Carnaval

Se o Carnaval foi feito para rir, brincar, pregar partidas e andar meio perdido, o meu já passou. Foi em Novembro. E o próximo será em Maio. Tudo o resto me soa a uma imitação de Verão no pico do Inverno.

Meias Palavras

"Há quem viva
Sem dar por nada
Há quem morra
Sem tal saber
Velha ardida
Velha queimada
Vende a fruta
Se queres comer"

José Afonso, Mulher da erva

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Medidas

Chega sempre o dia em que nos pomos a olhar à volta e "medimos" todos os que nos rodeiam. Hoje fiquei desiludido.

Olá

Como é que é possível não gostar de uma cidade onde durante um passeio de meia hora se encontram cinco pessoas para dizer "Olá!"

A 5 dias dos 22...

Não vou procurar quem espero:
Se o que eu quero é navegar!
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar.

Parto rumo à primavera,
Que em meu fundo se escondeu!
Esqueço tudo do que eu sou capaz:
Hoje o mar sou eu...

Esperam-me ondas que persistem,
Nunca param de bater!
Esperam-me homens que desistem,
Antes de morrer!

Por querer mais do que a vida,
Sou a sombra do que eu sou.
E ao fim não toquei em nada,
Do que em mim tocou.

Eu vi,
Mas não agarrei...

Parto rumo à maravilha,
Rumo à dor que houver pra vir.
Se eu encontrar uma ilha,
Paro pra sentir!

Dar sentido à viagem,
Pra sentir que eu sou capaz!
Se o meu peito diz coragem,
Volto a partir em paz.

Eu vi,
Mas não agarrei...

Manuel Cruz, Capitão Romançe

E até ao dia de hoje, esta é a canção da minha vida.

Conversas

Ao ouvir hoje a conversa de uma vizinha minha ao telefone, pus-me a pensar um bocado. Dizia ela que a filha, 23 anos, coitada, foi fazer uma qualquer formação a Lisboa. O pai teve que ir com ela, pois a menina tinha medo de ir sozinha, como não conhecia ninguém e tal... Fiquei também a saber que a menina tem medo de estar sozinha em sitios que não conhece.

Fechei os olhos e pensei trinta segundos. A tal menina está muito bem na vida, já é licenciada e tal, mas tem medo do escuro. Gostava de a ver dormir numa estação de comboios.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Por cá

Eu faço parte do grupo de pessoas que só tem quatro canais de televisão em casa, e não tem onde ir neste Domingo.

Preciso de dizer mais alguma coisa?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Cruzamento

A vida é feita de esperas que, por vezes, nos chegam a levar ao desespero… Será que aqueles que esperam pelo “comboio na paragem de autocarro” serão capazes de chegar ao seu destino? Eu cá acho que sim. Também podemos ir a muito lado de autocarro.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Calendário

Exame amanhã, quer dizer, hoje. Mais um na terça e está acabado o massacre. Ainda na terça acho que vou matar saudades da noite.
Daqui a umas semanas, espero que poucas, vou estar por Aveiro. Entretanto chegam alguns jantares e a semana de Carnaval que vai ser muito animada, 1 aniversário e uma despedida de solteiro.
Em Maio espera-me a queima.
No dia 2 de Junho devo ir ver o grande Waters precisamente ao festival onde não fazia intenções de pôr os pés.
Aqui algures gostaria de ir ao país do mundial para onde vão rumar agora dois amigos em Erasmus, haja companhia, vontade e dinheiro.
No meio disto tudo hei-de encaixar 11 cadeiras.
Em Agosto o grande desafio de agradar a 500 pessoas.
Setembro é para estar de novo a queimas pestanas, e depois logo se verá.

Como sempre, metade destes planos irão por água abaixo. Sobra metade, mais aquele que me recuso a escrever, pelo menos por agora. Pode ser que pela Páscoa...

Ah, e a grande decisão mais uma vez vai ter que esperar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Dias

Coias estranhas estas que acontecem, como ir até à biblioteca para estudar um bocado e encontar alguém de quem quase já não me lembrava. Isto depois de no sábado no fim de um jantar de amigos a conversa ter descambado para um lado onde não gosto muito de chegar. Irrita-me um bocado ver pessoas a fazer juizos de valor, mesmo que positivos, de amigos meus...

Ainda no sábado, a caminho do jogo, reacção estranha quando na rádio passou esta música. O desafio de há uns tempos tinha agora resposta.

Resta-me ainda dar os parabéns ao blog que me fez um grande favor há uns tempos atrás.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Voltei

Voltei para dizer que ando mergulhado na famosa rotina dos exames. Levantar, ir para a biblioteca, falar com professores, estudar, esperar que saiam notas, almoçar, repetição da manhã, lanchar e vir para casa...

Isto repetido durante largos dias. E não me estou a queixar. Não me queixo porque sei que daqui a duas semanas quando isto acabar vou ter que tomar uma decisão, das mais dificeis que tomei até hoje.

Mas para a frente é que está o caminho...

Siga...

Quero dormir mas algo não deixa
Estou viciado nem sei em quê
Eu estou paranóico, e nem sei porquê
Estou num vazio, estou num buraco

Quero sair mas, não sei por onde
Não quero ficar, mas vou ficando
Vou arrastando toda esta angústia
Já não tenho forças

Gente de merda, que me estraga a cabeça
Morro de dia p`ra dia

Há tantas coisas que é só pra perder
E há outras tantas que é só pra esquecer

Não vou deixar ninguém arrastar-me
Já tenho forças

Xutos & Pontapés, Gente de merda

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Obrigado

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Ergam escadas

Partam muros.

domingo, 22 de janeiro de 2006

Duas vidas...

Eu admiro muito duas pessoas que não são mais do que o produto da mente de dois grandes mestres. São elas o Jeremias e o Casimiro.

Vem isto a propósito de um exame que fiz no sábado. Um dos exames mais fáceis que já tive à frente, apesar de tudo acabei por desistir. Não só eu mas também muitos dos que estavam dentro daquelas salas.

Até quando é que as pessoas vão perceber que a culpa de não saberem algo não é de quem faz as perguntas? É nestas alturas que me lembro destes dois homens que não se deixam enganar e que fazem qualquer coisa pela vida, não atribuindo culpas aos outros pelas suas falhas. Em vez disso abrem os olhos, e fazem qualquer coisa pela vida de modo a serem respeitados. Estes queixosos irritam-me profundamente.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Há sempre uma estrela...

"Your catholic blues, your convent shoes
Your stick on tattoos now they're making the news
Your holy war, your northern star
Your sermon on the mount from the boot of your car"
U2, Please

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

MFA III

Eu quero um país mais Alegre.
Eu acredito no Homem e no poeta e no resistente e no cidadão de Coimbra.

Mas acreditem em quem acreditarem, domingo não fiquem em casa.

domingo, 15 de janeiro de 2006

Sondagens

Por mais voltas que dê não consigo acreditar em sondagens. Especialmente em sondagens baseadas na opinião de 600 pessoas.

Não só por isto, mas também porque só conheço duas pessoas que se dizem capazes de votar no avozinho da pátria. E para além de tudo ainda não fui "sondado".

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Sonhos

Pior do que não dormir é talvez ter sonhos que não dão descanso ao corpo. Adormecer para voltar a acordar alguna minutos depois num sitio tão estranho quanto ridiculo.

A ver coisas que nem sequer imaginava, a falar com pessoas que não julgava existirem. E tudo isto para acordar num sobressalto, olhar em volta para perceber que acordei no mesmo sitio onde tinha adormecido.

Gritos , estranhos , conversas... Tudo isto passou no meu sonho de ontem. Seria muito mais facil descansar de olhos abertos.
Qual a lógica de estar no mar vestido com um frio destes?

"Em sonhos é sabido não se morre
Aliás esta é a única vantagem
De após o vão trabalho o povo ir de viagem num sonho fundo
Fecundo em glórias e terrores e aventuras "

Sérgio Godinho, Lisboa que amanhece

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

O Salvador da Pátria

Para quem achava ridiculas as afirmações do senhor Bush quando ele popôs uma sulução infalivel para não haver fogos, ou seja, cortar todas as árvores, eis que um senhor deputado russo teve a ideia do século.

Para que a pandemia de gripe não chege à Russia todos os homens devem pegar nas armas que tiverem e matar todas as aves. E isto é verdade. Deviam ver a convicção com que o disse.

domingo, 8 de janeiro de 2006

Mais um

O meu rato morreu. Coitado. E eu que gostava tanto de lhe passar a mão por cima. Parece que vou ter que comprar outro que andar por aqui só com teclado não dá jeito nenhum...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Não entendo

Numa altura em que temos um candidato à presidência da república com 81 anos, é triste ouvir a história de um homem que, com 51 anos começa a ser posto de parte no seu trabalho. Tudo aquilo que há alguns anos era verdade para ele, hoje começa a ser mentira, e o gosto que tinha na sua profissão vai desaparecendo à medida que os dias se tornam mais longos.

Para mim é inconcebível viver numa sociedade onde as pessoas parecem ter um prazo de validade…

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Vozes

Hoje ao passar os olhos pelo jornal cá do sitio descubro a carta de um senhor que acusa os estudantes universitários de serem grandes poluidores desta cidade. Diz a tal pessoa que frequentemente encontra garrafas de vidro aqui e ali, e que por vezes chega mesmo a ver passeios vomitados.

Eu nunca vomitei nos passeios de Coimbra e as garrafas vazias, ponho-as no vidrão. Está dito.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

O Concerto

Quase 48 horas após ter começado um novo ano o corpo ainda se ressente da última noite de 2005, ou será da primeira de 2006? Como não me lembro de muito mais para escrever, a propósito da sugestão da Carla, digam lá qual o concerto que escolhem para ver neste novo ano… Escolham a banda, ou os dias, ou os sítios… Ah, e ponham o Rock in Rio de parte. A minha sugestão é o "The Wall", no Atlântico, em Março.

sábado, 31 de dezembro de 2005

A new year is rising...

Hoje sem tempo para escrever mails, venho só desejar um bom ano a todos aqueles que aqui passarem.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Lista de espera

Esta menina deixou aqui a deixa, para uma lista de desejos não realizados este ano. Aqui está:

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Vazia como não podia deixar de ser. Podia escrever que não ganhei o euromilhões, que não vou passar o ano onde quero e com quem quero, que a minha equipa continua uma miséria, que não consegui ir ver os U2 nem os Coldplay, os últimos por causa de uns ridículos 5 euros no dia errado. Que mais terei perdido este ano? Não sei, mas na verdade isso também pouco interessa, porque ganhei muito, e sem o que ganhei alguns destes desejos não realizados, nem sequer teriam sido idealizados, quanto mais cumpridos.

Balanço

Este ano que está a ir embora foi quase tudo menos monótono. Tirando certos dias é claro, mas há sempre uma excepção a confirmar a regra. Posso até dizer que tive um ano cheio, não necessariamente um ano em cheio.

Dividindo a coisa por partes:
- Conheci duas grandes pessoas, das melhores que já passaram pela minha vida;

- Comecei este blog, e hoje não passo um dia sem vir dar uma olhada (ao meu e aos outros);

- Descobri que nada é impossível e que sempre que acreditamos, somos capazes de tudo;

- Percebi que o mundo é muito mais pequeno do que imaginamos, e que no fundo somos todos iguais;

- Comecei a preocupar-me mais com certas pessoas que nunca vi do que com outras que passam todos os dias por mim;

- Aprendi a gostar de vinho tinto no dia em que reavivei uma amizade que estava quase esquecida;

- Descobri também uma menina que é uma excelente escritora e cantora;

- De repente ganhei a confiança de muita gente, não sei bem porquê;

Não sei que mais escreva, tenho tanta coisa na memória como por exemplo o dia em que fui apanhado no meio de um incêndio e vi a minha vida de pernas para o ar. E agora ao olhar para trás ainda me lembro como começou este 2005. Foi na Figueira, a ver foguetes estalar e a abrir garrafas de espumante reles… Este ano mais do que nunca tenho olhado para o mapa que tenho à minha frente e imagino-me em lugares onde nunca estive, mas onde espero vir a estar. E quero, quero que todos aqueles que andam por aqui e por ali à minha volta tenham muitos momentos de felicidade antes de morrer. Porque, mais cedo ou mas tarde, no dia em que menos esperarmos, lá estará ela a entrar sem bater à porta para levar mais um de nós ou então aqueles que andam cá por perto.

Seja como for para além de tudo isto encontrei-me outra vez, eu que andava perdido há três anos voltei. Consegui construir outra vez o meu mundo, pois só nele é que sei viver, só espero que agora que todas as pecas estão no lugar não apareça um qualquer tremor de terra ou tsunami que volte a deitar tudo abaixo. É o meu desejo para 2006!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

2005 Playlist (Qual foi a vossa?)

Acorda menina linda, Jorge Palma;

Breathe, Pink Floyd;

Consumado, Clã & Arnaldo Antunes;

Dumb, Nirvana;

Escuridão, Jorge Palma;

Fio de ariane, Clã;

Gelado de verão, António Variações;

Hearth shaped box, Nirvana;

Iquietação, J.P. Simões & Miguel Nogueira;

Jeremias o fora da lei, Jorge Palma;

King of pain, Alanis Morissette;

Letra S, Ornatos Violeta;

Music, The Gift;

Nós dois, Xutos & Pontapés

Outro mundo, Toranja;

Primeiro gomo da tangerina, Sérgio Godinho;

Que será de ti Lisboa, Quinta do Bill;

Rain, Guano Apes;

Serafim Saudade, Herman José;

Toi toi song, Southpaw;

Uma mulher da vida, Clã;

Vertigo, U2;

With my own two hands, Ben Harper;

X&Y, Coldplay;

You owe us blood, Blind Zero ;

Zombie, The Cranberries;

Uma música por letra, foram estes os sons que mais entraram pelos meus ouvidos este ano. Podem não ter sido as músicas do ano, mas ao ouvi-las daqui a algum tempo irei lembrar-me deste 2005 que está quase a acabar.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

O Ano em 26 Letras...

Alegre - O Manuel que não desiste;

Blogs - Um novo vício que me contagiou;

Clã - Cada vez mais a melhor banda nacional;

Dedos grandes dos pés - Um martírio de dores;

Erasmus - Outra maneira de ver o mundo;

Fogo - A vergonha Nacional, ano após ano;

Google - Os novos donos do mundo;

Helicópteros - Não temos;

Indonésia e não só - Depois do tsunami esgotar as objectivas o esquecimento impera…

Julho, dia 2, Live 8 - “We are not looking for charity, we are looking for justice”;

K - A minha;

Lisboa - Cada vez mais gosto mais da nossa Capital;

Mortes - As pessoas que me habituei a ver desde pequeno estão a ir embora…

Nata, a revolta dos pastéis de – Um grande programa de televisão;

Ornatos Violeta - Porque recordar é viver;

Praxe - Após um ano sabático regressou no seu melhor;

Queima - A melhor de sempre;

Raquel - O que hoje é verdade amanhã é mentira;

Sudão - Para que a memória não se apague;

Telemóvel - O fim de uma dependência;

Urso - Foi incendiado por um grupo de vândalos há dias;

Voluntariado - Deveriam experimentar;

World - What´s going on? London, Paris…

Xcrevemos cada vex pior;

Yellow - Deveria ser a cor dos nossos novos submarinos;

Zé Milho & companhia - O retrato de uma terra decadente;

26. São as letras do nosso alfabeto, e em jeito de balanço fica aqui o que penso ao ouvir cada uma delas. Isto foi feito um bocado em cima do joelho, mas acho que assim tem mais graça.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Bom Natal

Comam muitos doces, abram muitas prendas e tentem ser felizes...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Tempo

Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an off hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun

And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in the relative way, but you're older
And shorter of breath and one day closer to death

Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desperation is the English way
The time is gone the song is over, thought I'd something more to say

Pink Floyd, Time

domingo, 18 de dezembro de 2005

De férias

Ainda me lembro de quando, há uns anos atrás esperava ansiosamente pelas férias de Natal. Não pelo Natal em si, mas sim porque apareciam do nada duas semanas de férias para aproveitar até à ultima gota. Que importava se era de noite e chovia se a bola não estava furada...

Havia um dia de ansiedade, aquele em que era preciso ir buscar as notas à escola, mas como nunca fui mau aluno o único problema era ficar sem um ou dois colegas para brincar, os castigos eram assim...

Agora estou oficilamente de férias e não fossem os dois trabalhos que tenho para entregar, um já nesta quarta, e os exames que começam a 4 de Janeiro, acredito que estas duas semanas fossem outra coisa.

sábado, 17 de dezembro de 2005

Apeteceu-me pôr aqui

Acende mais um cigarro, irmão
inventa alguma paz interior
esconde essas sombras no teu olhar
tenta mexer-te com mais vigor
abre o teu saco de recordações
e guarda só o essencial
o mundo nunca deixou de mudar
mas lá no fundo é sempre igual

E agora, que a lua escureceu
e a guitarra se partiu
D. Quixote foi-se embora
com o amigo que a tudo assistiu
as cores do teu arco-íris
estão todas a desbotar
e o que te parecia uma bela sinfonia
é só mais uma banda a passar

A chuva encharcou-te os sapatos
e não sabes p'ra onde vais
tu desprezavas uma simples fatia
e o bolo inteiro era grande demais
agarras-te a mais uma cerveja
vazia como um fim de verão
perdeste a direcção de casa
com a tua sede de perfeição

Tens um peso enorme nos ombros
os braços que pareciam voar
tu continuas a falar de amor
mas qualquer coisa deixou de vibrar
os teus sonhos de infância já foram
velas brancas ao longo do rio
hoje não passam de farrapos
feitos de medo, solidão e frio

Jorge Palma, D.Quixote foi-se embora

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Frio

Tem feito muito frio nestes dias. Frio que eu simplesmente não consigo suportar. Onde é que se meteu o sol?

sábado, 10 de dezembro de 2005

Natal

O Natal cada vez mais me diz menos. Na minha família nunca houve o acto de reunião, por isso as noites de Natal para mim não são mais do que as outras. Acredito que em tempos pudesse partilhar um pouco do espírito que se vive nesta altura, até perceber que estar alegre por uma época é ser demasiado hipócrita.

E que dizer da enorme solidariedade do nosso povo que vê mendigos na rua, de mão estendida, dia após dia, a implorar por uma pequena moeda, ou um bocado de comida -já experimentaram oferecer? – e que nesta altura logo se apressa a encher os sacos do banco alimentar para fazer ver ao vizinho da caixa ao lado. E dos velhos brinquedos oferecidos ás crianças que nada têm. Quem tem nada o pouco agradece, mas dar restos tem muito pouco de partilha…

Nem queria falar do gajo das barbas que aparece em todas as esquinas, pois irrita-me profundamente, mais aqueles que andam com os barretes comprados numa qualquer loja chinesa. Também acho graça aos outros que afirmam não acreditar em nenhum tipo de Deus e que embarcam nesta ridícula onda de consumismo. Gostava de saber o que celebram eles nesta altura.

Este Natal vai ser passado, como sempre, em casa sentado no sofá com os pés à lareira, então depois da meia-noite lá estarei ansioso a contar os dias para a passagem de ano.

sábado, 3 de dezembro de 2005

Bairro

Há em Coimbra dois locais onde me gosto de “perder”. Para além da alta que é uma espécie de recuo no tempo e que tem dos mais belos monumentos do nosso país, a Sé velha, existe outro local que irradia uma espécie de magia. Estou a falar do Bairro Norton de Matos, ou Bairro, como toda a gente o conhece. Este sítio é uma espécie de ilha, é como ter uma pequena vila dentro de uma cidade. Por lá as casas são pequeninas e quase todas têm um pequeno jardim, há cafezinhos onde todos conhecem todos, é possível ir a passar na rua e ouvir um bom-dia, podem ver-se senhoras de idade a colher flores no jardim para por na jarra da cómoda, em cada esquina os amigos de infância que sempre ali moraram e hoje estão um pouco mais velhos conversam sem ter noção do tempo. Há lojinhas pequenas onde se compra o almoço e se paga no fim do mês, há os quiosques onde não é preciso pedir o jornal, pois este já está guardado. E há simpatia na cara das pessoas que passam na rua, até aqueles que já não esperam muito desta vida senão vê-la acabar trazem consigo um sorriso.

Mas o bairro não é só isto. É também “casa” de centenas de estudantes que por ali vão passando, por vezes sem dar valor ao local onde moram. Há dias, duas amigas minhas chegaram a casa e não encontraram a roupa onde a tinham deixado a secar, minutos depois chegou a senhoria, que por acaso mora perto, com a roupa na mão, pois tinha começado a chover e a roupa podia molhar-se, então ela tinha-a apanhado. Acho que cada vez se torna mais raro encontrar lugares assim dentro de uma cidade cada vez mais cheia de pessoas que só pensam em si próprias.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Vale a Pena?

Nós somos o que somos, por mais voltas que o mundo dê. E podemos tentar mudar, normalmente para melhor. Mas será que aquilo que nos faz mudar vale a pena?

Acredito que há qualquer coisa dentro de nós que é imutável. Certas coisas que faço, faço involuntariamente, mas sempre. São hábitos que vêm de longe e que não consigo controlar. Que culpa é que tenho de por vezes me preocupar com coisas ou pessoas que não me dizem respeito? Não há nada a fazer e nada nem ninguém me pode fazer mudar, porque em sou assim. Deixei aqui uma pergunta há dias e estava curioso para ler as vossas respostas. A minha é não.

Pode Alguém ser quem não é?

Senhora de preto
diga o que lhe dói
é dor ou saudade
que o peito lhe rói
o que tem, o que foi
o que dói no peito?
- É que o meu homem partiu

Disse-me na praia
frente ao paredão
“tira a tua saia
dá-me a tua mão
o teu corpo, o teu mar
teu andar, teu passo
que vai sobre as ondas, vem”

Pode alguém ser quem não é?

Seja um bom agoiro
ou seja um mau presságio
sonhei com o choro
de alguém num naufrágio
não tenho confiança
já cansa este esperar
por uma carta em vão
“por cá me governo”
escreveu-me então
“aqui é quase Inverno
aí quase Verão
mês d’Abril, águas mil
no Brasil também tem
noites de S. João e mar”

Pode alguém ser quem não é?

É estranho no ventre
ser de outro lugar
e tão confusamente
ver desmoronar
um a um sonhos sãos
duas mãos
passando da alegria ao desamor

Pode alguém ser livre
se outro alguém não é
a algema dum outro
serve-me no pé
nas duas mãos,
sonhos vãos, pesadelos
diz-me:
Pode alguém ser quem não é?

Sérgio Godinho, Pode alguém ser quem não é?

sábado, 26 de novembro de 2005

Estou à espera de respostas...

Pode alguém ser quem não é?

Terça-Feira

Eu sou daquelas pessoas que acreditam que há sempre algo mais a descobrir para além daquilo que conhecemos. Para mim é ridículo viver numa cidade sem conhecer os seus recantos, as ruas escuras, as tascas escondidas e os monumentos imponentes. Como grande parte dos caloiros do meu curso que aqui estudam são de outros lados decidimos fazer uma espécie de visita guiada pela alta de Coimbra na passada terça-feira.

Ora uma visita destas implica praxe, em cada paragem havia uma prova a cumprir e por cada prova cumprida havia bebida à espera. Beberam-se uns bons litrinhos nessa noite. Terminada a visita, por acaso, formaram-se duas trupes, uma masculina e outra feminina, que trataram de dar um novo visual aos caloiros que por ali andavam depois da meia-noite. Acabou por ser algo memorável para eles, que estiveram em lugares que nem sequer sabiam que existiam, e também para nós pois tivemos a certeza que durante mais alguns anos a praxe vai continuar viva, apesar de cada vez mais a quererem matar. Nesse dia Coimbra tal como a conheço vai acabar, e é assim que eu gosto dela. Velha.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Sem Palavras

Ainda estou à espera de encontrar palavras que possam descrever a minha noite de terça-feira, passada na alta de Coimbra.

Quando as encontrar venho aqui escrever qualquer coisa...

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Ao sabor da corrente

Buscando sem saber bem o quê
Perdido como quem não vê
Calado como quem não tem resposta para quem o chama
Desesperado, como quem por ter medo da desilusão não ama

Yogi Pijama
Se deixas apagar a chama, estás virado para o desastre
Como uma vela sem mastro
Ou um barco sem leme
Condenado a andar à toa conforme o vento lhe dá
Ao sabor da corrente

Yogi Pijama
Olha que andar ao deus dará nunca foi coisa boa
Yogi Pijama Quebrando os seus ossos na rua
Fugindo da verdade nua
Como se abrir as portas ao Mundo fosse uma coisa obscena
Desencontrado como quem por ter medo da foz o rio condena

Yogi Pijama
Se deixas apagar a chama, estás virado para o desastre
Como uma vela sem mastro
Ou um barco sem leme
Condenado a andar à toa conforme o vento lhe dá
Ao sabor da corrente

Yogi Pijama
Olha que andar ao deus dará nunca foi coisa boa
Yogi Pijama E já que nós nunca estamos sós
Vamos lá desatar os nós
E vamos lá chegar inteiros, onde quer que a vida nos leve
E enquanto é tempo
Deixa ver esse sorriso, que isso torna a pena mais leve

Yogi Pijama
Se deixas apagar a chama, estás virado para o desastre
Como uma vela sem mastro
Ou um barco sem leme
Condenado a andar à toa conforme o vento lhe dá
Ao sabor da corrente Yogi Pijama
Olha que andar ao deus dará nunca foi coisa boa
Yogi Pijama

Jorge Palma, Yogi pijama

domingo, 20 de novembro de 2005

Fim

Dia após dia, cada vez mais me vou apercebendo que cada vez mais damos menos valor ao que temos. Morreram duas pessoas estas semana que me eram próximas, uma mais do que outra. Uma delas tinha tido anteriormente uma trombose, estava frágil, a outra morreu durante o sono. Em ambos os casos o coração achou por bem parar de trabalhar. Há várias maneiras de encarar a morte, mas à medida que vemos partir pessoas à nossa volta vamos pensando de maneira diferente.
As primeiras perdas são vividas com revolta, um porquê ecoa da nossa mente. Especialmente se não houve tempo para um último adeus… Os anos vão passando e cada vez mais são os que nos deixam. Vezes há em que vão todos de uma vez, como há um par de anos em que perdi três pessoas. Nesta altura instala-se um certo conformismo. E quando finalmente morre um colega nosso num acidente de carro a apatia toma conta de nós. Os porquês e desaparecem e a inevitabilidade torna-se numa espécie de fantasma que vai aparecendo de vez em quando.
Por norma as pessoas têm um certo receio em abordar o tema morte. Arrepia quando nos vemos numa situação de aflição extrema, quer seja por termos comido um “after-eight” na altura errada ou por haver um pesadelo qualquer que nos faz acordar num sobressalto.

Também eu tenho medo, medo de cair numa cama e não me poder voltar a levantar, medo de ter de ficar completamente dependente de alguém até para satisfazer as minhas necessidades mais básicas. Tenho medo da doença. E de uma coisa eu tenho a certeza. Não quero morrer devagar.

terça-feira, 15 de novembro de 2005

Morte

Morreu no Domingo uma das pessoas que mais marcaram a minha vida. Apesar de tudo, só soube hoje. O funeral foi ontem.

Chamava-se Alexandre, tinha 72 anos e foi a primeira pessoa a cortar o meu cabelo.